INPE diz que desmatamento aumentou, mas especialista mostra "furos" no PRODES
Em entrevista ao jornalista João Batista Olivi, o geógrafo Magno Macedo disse que o PRODES, projeto que realiza o monitoramento do desmatamento da Amazônia Legal, não é adequado para os embargos realizados pela Moratória da Soja. Segundo o geógrafo, o PRODES foi desenvolvido para analisar escalas maiores, ou seja, para fazer uma análise geral da floresta.
Quando utilizado para analisar escalas menores, como em propriedades rurais, os dados gerados pelo sistema são imprecisos. Macedo cita que analisou 12 casos de embargos na região de Belém/Brasília, sendo que econtrou inconsistências em 11 deles. Para o geógrafo, nesses casos o satélite demonstrou áreas de desmatamento ilegal em regiões que possuíam características de vegetação em regeneração.
"O satélite não acompanha a velocidade das mudanças na áreas, o que demonstra que escalas menores não são precisas. Porém, são esses os dados utilizados para os embargos", explicou o geógrafo.
Confira mais na entrevista acima
Veja também: Exemplo de distorção do Prodes: satélite identifica floresta numa área que é tomada por um lago
Desmatamento na Amazônia dispara e atinge maior nível em 11 anos
Por Marcelo Teixeira
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (Reuters) - O desmatamento na floresta amazônica brasileira cresceu 29,5% nos 12 meses encerrados em julho, atingindo o maior nível em 11 anos, com 9.762 quilômetros quadrados de área desmatada, informou nesta segunda-feira o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), conforme antecipado pela Reuters.
O número representa o maior nível de desmatamento da Amazônia desde 2008 e confirma dados mensais preliminares que mostravam um aumento significativo do desmatamento durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que defende o desenvolvimento econômico da região.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse em entrevista coletiva sobre os números que o governo adotará uma série de medidas para combater o desmatamento, incluindo intensificação dos esforços de fiscalização com a utilização de imagens de satélite de alta resolução.
Salles disse que vai se reunir com governadores dos Estados amazônicos na quarta-feira para discutir formas de enfrentar o desmatamento, acrescentando que os dados mostram que uma nova estratégia é necessária e é importante desenvolver oportunidades econômicas sustentáveis na região.
Segundo o ministro, o desmatamento é causado principalmente por atividades econômicas ilegais na região, como garimpo, extração de madeira e ocupação do solo, que acontecem há vários anos.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e é considerada fundamental para o combate às mudanças climáticas devido à grande quantidade de dióxido de carbono que absorve.
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