Reformas vão tornar Brasil mais atrativo a negócios, diz Bolsonaro aos dirigentes do Brics
As reformas em curso tornarão o ambiente de negócios no Brasil mais atrativo, disse ontem (13) o presidente Jair Bolsonaro. Ele discursou na cerimônia de encerramento do Fórum Empresarial do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acompanhado dos demais chefes de Estado e de Governo do grupo.
Segundo o presidente, o Brasil iniciou um processo de mudanças que destravou reformas estruturais paradas há décadas. “O Brasil ainda tem um caminho a percorrer. Novas reformas se apresentam para nós para que possamos ter a certeza de que ambiente de negócios no Brasil se torne cada vez mais atrativo. Brasil um dos poucos países com mercados das mais diversas oportunidades para oferecer a todos”, discursou Bolsonaro.
O presidente também citou a isenção de vistos para turistas e homens de negócios chineses e indianos como fator que vai reforçar os negócios entre os países do Brics. “Nossas medidas de aproximação se mostram realidade a partir do momento que temos aberto isenções de visto para homens que venham fazer turismo e negócios no Brasil”, declarou.
Desde junho, o governo brasileiro deixou de exigir vistos para turistas dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e do Japão que venham ao Brasil. No fim do mês passado, em viagem à Ásia, Bolsonaro anunciou que pretende estender a isenção para a Índia e a China, com os indianos sendo os primeiros beneficiados.
Bolsonaro citou o potencial econômico do Brasil em diversos setores. “É de conhecimento do mundo todo o nosso potencial que vem do campo, bem como nossas riquezas minerais, um grande potencial turístico e um povo que cada vez mais se demonstra interessado em contribuir e cooperar com Brasil”, declarou.
Ao encerrar o discurso, o presidente disse que caberá às empresas brasileiras aprofundar a integração entre os países do Brics. “Os empresários hoje presentes alimentam esperança grande no novo governo. Queremos sim, ampliar e facilitar cada vez mais o ambiente de negócios. As oportunidades são muitas. O Brasil nunca esteve num patamar como o nosso momento”, concluiu.
Ministro Tarcisio, da Infraestrutura, planeja conseguir novos investimentos com Banco do Brics
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse ontem (13) que a pasta terá uma agenda de trabalho conjunta com o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (NDB, na sigla em inglês) com o objetivo de impulsionar os investimentos estrangeiros na carteira de projetos de concessão no país.
O ministro se reuniu na tarde desta quarta-feira com o presidente do NDB, o indiano Kundapur Vaman Kamath, para mostrar os projetos de infraestrutura que serão concedidos à iniciativa privada. O NDB tem a meta de investir inicialmente US$ 2,5 bilhões no Brasil.
“Como estamos falando de um banco de desenvolvimento criado para alavancar investimentos nos países membros do BRICS, queremos fazer valer esse propósito e aportar estes recursos em nossos projetos mais desafiadores”, disse o ministro.
O encontro entre o ministro e o presidente do NDB foi realizado paralelamente à 11º Cúpula do BRICS, que reúne, até amanhã (14), em Brasília, os chefes de estado de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Mais cedo, o ministro Tarcísio de Freitas assinou Memorando de Entendimento (MoU) com o governo da China, para expandir a cooperação entre os dois países no setor dos transportes e do desenvolvimento da infraestrutura. Equipes do Ministério da Infraestrutura do Brasil e do Ministério dos Transportes da China irão se reunir para troca de experiências no setor.
Banco do Brics mira investimentos em PPI e Privatizações
O presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Kundapur Vaman Kamath, disse hoje (13) que as oportunidades de investimentos no Brasil são promissoras. Kamath citou investimentos em projetos relacionados ao Programa de Parcerias de Investimentos e as privatizações, durante a abertura do seminário O NDB e o Brasil: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília.
Ele destacou ainda a abertura do Escritório Regional das Américas, em São Paulo, que já está em funcionamento, assim como o subescritório criado em Brasília. Apesar de estarem em funcionamento, os dois escritórios ainda precisam da aprovação de Decreto Legislativo pelo Congresso Nacional para formalizar a operação do NBD no Brasil.
Segundo o presidente do NDB, o banco focou sua atuação, inicialmente, em projetos do setor público. Kamath disse que agora é preciso ampliar os projetos no setor privado. No evento, ele também falou sobre empréstimos em moeda local para os países sócios do banco. “É isso que o nosso cliente quer. Cada vez mais, será assim”, afirmou.
O NBD, com sede em Xangai, na China, foi criado em 2014 durante a 6ª Cúpula do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O banco tem a missão de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países integrantes.
Para a criação do banco, governantes das cinco economias se comprometeram a integralizar, cada um, 20% de um total de US$ 10 bilhões entre 2016 e 2022 para compor a nova instituição. O Brasil repassou até o momento US$1 bilhão e deverá destinar mais US$ 1,050 bilhão para a instituição até 2022.
Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a carteira de empréstimos aprovados do NDB entre 2016 e 2018 englobou 30 projetos no valor total de US$ 8,1 bilhões. Nestes três anos, a China teve a maior participação nos projetos aprovados, com 34% do total acumulado, seguida por Índia (32%), Rússia (18%), África do Sul (8%) e Brasil (8%).
Em valores, a China acumulou em três anos US$ 2,8 bilhões em financiamentos, seguida pela Índia (US$ 2,5 bilhões), Rússia (US$ 1,5 bilhão), África do Sul (US$ 680 milhões) e Brasil (US$ 621 milhões). Este ano, o NDB aprovou projeto, no valor de U$ 500 milhões, a maior liberação de recursos feita pelo banco para o Brasil. O dinheiro será destinado ao ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, o Fundo Clima.
Durante o evento de hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que a maior participação do NDB no Brasil trará ao país experiência no desenvolvimento de projetos e ampliará a capacidade de atrair investimentos. “O NDB é uma peça fundamental nesse jogo. Queremos não só pelo dinheiro [emprestado pelo banco], queremos pela experiência na produção de infraestrutura eficiente como a China fez. A China fez extraordinário trabalho de infraestrutura”, afirmou Guedes.
Acompanhe a cobertura da EBC sobre a Cúpula do Brics.
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