Soja: Pessimismo sobre acordo China x EUA se intensifica e Chicago tem mais de 14 pts de baixa
O mercado da soja intensificou suas baixas nesta primeira sessão da semana e vai encerrando a segunda-feira (11) com perdas de mais de 13 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago, levando o março de volta aos US$ 9,30 e o maio a atuar abaixo dos US$ 9,50.
As cotações da oleaginosa acompanharam as baixas observadas em todo o mercado financeiro. As demais commodities também cedem, bem como os indicadores financeiros mostrando que a semana começa com os investidores bem avessos ao risco.
"O cenário macro está em baixa, vemos o otimismo sobre a reconciliação comercial entre China e Estados Unidos derretendo diante da falta de novidades e, no caso da soja, ainda temos uma melhora do clima na América do Sul", explica o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira.
Os traders vinham esperando por uma reunião ainda neste mês para a assinatura da primeira fase de um acordo parcial firmado entre chineses e americanos em outubro, mas o encontro foi adiado para dezembro. Além disso, o presidente Donald Trump informou, na última sexta-feira (8), que não concorda em reduzir as tarifas sobre produtos chineses parcialmente, etapa a etapa, como divulgado por autoridades chinesas.
E neste início de semana, novas informações ainda não foram divulgadas por nenhuma das duas equipes, o que ajuda a manter as cotações pressionadas, com o sentimento entre os traders de que um acordo entre as duas maiores economias do mundo segue distante, mantendo distante também a demanda da nação asiática da soja norte-americana.
A notícia esfriou ainda mais o mercado internacional da oleaginosa, que já havia levado um balde de água fria do último boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Enquanto os traders esperavam por algum combustível vindo dos números atualizados para novembro, o reporte não trouxe quase nenhuma alteração e a reação dos preços foi de bastante apatia.
Outro fator que pressiona o mercado de maneira generalizada nesta segunda-feira é o crescimento dos protestos em Hong Kong.
"Os protestos em Hong Kong parecem estar aumentando as preocupações de um acordo comercial, mas acho que é apenas uma desculpa para tirar dinheiro da mesa. Fomos bastante fortes nas altas do mercado na semana passada, então é apenas um pequeno recuo, e acho que não será duradouro", explica o economista da Spartan Capital Securities, Peter Cardillo, em entrevista ao portal Investing sobre o comportamento do mercado financeiro.
Boletins do USDA - Com o feriado do Dia dos Veteranos sendo comemorado nesta segunda-feira nos EUA, os reportes semanais de embarques e de acompanhamento de safra serão reportados nesta terça-feira, dia 12.
Veja ainda a entrevista de Marcos Araújo ao Notícias Agrícolas, nesta segunda-feira, sobre o andamento das cotações em Chicago e no mercado brasileiro:
CLIMA NA AMÉRICA DO SUL
Previsões atualizadas indicam que a partir do final desta semana a distribuição de chuvas deve melhorar no Brasil, com volumes maiores chegando, enfim, a regiões no Brasil Central onde a umidade tem sido muito necessária agora, como explicou o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Mamede Luiz Melo.
Por outro lado, na região Nordeste do país, as mudanças devem demorar um pouco mais de tempo para acontecer. "Não vem chovendo nem no leste e nem no interior da região Nordeste. E isso vai trazendo registros da umidade relativa do ar abaixo de 20%, especialmente no Oeste da Bahia e Piauí", diz.
No link abaixo, veja a íntegra da entrevista de Melo ao Notícias Agrícolas nesta segunda-feira:
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