Abiove fala ao NA sobre a Moratória da Amazônia e relação comercial com os europeus
A Moratória da Soja imposta pela Abiove no bioma amazônico não será estendida ao cerrado brasileiro, garantiu o presidente-executivo da entidade, André Nassar, em entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas.
André garantiu também que a Associação (que reúne as traders compradoras de soja) tem interesse em separar os produtores que atuam legalmente dentro da Amazônia (que obedecem ao Código Florestal, por exemplo) dos que promovem desmates ilegais.
"Dessa forma a Abiove pretende continuar comprando grãos dos produtores que possuem propriedades dentro do bioma amazônico, mas somente dos que estão em dia com os órgaos de fiscalização ambiental", frisou o presidente da entidade.
Para tanto, a entidade planeja apresentar um plano de controle e segregação da produção ilegal, que teria a participação de toda a cadeia produtiva, incluindo os próprios produtores nessa vigilancia, "por serem os maiores interessados nesse tipo de procedimento", frisou ele.
Sobre o cerrado, André Nassar diz que entidade está ouvindo representantes dos produtores de vários Estados para saber se eles aceitam uma proposta (a ser feita pela Abiove aos compradores internacionais) no sentido de se evitar novos desmates em áreas intactas de cerrado, promovendo, em troca, estímulos financeiros para que haja expansão de novos plantios de soja em áreas degradadas, como as pastagens abandonadas, por exemplo.
Como compensação, haveria um pagamento ao produtor equivalente ao valor de um arrendamento (8 sacas por hectare). Esse pagamento viria através da formação de um fundo financeiro que seria mantido pelas empresas compradoras interessadas na preservação do cerrado.
André Nassar frisou, no entanto, que o fundo ainda não está formado, e que existe tão somente a formatação de uma proposta aos compradores. "Enquanto a formação do fundo de compensação ambiental não se concretizar a entidade não fará nenhum movimento no sentido de proibir a compra de soja das áreas de cerrado, garantiu.
Sobre o movimento que os produtores do norte do Pará planejam fazer em Dom Eliseu no próximo domingo (com transmissão ao vivo pelo NA), o presidente-executivo da Abiove diz que vai analisar todos os casos que se dizem prejudicados pela moratória (no municipio existem 63 fazendas interditadas por orgãos ambientais) e tentar ajudar aos produtores a se adequarem às exigencias da Lei.
-- Temos o maior interesse em comprar soja em maior quantidade possivel, pois esse é o nosso negócio. Só não podemos e não queremos comprar soja proveniente de áreas desmatadas ilegalmente. Se o produtor apresentar comprovação que está em conformidade com os órgãos de fiscalização ambiental, não tem porquê essas fazendas permanecerem embargadas. O que não vamos fazer, jamais, é comprar soja dos ilegais, isso temos de deixar bem claro, disse André Nassar.
Acompanhe a entrevista acima
3 comentários
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HELIO LUIZ HOFFMANN Tangará da Serra - MT
Estão criando mais uma indústria de corrupção no Brasil... Para o agricultor conseguir a certidão ambiental no Ibama (e demais secretarias de meio ambiente estaduais) mesmo estando conforme a lei, é uma via sacra.
Luiz Ribeiro Villela São Paulo - SP
1-Ninguem nem nenhuma firma, ou conjunto de firmas, pode se arvorar em arbitro da legalidade. Isso tem outro nome, Sr André Nassar.... 2-Gostando ou não, lembro que o unico arbitro é o Poder Judiciario.... 3-O GOVERNO FEDERAL sim deveria intervir nas GRANDES empresas desse CARTEL. A atitude delas é no minimo ilegal e e lamentavel que brasileiros, como o Sr Andre, estejam por tras dessa trama .
Leonardo Araujo de Oliveira Campo Grande - MS
Bom dia, João. O André contradiz na entrevista além de arbitrar a ilegalidade, apesar de comprar de quem quiser!! Nesse sentido, moratória em área desmatada legalmente não é pertinente, independente da época. Em outro vértice, nenhum país do mundo possui a exigência de Reserva Legal e APP. Sendo assim, a tese sustentada pelo viés ambiental, não faz sentido. Quanto a compra de soja de área desmatada, é óbvio que todas as áreas foram suprimidas, pois, tecnicamente, qualquer substituição de vegetação nativa por exótica, trata-se de desmatamento e/ou supressão, até mesmo nas áreas de savana gramínea lenhosa!!!! Já, em outra análise o André sugere agregar valor na soja, contudo, o comprador NÃO QUER COMPRAR PRODUTO INDUSTRIALIZADO. Sendo assim, venderemos para quem??? O volume de farelo exportado foi de 539 mil toneladas - nada relevante se comparado com o dano causado pela UE! Ainda de acordo com o depoimento do André, a moratória iniciou-se em 2006, alegando que não é momentânea além de não possuir viés comercial - ocorre, que no mesmo instante da entrevista confessa que o Brasil cresce 7% ao ano enquanto que os USA cresce 1%, afirmando que o futuro da alimentação humana esta no Brasil. Desse modo, reitera a afirmação dos interesses comerciais disfarçados pelo viés ambiental! Continua o entrevistado, alegando que as empresas são a favor do Brasil, o que é contraditório na minha análise. Ora, se o produtor desmatou ou abriu novas áreas dentro do preceito legal e técnico, porque aceitar imposições de outros países que sequer possuem boas práticas como o caso???!! Por fim, não consigo me convencer pelas alegações apresentadas!!! Da-lhe Brasil e CHINA!!!! Sucesso a todos.