Jataí tem maior atraso da história no plantio de soja com falta de chuvas; preocupação com safrinha de milho é crescente
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Entrevista com Vitor Geraldo Gaiardo - Presidente do Sindicato Rural de Jataí - GO sobre o Acompanhamento de Safra da Soja
DownloadEnquanto o produtor de soja no Rio Grande do Sul sofre com o excesso de chuvas e, por consequência, o atraso na colheita, em Jataí, em Goiás, a situação é inversa. A falta de chuvas está atrasando o plantio do grão, o que deve influenciar também na semeadura do milho safrinha. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Jataí, Vitor Geraldo Gaiardo, este atraso é o maior na história do município. Apesar do atraso, Gaiardo acredita que os produtores de Jataí não devam ter perdas na produtividade porque ainda estão dentro da janela de plantio, que na região vai até o final de novembro.
Gaiardo conta que a maior parte da cidade ainda sofre com chuvas esparsas e de baixo volume, e em localidades em que o plantio acontecia mais cedo, os produtores começaram a semear na semana passada. "Isso vem causando certo problema, porque com esse atraso, nós com certeza vamos ter muito milho safrinha pra ser plantado depois do dia 20 de fevereiro. Os que estão plantando a soja esta semana ainda vão ter que adentrar o mês de março, aí o risco climático é muito grande" afirma.
Há alguns casos também em que o produtor não arriscou plantar na poeira por causa do risco de ter que replantar, devido ao custo alto da semente. "O problema é que isso pode fazer com que o produtor não consiga as duas safras cheias". O presidente do sindicato também se queixa dos altos custos de produção, destacando, além do preço da semente, o valor do diesel e o custo com a manutenção do maquinário.
Em relação ao mercado, Gaiardo afirma que, com o afrouxamento no câmbio nos últimos dias, houve queda no mercado futuro. "Soja, por exemplo, a gente já chegou a travar negócio a R$ 77 para fevereiro e março, e hoje está na faixa de R$73. Milho, já tivemos negócios feitos a R$ 28, e hoje voltando a R$ 26,50".
Ele explica que as mudanças feitas pelo atual governo acabam provocando mudanças cambiais, o que torna as negociações incertas, fazendo com que o produtor fique cauteloso em relação a contratos futuros. "A gente vive em cima de uma coisa que não tem firmeza de nada, faz um negócio bom hoje e que amanhã pode não ser, e vice-versa".
A procura pela soja e pelo milho na região de Jataí tem sido intensa, de acordo com Gaiardo, devido à demanda externa e também do mercado doméstico, que têm adquirido os produtos para alimentação animal, uma vez que a exportação de proteínas animais têm subido. Com isso, "quem tiver armazém e a condição de segurar e pressionar na negociação, consegue vender com bom preço".
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