AGU pede que PGU investigue vazamento que citou Bolsonaro em caso Marielle

Publicado em 31/10/2019 12:05

LOGO REUTERS

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que a Procuradoria-Geral da União (PGU) investigue o vazamento do depoimento do porteiro do condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa no Rio de Janeiro, no qual afirmou que um dos acusados da morte da vereadora Marielle Franco entrou no local dizendo que ia à residência do presidente, então deputado federal.

No documento, o advogado-geral da União, André Mendonça, lembra que a investigação sobre o assassinato da vereadora do PSOL e de seu motorista, Anderson Gomes, em março do ano passado corre em segredo de Justiça. O depoimento do porteiro foi revelado em uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de terça.

Mendonça argumenta que a possível participação de agentes públicos no vazamento pode implicar em improbidade administrativa e que a citação a Bolsonaro pode ferir a Lei de Segurança Nacional, que prevê que é crime "caluniar ou difamar" o presidente da República.

"Determino ao procurador-geral da União promover a instauração de procedimento prévio para coleta de informações a fim de averiguar a prática de ato de improbidade administrativa por agente público e eventuais partícipes", afirma o documento assinado pelo AGU.

A PGU é um órgão vinculado à Advocacia-Geral da União.

De acordo com o depoimento do porteiro, Élcio Queiroz --acusado de dirigir o carro usado no assassinato de Marielle-- entrou no condomínio dizendo que ia à casa de Bolsonaro e teve a entrada autorizada pelo "seu Jair". Queiroz, no entanto, teria se dirigido à residência de Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson e que mora no mesmo condomínio de Bolsonaro.

Na quarta-feira, o Ministério Público estadual do Rio de Janeiro, que comanda a investigação do assassinato, disse que o porteiro mentiu em seu depoimento e que foi Lessa quem autorizou a entrada de Queiroz no condomínio.

Em resposta à reportagem do Jornal Nacional, Bolsonaro negou ter autorizado a entrada de Lessa e atacou a Globo, acusando a emissora de constantemente infernizar sua vida, além de acusar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de ter vazado a investigação, o que o governador negou.

Além da investigação solicitada pela AGU, Bolsonaro acionou o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o titular da pasta solicitou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura de um inquérito para investigar a citação feita ao nome do presidente em apuração sobre o assassinato da vereadora.

A PGR disse que foram arquivadas as informações sobre a citação de Bolsonaro no caso e que o pedido de Moro foi recebido e o caso será apurado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário