Feijão carioca começa a segunda-feira pressionado depois de ter sido negociado acima dos R$200,00 na semana passada
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Entrevista com Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE sobre o Mercado do Feijão
DownloadApós uma semana com negociações de até R$ 200 o mercado do feijão carioca começa a segunda-feira (23) pressionado. Segundo Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE, as baixas no preço acontecem de maneira natural. "O mercado testou, veio valorizando e chegou a bater o nível de R$ 200,00. Hoje, segunda-feira, poucos compradores no mercado é natural quando aparece algum comprador colocar o preço abaixo do que praticado na semana passada", explica.
Para o especialista o volume que será comercializado em níveis mais baixos deve ser pequeno, devido ao fato dos produtores que ainda têm algum estoque se mantém em uma posição relativamente confortável porque já pagaram as depesas que tiveram com a colheita.
Lüders destaca que a cada ano as variedades plantadas e que são possíveis de serem armazenadas aumentam de maneira significativa. “Então os produtores vão administrando, utilizando essas novas tecnologias e é bem diferente de cinco, seis anos atrás de quando colhia e tinha que vender", comenta. Segundo ele, o mercado atual é completamente diferente e o produtor tem a chance de ir administrando o estoque na medida em que recebe as informações de qual é o real cenário de abastecimento para os próximos meses.
“Como em qualquer mercado de soja, café, milho, depois de uma alta você tem um momento de realização de lucro. Quando aqueles que especularam ou até mesmo quando alguns produtores decidem vender. Decidiu vender o mercado recua um pouco, realizam o lucro e volta. A hora que voltarem pro mercado há chance de ter novas valorizações", explica.
Marcelo acredita ainda, que se forem ofertados valores entre R$ 170 e 175, a grande maioria dos produtores devem preferir esperar pela possível retomada dos preços mais elevados. "Diferente dos outros anos a gente precisa analisar que nem tudo que está colhido, está sendo ofertado. Acabar de colher não significa que eles vão ofertar todo esse feijão pro mercado. Está colhido e eles vão administrar ao longo do tempo essa oferta", explica.
Dentro deste cenário, segundo o Lüders, a oferta acaba sendo menor que a demanda e por isso os preços acabam subindo. "Existe um certo estoque, não é grande, na mão de alguns produtores e eles vendo que haveriam uma concentração no mês de agsto e setembro foram administrando seu caixa e com calma vão negociar em outubro, novembro e dezembro", afirma.
Segundo Marcelo, a região da Bahia que tinha a expectativa de uma grande safra ainda não confirma a produção de 200 mil hectares. Ainda exsitem algumas regiões colhendo e segundo ele, o feijão foi vendido em torno de R$ 170 e R$ 180 na semana passada, na região de Serqueiro.
A próxima safra a sair é a do interior do estado de São Paulo. De acordo com o especialista, apesar da geada que atingiu alguns pontos, nem toda a área sofreu e a safra deve ficar entre 15 e 17 mil hectares. “Uma vez que uma safra de São Paulo é produzida dentro de um estado populoso e de grande demanda, não há muito que esperar de 17 mil há que venha abaixar mercado, então também será administrada", explica.
No radar dos próximos meses, Lüders afirma que é possível enxergar um período de valorização do mercado. "É importante que os produtores façam um preço médio, vão vendendo um pouco sempre que aparece comprador. Procure vender quando os compradores estão buscando, não espere o momento que ele sai do mercado, se não vai vender por um preço mais baixo", orienta.
Confira a entrevista no vídeo acima
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