Palocci delata empresários (veja o vídeo exclusivo de O Antagonista)

Publicado em 04/09/2019 09:09

Em vídeo inédito da delação premiada, obtido por O Antagonista, Antonio Palocci narra como Marcelo Odebrecht, Benjamin Steinbruch e Rubens Ometto conseguiram parcelar o pagamento bilionário de impostos no Refis da Crise em 2009.

“A Odebrecht combinou com Guido Mantega e me informou na época de pagar R$ 50 milhões por conta dessa operação. A Companhia Siderúrgica Nacional combinou e pagou R$ 14 milhões. Também Rubens Ometto pagou”, disse, se referindo às propinas destinadas ao PT.

O benefício foi aprovado em medida provisória e parte do dinheiro abasteceu a campanha de 2010. O vídeo detalha o depoimento escrito, cujo teor foi revelado por O Antagonista na semana passada.

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“Estou aqui com seu dinheiro e vocês não vêm buscar, pô”

Em sua delação premiada, Antonio Palocci contou detalhes de suposta articulação para permitir a fusão dos bancos Itaú e Unibanco, envolveu Pedro Moreira Salles no caso e disse que, em contrapartida, a instituição financeira doou R$ 4 milhões para a campanha de Dilma Rousseff em 2010.

Então deputado federal, ele contou que teria sido procurado em 2008 por Pedro Moreira Salles para ajudar na fusão. Como relator do projeto de lei que transferia do Banco Central para o CADE a competência sobre esse tipo de operação, Palocci deveria “sentar em cima do projeto”.

E foi o que ele fez, segundo disse à Polícia Federal. O hoje delator contou também que Moreira Salles teve o apoio de Henrique Meirelles, então presidente do BC, e Alexandre Tombini, diretor.

Segundo Palocci, Tombini chegou a ir até sua casa para entregar-lhe uma grande documentação contrária à transferência à passagem do controle do BC para o CADE, “o que destoava da própria posição do Banco Central sobre o assunto”.

Em 18 de fevereiro de 2009, o BC aprovou a fusão entre os dois bancos – concentrando mais de 30% do mercado.

Palocci contou ainda que, durante a campanha de 2010, teria recebido uma ligação do então diretor financeiro do Itaú-Unibanco, dizendo: “Vocês não estão precisando de dinheiro para a campanha? Estou aqui com o seu dinheiro e vocês não querem, pô.”

Ainda segundo o “italiano”, o tesoureiro José De Filippi foi designado para cuidar do repasse de R$ 4 milhões para a campanha de Dilma.

O ex-ministro garantiu à PF que, na conversa com o diretor do banco, “ficou claro que a doação era um agradecimento pela ajuda que o governo deu para que a fusão fosse aprovada pelo Banco Central”.

Em nota, o Itaú Unibanco “repudia a tentativa de vincular doações eleitorais feitas de forma legal a supostas condutas para atender a interesses particulares”.

“O banco não teve acesso à delação, mas afirma que a declaração mencionada é mentirosa. Nas eleições de 2006, 2010 e 2014, o banco doou montantes iguais aos candidatos que lideravam as pesquisas de opinião, conforme consta nos registros do TSE, o que deixa claro que não houve privilégio a qualquer um dos partidos. O Itaú Unibanco lamenta que seu nome tenha sido usado indevidamente por um réu confesso que tenta obter vantagens em acordos com a Justiça.”

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Fonte:
O Antagonista

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