Operação financeira na soja (opção/call) deu lucro de R$ 5,08 por saca em 1 mês, relata Agrinvest
No dia 17 de junho -- portanto, há 1 mês --, o operador de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest (corretora de Agro de Curitiba) sugeriu uma alternativa de comercialização visando dar maior lucratividade ao produtor de soja. Passados exatos 30 dias, a operação foi encerrada com um ganho de R$ 5,08 por saca (hoje cotada em Paranaguá próximo de R$ 80). Ou seja, quem realizou a operação lucrou R$ 5,08 acima de Paranaguá.
O que Marcos Araújo denominou de "operação caixa" foi a sequencia de uma recomendação que já vinha sendo operacionalizada desde março, quando os preços da soja subiram em Chicago, acompanhado também da subida do dólar. Na oportunidade, Marcos concedeu entrevista aqui ao Notícias Agrícolas, recomendando a venda da soja, e que se colocasse o dinheiro no banco (ganhando juros em reais sobre a venda).
No dia 17 de junho, Marcos novamente veio ao ar aqui no Notícias Agrícolas dizendo que o agricultor que tinha dinheiro em caixa comprasse uma opção de alta em Chicago (call - spread) com valor determinado para saida. Ou seja, naquele dia o buschel estava valendo US$ 8,60 e que, como a tendência era de alta, a operação poderia ser findada a US$ 9,60 -gerando lucros de US$ 1,15 por saca. Restava saber o custo da operação (o prêmio).
O custo desse papel (opção de compra, call) para US$ 9,60 valia US$ 0,37 por saca, e, como o strike (objetivo) proposto era US$ 9,60 em Chicago, o diferencial seria, portanto, um ganho total US$ 1,15 /saca. Retirando os US$ 0,37 investidos, isso permitiu ganho liquido US$ 0,78/saca. Transformado em reais, o lucro transformou-se em R$ 3,03 por saca. Adionando os juros ganhos sobre esses reais (periodo março/julho), a operaçao final proporcionou ao produtor que seguiu a recomendação de Marcos ganhou, em exatos 30 dias, R$ 5,08 por saca.
Marcos Araújo recomendou essa operação apenas como exemplo. Por dia, a Agrinvest sugere no minímo 10 operações semelhantes a essa, como também as demais corretoras ligadas ao Agro (credenciadas pela B3) oferecem outras alternativas. São aproximadamente 600 corretoras de futuro operando no mercado.
Marcos Araujo sugere ao produtor tomar informações. "Ligue para uma corretora, evite perdas senão você será alijado do mercado", alertou o analista da Agrinvest.
1 comentário
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Jobe canalli Passo Fundo - RS
E quando a opção dá prejuízo? isso ninguém fala. Se fosse tão fácil assim todo produtor estava milionário...
Leitor do NA perguntou se nas operações com opções a futuro acontecem algum prejuízo. Respondo: o máximo de prejuízo que se tem nas opções a futuro é a perda do prêmio pago no ato da compra, a exemplo do que acontece com as opções de milho (fisico) da CONAB. Ou seja, o prejuízo máximo citado na reportagem seria de $ 0,37 por saca (isso se os preços não subissem.. como subiu, o produtor embolsou). Como comparação, usamos a compra de um seguro de um carro quando se licencia o veiculo. Pagamos 10% e torcemos para perde-lo (ou seja, torcemos que não precisemos usar o seguro em caso de roubo ou acidente. Com isso, perdemos o premio e no ano seguinte renovamos a aposta). Nas opções (call) a sistemática é a mesma..
Quantos reais a BM&F (B3) ou a corretora exigem em garantia por contrato?
(Resposta da Redação: no caso, só o cadastro; e o pagamento do valor do premio, à vista. Como se trata de operação em "opções a futuro", o participante não opera na Bolsa (sem, portanto, ter a necessidade de margear e equalizar a posição ao final da sessão). Ele só acompanha o vai-e-vem das cotações para se posicionar. A compra de uma posição (seja call ou put) é semelhante à operação feita em opções no mercado fisico (como nos leilões de milho da Conab, por exemplo). A diferença é que sendo "opções a futuro", o papel é flexivel, permitindo a entrada e saída no momento de decisão do participante).