EUA e China retomarão conversas com poucas mudanças desde fracasso de acordo

Publicado em 09/07/2019 10:12
Diferenças entre os dois países continuam sendo entraves para fim da guerra comercial

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Por David Lawder e Chris Prentice

WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - Os Estados Unidos e a China devem retomar as conversas comerciais nesta semana depois de um hiato de dois meses, mas, um ano após o início da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, há poucos sinais de que as diferenças diminuíram.

Depois de se encontrar com o líder chinês, Xi Jinping, no Japão no final de junho, o presidente dos EUA, Donald Trump, concordou em suspender uma nova leva de tarifas sobre importação de bens de consumo chineses no valor de 300 bilhões de dólares enquanto os dois lados reiniciam as negociações.

Trump disse que a China recomeçará a comprar commodities agrícolas norte-americanas em grande volume e que os EUA relaxarão algumas restrições a exportações da gigante de equipamentos de telecomunicações chinesa Huawei Technologies.

Mas fontes a par das conversas e observadores do comércio chinês em Washington disseram que a reunião não fez muito para abrir caminho para que os principais negociadores resolvam um impasse que travou as conversas comerciais no início de maio.

Na semana passada, uma autoridade dos EUA disse que os debates devem recomeçar com um telefonema entre o representante comercial norte-americano, Robert Lighthizer, o vice-premiê chinês, Liu He, e o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.

Um porta-voz de Lighthizer disse que o telefonema deve ocorrer nesta semana, mas não deu mais detalhes.

Os EUA exigem que a China faça reformas abrangentes em suas políticas para proteger a propriedade intelectual norte-americana, acabar com as transferências forçadas e com o roubo de segredos comerciais e conter os enormes subsídios estatais. O que está em jogo, dizem autoridades dos EUA, é o domínio das indústrias de alta tecnologia do futuro, da inteligência artificial ao aeroespaço.

"Vimos uma mudança atmosférica", disse Derek Scissors, especialista em China do American Enterprise Institute, centro de estudos de Washington voltado para os negócios. "Embora isso seja ótimo para os mercados, o governo não disse nada de específico sobre como não estamos mais atolados".

Scissors, que chegou a prestar consultoria a funcionários do governo Trump, disse que os dois lados conseguiram o que queriam da reunião: baixar a temperatura e evitar novas tarifas que teriam sido danosas para ambos.

Mas Washington e Pequim parecem ter ideias diferentes do que os dois líderes acertaram em Osaka. Três fontes a par do estado das negociações disseram que o lado chinês não assumiu compromissos firmes para comprar commodities agrícolas de imediato.

(Reportagem adicional de Ben Blanchard, em Pequim, e Andrea Shalal, em Washington)

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Fonte:
Reuters

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