Café arábica cai para US$ 1,09/lb em NY nesta 3ª em ajustes e com pressão do dólar
Os contratos futuros do café arábica encerraram a sessão desta terça-feira (02) com queda próxima dos 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado externo do grão realiza ajustes e acompanha o câmbio depois de máximas de sete meses na sessão anterior.
O vencimento julho/19 encerrou o dia com queda de 190 pontos, a 108,25 cents/lb, o setembro/19 anotou 109,65 cents/lb com 170 pontos de perdas. O contrato dezembro/19 caiu 160 pontos, a 113,35 cents/lb e o março/20 teve 116,90 cents/lb e 160 pontos negativos.
O arábica na ICE oscilou entre altas e baixas na sessão desta terça-feira, com máxima de 112,25 cents/lb e mínima de 109,08 cents/lb, segundo dados da Investing. O dia foi mais marcado por ajustes ante as máximas com preocupações de geadas e com câmbio.
"A ameaça é possível, mas a situação não tem ocorrido porque produtores saíram de áreas mais frias como o Paraná nos últimos 20 anos. Não houve tempo ruim no momento da floração e a colheita está com baixo rendimento e qualidade", afirma o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Na sessão anterior, o mercado futuro do café arábica fechou acima da média móvel de 200 dias, testando máximas de sete meses, acompanhando as chances de geada em áreas produtoras de café por conta de uma massa de ar frio de origem polar que avança sobre o Centro-Sul.
O frio já está intenso no Sul do Brasil e o declínio avança para outras regiões no decorrer da semana, com chances de geadas. "O pico desta onda de frio deve ser nos dias 5 e 6 de julho de 2019", destaca a Climatempo.
A colheita do café na área de abrangência da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 52,64% da área até 28 de junho, segundo a entidade. Os trabalhos estão mais adiantados que nos últimos anos. Em 2018, neste período, a colheita estava em 30,22%.
Leia mais:
» Colheita na área da Cooxupé atinge 52,64% até o dia 28 de junho
Além do movimento de ajuste técnico, o mercado do arábica na ICE também sentiu pressão das oscilações do dólar ante o real. Às 16h49, a moeda estrangeira subia 0,12%, cotada a R$ 3,848 na venda, acompanhando a comissão especial da reforma da Previdência.
"Os preços do café caíram nesta terça-feira com uma queda do real para mínimas de uma semana e meio ante o dólar, o que encoraja as exportações por parte dos envolvidos no Brasil", destaca o site internacional Barchart. Dados de exportação contribuíram.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil reportou na segunda-feira que as exportações brasileiras em junho saltaram 30% de um ano para o outro, totalizando 2,80 milhões de sacas de 60 kg. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café tem apresentado picos de alta. "O mercado físico brasileiro de café apresentou-se firme e comprador. Houve boa procura e negócios com todos os padrões de café, mas o foco principal dos compradores foram os arábicas de boa qualidade a finos", destacou em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 483,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com saca a R$ 450,00 e baixa de 3,23%.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 450,00 e desvalorização de 3,23%. Foi a maior no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 450,00 – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 2,25% e saca a R$ 435,00.
Na sexta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 440,87 e alta de 1,49%.
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