Soja fecha em queda na CBOT e, ao lado do dólar, pressiona portos do Brasil nesta 6ª
O mercado da soja registrou uma nova semana de volatilidade. No cenário internacional, após consecutivos pregões de ganhos fortes, as cotações terminaram o dia em queda. Os futuros da oleaginosa fecharam os negócios recuando mais de 10 pontos entre os principais contratos, com o julho cotado a US$ 8,77 e o agosto, US$ 8,84 por bushel.
Os preços sentiram, como explicaram analistas e consultores de mercado, o peso da realização de lucros neste período de final de mês - e depois dos bons ganhos dos dias anteriores.
Além disso, as previsões climáticas que indicam uma pequena janela de plantio para produtores em regiões pontuais dos EUA também estiveram no radar dos traders. "Até quarta ou quinta-feira podemos ter uma janela, mas é uma janela curta", diz Matheus Pereira, diretor da ARC Mercosul.
Como explica o executivo, o cenário é de calamidade extrema para o produtor norte-americano - principalmente para o de milho neste momento - mas o mercado tem especulado bastante sobre isso. No entanto, Pereira faz um alerta.
"Até que a gente comece a presenciar, vivenciar uma melhora climática nos EUA, iremos manter um movimento de alta nas cotações da CBOT. Enquanto não veremos a confirmação dessa melhora e números de plantio semanais se reaquecendo, não devemos ter uma reversão agressiva do mercado", diz.
Afinal, além de previsões que ainda sinalizam mais chuvas, as condições atuais são bastante graves nos EUA.
Em todo o país, faltam ainda quase 15,74 milhões de hectares (39.792,640 milhões de acres) de milho para serem plantados. Para a soja, que começa a ser semeada mais tarde nos EUA, ainda faltam mais de 24 milhões de hectares (60.078,070 milhões de acres).
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PREÇOS NO BRASIL
Acompanhando as baixas de Chicago e mais o dólar que fechou na mínima desde o começo de maio, os preços da soja recuaram ligeiramente nos portos do Brasil nesta sexta-feira. As cotações perderam entre 0,36% e 0,61% entre suas principais referências. Ainda assim, mantêm patamares importantes.
Em Rio Grande, a soja disponível fechou com R$ 81,50 e o junho, R$ 82,00 por saca. Já em Paranaguá, respectivamente R$ 82,80 e R$ 83,50. Em São Francisco do Sul, estabilidade nos R$ 82,00 no spot.
Já no interior do país, o movimento não foi homogêneo e foram registradas fortes altas e baixas nas mais diversas praças de comercialização do Brasil. Enquanto Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, registrou valorização de 3,60%, para R$ 72,00 por saca, em Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, queda de 1,49% para R$ 66,00.
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Nesta sexta-feira, o dólar terminou o dia com R$ 3,9244 e queda de 1,37%. Na semana, a desvalorização da moeda americana ficou em 2,28%.
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