Soja: Semana de bons negócios no Brasil com prêmios a 110 cents e dólar nos R$ 4,10
Os preços da soja fecharam o pregão desta sexta-feira (17), na Bolsa de Chicago, com mais de 20 pontos de queda. As cotações foram pressionadas por um movimento de realização de lucros e pelas informações de que a China está descartando novas negociações com os EUA no curto prazo diante do que chamou de "imposições" do presidente Donald Trump.
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>> China descarta novas negociações com os EUA no curto prazo; soja cai forte na CBOT
Assim, o vencimento terminou o dia com US$ 8,21 por bushel, com queda de 18 pontos. Em relação à última sexta-feira, porém, a posição tem uma alta de 1,48% Já o agosto, que terminou com US$ 8,28 e perdendo 18,25 pontos, subiu em relação ao dia 10, 1,60%.
Com as baixas em Chicago, os prêmios subiram no Brasil e superaram os 100 pontos, como relatou o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta. Algumas posições chegaram a bater os 110 pontos acima dos valores da CBOT diante, não só do recuo no quadro internacional, mas também da forte demanda pela soja do Brasil.
E não só pelos prêmios, mas os preços da soja no mercado brasileiro foram favorecidos também pelo dólar. A moeda americana voltou a disparar e terminou a sexta-feira nos R$ 4,10, com alta de 1,62%. Na máxima do dia, a divisa bateu nos R$ 4,11 e o fechamento é o mais alto desde 19 de setembro.
O dólar subiu, na semana, 4% frente ao incerto e aquecido cenário político nacional, bem como pela elevada aversão ao risco no internacional, intensificada, principalmente, pelas questões da guerra comercial entre China e Estados Unidos. O sentimento do mercado financeiro global é de que um acordo entre as duas maiores economias esteja cada vez mais distante.
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Assim, nos melhores momentos do dia - e da semana -, os preços da soja nos portos brasileiros variaram entre R$ 80,00 e R$ 81,50 por saca e motivaram bons negócios. Ainda como explicou Sousa, os três pés de formação dos preços da soja no mercado brasileiro se mostraram positivos nos últimos dias - já que Chicago caiu, nesta sexta-feira, depois de três dias consecutivos de altas fortes - e criaram um "momento ímpar" para o produtor brasileiro.
Somente na última terça-feira (14), quando os preços dispararam na Bolsa de Chicago e fecharam com ganhos de quase 30 pontos - o Brasil negociou aproximadamente dois milhões de toneladas de soja entre portos e interior.
Relembre com a entrevista de Vlamir Brandalizze, no link seguinte, leia também uma notícia da Reuters com uma análise do Cepea sobre a demanda pela oleaginosa do Brasil nos últimos dias:
>> Brasil negocia cerca de 2 mi de t de soja nesta 3ª feira com disparada dos preços em Chicago
>> Brasil negocia milhões de toneladas de soja em poucos dias com demanda chinesa e dólar
Para o presidente da AgResource (ARC), Dan Basse, os chineses poderiam esperar os resultados das eleições presidenciais em 2020 para voltar a negociar efetivamente com os EUA, o que amplia ainda mais as oportunidades para a soja brasileira.
"Isso quer dizer que o Brasil pode ser o maior exportador para a China até o começo de 2021", diz. O importante será saber aproveitar as oportunidades que o mercado vai trazer a partir de agora. Veja mais no vídeo abaixo:
>> Clique AQUI e Saiba mais no site da ARC Mercosul
CLIMA NOS EUA
Hoje, a pressão das questões políticas voltaram a se intensificar no mercado internacional. O clima adverso no Meio-Oeste americano, no entanto, continua preocupando muito e deve ser fator de suporte para as cotações nos próximos dias.
As previsões continuam a mostrar muitas chuvas para os próximos dias em muitas regiões do Corn Belt onde o plantio já está bastante atrasado e que podem ter os trabalhos ainda interrompidos.
O boletim semanal de acompanhamento de safra que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima segunda-feira, 20, pode trazer números ainda bem distantes do normal para esta época do ano, abaixo dos registros de 2018 e da média dos últimos cinco anos.
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