Usina cooperada de AL mantém 20% de reforma, parte para 1,2 mi/t, diversifica uso do mix e aguarda venda direta de etanol
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SÃO PAULO (Reuters) - As usinas do centro-sul do Brasil devem reduzir a produção de açúcar na safra 2019/20, iniciada neste mês, em meio a uma oferta de cana semelhante à do ciclo passado, enquanto empresas do setor ainda lidam com dívidas bilionárias após anos de dificuldades financeiras, disse a Archer Consulting nesta quarta-feira.
De acordo com a consultoria, o principal polo canavieiro do mundo fabricará nesta temporada 26,9 milhões de toneladas de açúcar, versus cerca de 28,5 milhões em 2018/19. A visão destoa de outras consultorias, que em pesquisa da Reuters apontaram aumento na produção da commodity.
A previsão leva em conta um mix de 36 por cento da oferta de cana para a produção do adoçante, com moagem da matéria-prima estimada em 572 milhões de toneladas, frente 563 milhões no ano anterior.
Quanto à fabricação de etanol, a Archer disse esperar 29,5 bilhões de litros em 2019/20, acima dos 26,4 bilhões de 2018/19.
Conforme a consultoria, o setor sucroenergético brasileiro segue bem endividado, com a taxa cambial pressionando os passivos da indústria.
Pelos seus cálculos, as usinas brasileiras fecharam a safra 2018/19, em março, com endividamento de 100,05 bilhões de reais, "em função da desvalorização do real" ante o dólar. O montante é 12,4 por cento acima da dívida de um ano antes e representa cerca de 180 reais por tonelada de cana processada.
FIXAÇÃO
A Archer destacou ainda que a fixação de preços para vendas futuras de açúcar por usinas do centro-sul atingia 10,2 milhões de toneladas no fim de janeiro, ou 48,6 por cento do total previsto das exportações.
O valor médio da fixação até então era de 13,08 centavos de dólar por libra-peso, ou 1.158,95 reais por tonelada.
Conforme a consultoria, o hedge de 48,61 por cento é o maior para o período (até janeiro) na série histórica da Archer, iniciada em 2012/13.
Ainda que o total de hedge seja percentualmente elevado, vale lembrar que a Archer prevê uma nova queda na produção de açúcar do centro-sul, após o total produzido ter despencado no ano anterior, em meio a preços do etanol mais favoráveis que os dos açúcar.
(Por José Roberto Gomes)
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