China visa acordos de longo prazo no setor alimentício do Brasil, diz embaixador
SÃO PAULO (Reuters) - O governo chinês está procurando aumentar sua presença no setor de processamento de alimentos do Brasil e alcançar acordos sobre controles conjuntos de segurança alimentícia, que permitiriam acordos de fornecimento de longo prazo entre os países, declarou nesta quarta-feira uma autoridade chinesa.
Yang Wanming, que assumiu o cargo de embaixador da China no Brasil há cerca de dois meses, disse em uma apresentação a empresários e autoridades do governo do Estado de São Paulo que a nação asiática também busca oportunidades nos projetos de infraestrutura e no setor de refino de petróleo do país.
"Os dois países têm de impulsionar fluxos comerciais, trabalhar para liberalizar e facilitar o comércio, expandir o acesso de mão dupla aos mercados", disse Yang na apresentação, por meio de um tradutor.
"O setor agrícola é uma importante parte de nossa cooperação comercial. A China gostaria de aumentar essa cooperação em direção ao processamento de produtos agrícolas e intensificar a cooperação no controle de segurança alimentar, com o objetivo de construir uma parceria de longo prazo, na qual ambos os países possam ganhar", declarou.
Alguns processadores brasileiros de alimentos foram feridos por um grande inquérito iniciado em 2017 sobre o controle alimentar iniciado em 2017, que investigou a relação entre frigoríficos, autoridades do Ministério da Agricultura e laboratórios de certificação de segurança das carnes.
A investigação, que permanece em andamento, indicou que algumas das empresas subornaram inspetores para que mantivessem unidades em operação, emitissem certificados internacionais de saúde e permitissem a venda de produtos que violavam os padrões de segurança alimentícia.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, uma relação que atingiu quase 100 bilhões de dólares no ano passado.
Houve sinais de possíveis obstáculos na expansão das relações durante a campanha presidencial do ano passado, quando o então candidato Jair Bolsonaro, que venceu a eleição, criticou a aquisição recente de ativos brasileiros por empresas chinesas.
Yang disse que conversou com diversos ministros da nova administração desde que chegou a Brasília, e que foi bem recebido.
"Todos eles expressaram interesse em impulsionar nossa relação. O presidente por si próprio expressou seu desejo por aprofundar nossa relação, particularmente no comércio", declarou o embaixador.
Ele não divulgou detalhes dos planos da China quanto ao processamento de alimentos ou ao refino de petróleo.
A empresa chinesa CNODC, subsidiária da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC, na sigla em inglês), assinou um acordo com a Petrobras no ano passado para parceria na construção do complexo de refino Comperj, no Rio de Janeiro.
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