Diminuição do volume de crédito é o que preocupa a agricultura, diz Carlos Paulino
Preço e especulações sobre safra 2019/20 de café limitam negócios no Brasil, diz Cepea
SÃO PAULO (Reuters) - Os fracos preços do café e as especulações quanto à safra 2019/20 do Brasil têm limitado o ritmo de negócios envolvendo o grão no mercado brasileiro, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, nesta terça-feira.
"Apesar do retorno das chuvas em boa parte das regiões produtoras, muitos agentes ainda não descartam impactos negativos sobre a produção, fundamentados no clima quente e seco de janeiro. Nesse cenário, muitos cafeicultores devem aguardar as confirmações quanto a possíveis quebras de safra para, então, comercializar volumes significativos", comentou o Cepea.
Segundo levantamento do Cepea, enquanto em janeiro cerca de 60 a 80 por cento da safra 2018/19 de café arábica havia sido vendida, em fevereiro (até o dia 15), o percentual passou a ser de 60 a 85 por cento, "ou seja, com pouca evolução no período".
Para o café robusta do Espírito Santo, agentes não observaram mudança no volume vendido, que permanece entre 70 e 80 por cento da safra.
"Caso os preços se mantenham nos atuais patamares, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea é de que a liquidez siga baixa, pelo menos até a aproximação da colheita da safra 2019/20, quando produtores precisarão “fazer caixa” para realização dos trabalhos de campo", afirmou o centro da Esalq.
Os preços do café na Bolsa ICE, referência global, estão sendo negociados em torno de 1 dólar por libra-peso, um pouco acima do valor registrado em setembro do ano passado, de cerca de 95 centavos de dólar por libra-peso, quando atingiram os menores patamares em mais de uma década, sob pressão de uma safra recorde no Brasil.
No Globo Rural: Tereza Cristina cobra 'atenção' de Guedes para agronegócio e elogia Salles
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chamou a atenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, para o setor do agronegócio, na noite desta terça-feira (19/2). "Professor Paulo Guedes, vamos olhar juntos com muita atenção para esse setor, que é sobrevivente", disse a ministra durante a cerimônia de posse da diretoria da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
Nos bastidores, a ministra tem demonstrado resistência às políticas liberais de Guedes. Ao jornal O Estado de S.Paulo, no início do mês, Cristina disse que o "desmame" de subsídios não pode ser tão radical. Além disso, após conversar com Cristina e pressionado pelos produtores de leite, o presidente Jair Bolsonaro mandou a equipe econômica voltar atrás e anunciou o aumento do Imposto de Importação para compensar o fim da sobretaxa ao leite em pó defendido por Guedes.
Cristina disse na noite desta terça que a bancada ruralista é a "mais progressista do país" e sempre lutou por um agronegócio mais moderno, embora tenha reclamado que muitas vezes o governo "atrapalhou". Em seguida, para evitar desconforto, disse que se referia aos governos anteriores. "Elegemos um presidente da República que valoriza o produtor rural", elogiou.
Leia a notícia na íntegra no site do Globo Rural.
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