Embrapa atesta que braquiária consorciada com milho é opção rentável para reestruturar solo e melhorar produtividade na soja
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Entrevista com Henrique Debiasi - Pesquisador Embrapa Soja sobre o Lucro operacional da segunda safra depois da soja
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Nesta sexta-feira (15), o Notícias Agrícolas conversou com Henrique Debiasi, pesquisador da Embrapa Soja, que desenvolveu um estudo com alternativas para a diversificação do sistema de produção envolvendo a soja para o Paraná.
O grande objetivo desse estudo, conduzido há sete anos, é mostrar para o produtor que pequenas alterações, aumentando a diversidade de plantas, trazem grandes benefícios em termos de aumento de lucro operacional. Isso gera também o melhoramento de estrutura de solo e uma maior cobertura, o que reduz a infestação de plantas daninhas e mantém a conservação da umidade e da redução de temperatura no solo, trazendo um grande efeito para o funcionamento das raízes.
A pesquisa começo no ano de 2012 em parceria com a Cocamar no município de Floresta (PR). É uma região quente que possui um inverno com restrição de chuvas. Nessa região, predomina o sistema soja-milho segunda safra. Assim, foi observado um grande aumento na degradação da qualidade estrutural.
Confira a pesquisa completa:
Quais resultados esperar do sistema ILPF?
A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia que objetiva a produção sustentável, integrando atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema.
Saiba mais: Quais os objetivos e benefícios do sistema ILPF?
No entanto, sempre que se busca um sistema integrado, o objetivo final é melhorar os resultados da fazenda. Mas afinal, quais são os resultados que podem ser esperados com a implantação desse sistema?
1) Maior rentabilidade
O sistema ILPF proporciona maior rentabilidade à propriedade, já que permite que se obtenha três fontes de renda diferentes. Isso porque é possível produzir três safras, na mesma área, no mesmo ano agrícola, sem irrigação. Isso somente é possível de ser feito no Brasil.
A foto abaixo mostra claramente as 3 safras: soja, milho safrinha, capim, além da produção de leite que foi realizada nessa área. Vale ressaltar que poderia ter sido feita a produção de gado de corte também.
Em regiões que não têm aptidão para o milho safrinha, como é o caso do exemplo dessa foto, pode-se implantar após a soja, o capim e se fazer a produção de grãos e carne em uma mesma área, que também traz resultados bastante interessantes. No entanto, é comum em áreas de integração a produção de três safras, ou seja, três fontes de renda por ano.
É importante ressaltar que em propriedades que não possuem o sistema integrado, a exploração de apenas uma atividade (agricultura ou pecuária) não potencializa a renda da propriedade.
Vale ainda lembrar do componente floresta do sistema, que também é gerador de receita. Assim, o sistema ILPF funciona como se fossem três fazendas em uma só!
2) Solo e pastagens recuperadas
A recuperação acontece não somente de pastagens degradadas, mas também, em pastagens que já tiveram dois anos de uso para a pecuária. Nesse momento que a pastagem já perdeu seu potencial de produção, faz-se o plantio da lavoura, potencializando novamente essa área.
Quando o sistema integrado já está instalado na propriedade, é possível fazer essa transição de pastagem para lavoura a qualquer momento. Como se trata de um sistema dinâmico, isso pode ser feito também em momentos em que uma atividade não está dando os retornos esperados. Por exemplo, em momentos em que os preços das commodities agrícolas estão em baixa, o produtor pode optar pela pecuária. Assim, o sistema é muito flexível.
Observe na foto abaixo a diferença do teor de proteína de um pasto formado após o plantio da soja e outro sem a integração:
Assim, conclui-se que o ganho de peso dos animais será muito maior na área de pasto após soja e a exigência de suplementação desses animais será menor, ou seja, vai ser possível produzir mais carne gastando menos em suplementação.
A produção de grãos também melhora ano a ano no sistema integrado. Com isso, é possível estabilizar a produtividade em fazendas que têm períodos de veranicos intensos.
3) Valorização da propriedade
Uma propriedade que tem o sistema integrado já instalado passa por uma valorização. A cada ano, a propriedade passa a produzir mais, devido à melhoria no solo, o que leva à valorização não somente dessa propriedade, mas de toda a região onde está localizada.
Isso acontece, porque é comum que outros produtores da região também adotem o sistema integrado ao ver os bons resultados obtidos em fazendas vizinhas, tornando o efeito positivo mais amplo.
Mais informações acesse o site EducaPoint
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