Bolsonaro critica agências reguladoras, e quer "desamarrar" Ministério de Minas e Energia

Publicado em 01/01/2019 10:51

(Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro voltou a criticar na véspera a estrutura da máquina pública do país, citando especificamente caso de agências reguladoras, entre as quais a recém criada autarquia encarregada pela área de mineração.

Em entrevista à rede Record, Bolsonaro (PSL) reafirmou que vai desburocratizar o governo e fazer uma revisão em dispositivos legais que atualmente regulam as atividades do setor privado.

"A máquina é muito pesada...são centenas de conselhos pelo Brasil. As agências reguladoras também...nos últimos meses receberam novos nomes...a qualidade de parte dessas agências, das pessoas...o interesse é outro, não é botar para funcionar pela agência", disse Bolsonaro, sem dar detalhes.

"A agência mineral, por exemplo, nosso ministro de Minas e Energia está amarrado, tem que buscar maneiras de desamarrar", acrescentou.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) passou a funcionar no início de dezembro. A ANM, criada no governo de Michel Temer, assumiu as funções anteriormente exercidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), absorvendo atividades já desempenhadas e exercendo novas atribuições. A agência foi criada oficialmente para reduzir riscos e incertezas regulatórias para fomentar a confiança de investidores no setor.

Questionado sobre as denúncias envolvendo Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, Bolsonaro voltou a citar o longo relacionamento de sua família com ele e que cabe a Queiroz dar explicações.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou "movimentação atípica" de mais de 1,2 milhão de reais do ex-assessor. Entre as movimentações suspeitas estão depósitos à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro, na entrevista, voltou a afirmar que trataram-se de pagamentos de um empréstimo que havia feito a Queiroz. "Quem nunca fez um negócio como amigo? Não cobrei juros...Meu filho não está sendo investigado por absolutamente nada. Se tiver algo mais, que eu desconheço, cabe a explicação ao senhor Fabrício (Queiroz), não a mim", disse o presidente eleito.

Queiroz faltou duas vezes em depoimento marcado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para explicar os rendimentos, alegando problemas de saúde.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    O que é suspeito é o jornalismo primeiro chamar de "movimentações suspeitas" para agora dizer que são "atípicas". Vou explicar como se pode movimentar milhões em uma conta mesmo sem ter todo esse dinheiro. Para quem já precisou dar porrada na vida, não é necessária a explicação. Você compra um boi por 1 real e vende por 1,5, movimentou 2,5. Com o 1,5 compra dois bezerros e vende por 3 reais, movimentou 5,5 reais. Comprou duas novilhas com os 3 reais e vendeu por 4 reais. Movimentou 9,5 reais... e assim até o infinito se quiser. Vejam que só nessas negociações a movimentação do dinheiro foi quase dez vezes o valor inicial. È o mesmo principio do vendedor de água que foi dar entrevista no Danilo Gentili, com uma garrafa dágua ele começou o comércio e hoje sobrevive disso. Mas para os comunas isso é crime. Outra coisa, se é dinheiro recebido dos salários dos caras que eles botaram em empregos públicos, por que o coaf não fala logo? Não. Eles tem que levar adiante a calúnia. Provem logo de uma vez, processem e prendam o cara. Por que não pode? Porque o PT é o partido que mais fez isso, e faz ainda hoje.

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