Otimismo com economia dispara, diz Datafolha; Índice é recorde, aponta a FOLHA

Publicado em 23/12/2018 07:07
Movimento é comum antes de posse de presidentes, mas índices batem recorde com Bolsonaro (por Igor Gielow, na edição deste domingo da Folha de S. Paulo)

O otimismo do brasileiro com a economia disparou e está em níveis recordes às vésperas da posse de Jair Bolsonaro (PSL) como novo presidente do país, aponta pesquisa do Datafolha.

Segundo o instituto, 65% dos entrevistados acham que a situação econômica do Brasil vai melhorar nos próximos meses, ante apenas 23% que diziam isso no levantamento anterior, de agosto deste ano.

É o mais alto índice de uma série histórica que começa em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

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Já 67% dizem acreditar que estarão em melhor situação econômica pessoal à frente. Em agosto, eram 38%.

Esse índice de dezembro empata na margem de erro de dois pontos percentuais da pesquisa com os 68% que disseram a mesma coisa em março de 2013, antes de a popularidade de Dilma Rousseff (PT) ser corroída pelos protestos de junho daquele ano.

O Datafolha ouviu 2.077 pessoas em 130 municípios nos dias 18 e 19 deste mês.

Neste levantamento, acham que a economia brasileira vai piorar 9% —eram 31% em agosto. Já os que acreditam em estabilidade caíram de 41% para 24%. Na avaliação das finanças pessoais, os pessimistas passaram de 14% para 6%.

Os entrevistados que veem a situação igual à frente passaram de 44% para 25%.

A expectativa pré-Bolsonaro também é recorde, do lado positivo, quando o assunto é melhoria no mercado de trabalho. Em agosto, 19% diziam que o desemprego iria cair. Agora são 47%, o maior índice dessa série, que começa em 1995 —os pontos altos anteriores eram de 41%, em junho de 2003, março de 2013 e novembro de 2010.

Predizem o aumento da taxa 29%, ante 48% em agosto. Neste levantamento, 21% dizem acreditar que a taxa de desemprego seguirá a mesma, na casa dos 12%, segundo o IBGE, sete pontos percentuais a menos do que no anterior.

Em relação à inflação, pouco abaixo de 4% em 2018 (indicador IPCA), a toada é a mesma. De agosto para cá, aqueles que creem no aumento do custo de vida passaram de 54% dos ouvidos para 27%.

Já os que dizem acreditar na queda dos preços subiram de 11% para 35%, número que iguala o recorde histórico de junho de 2003, no começo do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O movimento de expectativa otimista é usual no mês anterior da posse de novos governos, analisando as séries históricas do Datafolha. Bolsonaro tem, contudo, melhores indicadores do que aqueles de seus antecessores.

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Evangélicos, base de apoio de Jair Bolsonaro (foto), são os mais otimistas sobre sua expectativa econômica - Pedro Ladeira/Folhapress

Há pontos fora da curva na análise, como o pessimismo com o desemprego antes das posses em segundo mandato de FHC (1999) e Dilma (2015).

Se o presidente eleito examinar as evoluções, também verá que ao longo do mandato os índices oscilam —geralmente para baixo. Também há calmarias, como nos meses que antecederam os protestos de junho de 2013.

A percepção da situação econômica atual do país também parece afetada pela onda otimista. Em pesquisa em junho, 72% achavam que o Brasil estava pior nos últimos meses, algo que se refletia na altíssima impopularidade do governo Michel Temer (MDB).

Nesta pesquisa, esse índice cai para 37%. Saltou de 6% para 20% o número dos que acham que o país está melhor, enquanto os que veem tudo igual pularam de 20% para 42%.

No campo pessoal, algo semelhante é observado. Acham que sua vida econômica piorou nos últimos meses 30%, ante 49% em junho. Os que acham que ela melhorou são o dobro: de 10% para 20%, enquanto os de opinião neutra passaram de 40% para 49%.

Houve também uma inversão na percepção da crise econômica, após recessão e a lenta recuperação depois do impeachment de Dilma em 2016.

Em junho, só 27% achavam que ela iria acabar logo e o país voltaria a crescer. Agora, são 50%. Na mão inversa, acham que ela vai se estender 42%, 15 pontos a menos do que na pesquisa anterior. Os que enxergam a crise já encerrada pularam de 2% para 5%.

Há bastante homogeneidade desse otimismo na sociedade ao observar a estratificação dos dados. Ainda assim, há alguns pontos dissonantes.

Pessoas com curso superior são as menos otimistas (62%) com a melhoria de suas contas pessoais do que as que chegaram ao ensino médio (72%).

Nada menos que o dobro (10%) dos mais escolarizados preveem piora no quesito do que os com ensino fundamental e médio.

Em relação ao país, o mesmo: 58% dos que têm diploma universitário acham que a economia brasileira irá melhorar, ante 69% com ensino médio com essa opinião. Aqui há a única discrepância maior de gênero na pesquisa: homens (68%) são mais otimistas que as mulheres (62%).

Quando o assunto é desemprego, os mais pobres (até dois salários mínimos mensais) têm uma percepção mais pessimista do que os mais ricos (renda acima de dez salários mínimos). No primeiro grupo, 35% acham que a taxa vai aumentar; no segundo, 16%.

O mesmo se dá na opinião sobre a inflação: 33% dos mais pobres acham que ela vai subir, ante 11% dos mais ricos. E quem ganha menos acha que a situação econômica piorou recentemente mais (40%) do que os mais abastados (16%).

As expectativas gerais, por outro lado, são otimistas de forma homogênea.

Esmiuçando grupos mais ou menos associados ao bolsonarismo, é possível associar o otimismo à identificação com o presidente eleito.

São menos otimistas em relação à melhoria econômica homossexuais, bissexuais e indígenas, grupos que foram alvo de manifestações preconceituosas do presidente eleito no passado.

Já evangélicos, base de apoio de Bolsonaro, são mais otimistas (74%) do que os católicos (65%) quando questionados sobre sua expectativa econômica pessoal. A maior taxa de otimismo é entre fiéis de igrejas pentecostais, 78% de expectativa positiva.

O Nordeste, única região que deu mais votos a Fernando Haddad (PT) do que ao eleito no segundo turno, é consequentemente aquela com a pior expectativa.

Acham que o país vai melhorar nos próximos meses 60% dos nordestinos, enquanto os mais otimistas são os moradores do Centro-Oeste, com 71%. No sentido contrário, é no Nordeste que há mais pessoas achando que a situação irá piorar (12%), o dobro do registrado no Centro-Oeste.

Previsivelmente, os petistas são os menos otimistas: apenas 42% dizem acreditar que a situação do país irá melhorar. O índice chega a 91% entre quem diz preferir o PSL, partido de Bolsonaro.

ÍNDICE DE CONFIANÇA

A melhora do otimismo dos brasileiros com a economia do país fez crescer o Índice Datafolha de Confiança.

O indicador usa cinco parâmetros de expectativas econômicas (desemprego, inflação, contas pessoais, situação do país e poder de compra), a avaliação do orgulho de ser brasileiro e do Brasil enquanto país para morar.

Cada índice é calculado subtraindo-se menções negativas das positivas.

Para evitar dados negativos, é adicionado no resultado o número cem. Dessa forma, dado acima de cem indica otimismo, e abaixo, pessimismo.

O Datafolha entrevistou 2.077 pessoas em 130 municípios, em 18 e 19 de dezembro, neste levantamento.

O índice geral está em 148 pontos, o mesmo de sua estreia há quase seis anos. Em junho ele estava em 101 —apenas um ponto acima da neutralidade.

O nível mais baixo do indicador foi registrado em março de 2015, momento agudo da crise política e econômica que acabou por derrubar Dilma no ano seguinte: 76 pontos.

No atual levantamento do Datafolha, todos os indicadores econômicos tiveram alta em relação a agosto.

A maior foi na avaliação sobre a redução da inflação, que passou de pessimistas 42 pontos em junho para otimistas 113 agora.

A economia acima de tudo (por JOÃO DOMINGOS, no ESTADÃO)

Mesmo que Jair Bolsonaro tenha feito uma campanha sem abordar com profundidade os problemas econômicos do País, hoje não restam dúvidas de que a maior expectativa de todo mundo em relação a seu governo mora na economia. Por isso mesmo, indaga-se tanto a respeito do que o governo vai fazer em primeiro lugar, se a reforma da Previdência ou a reforma tributária, ou as duas. Ou nenhuma. Ao mesmo tempo, buscam-se informações sobre o projeto de privatização, se incluirá a Petrobrás ou parte dela, se chegará aos bancos oficiais ou não, se haverá aumento de impostos, desoneração da folha de pagamentos, e assim por diante. Em resumo, a pauta econômica superou outros temas de campanha. E o presidente eleito, de repente, já não é só aquele que encarnou a figura do anti-PT. Seu governo está aí para dar um jeito no País. E dar um jeito no País começa por fazer a economia andar e voltar a gerar empregos.

Nem o tema do combate à corrupção empolga tanto quanto a economia. Bolsonaro nomeou Sérgio Moro para o Ministério da Justiça? Ótimo, é o ministro que o eleitor dele e de outros candidatos pediram. Moro chamou o delegado Y para tal cargo? Também está ótimo. Põe a turma da Lava Jato pra trabalhar. Em reação a críticas do general Hamilton Mourão sobre seu governo Nicolás Maduro fala em pôr os milicianos da Venezuela em estado de guerra contra o Brasil? Nossa, como esse Maduro é chato. Vamos ao que interessa, a economia. 

Então, não há como fugir. A expectativa é em relação à economia, ao crescimento do PIB, quando o superávit primário deixará de ser déficit e voltará a ser superávit, etc. Isso aumenta demais a responsabilidade do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele terá de Bolsonaro as condições para tocar sua proposta de economia? Certamente que do presidente ele as receberá. Mas o presidente terá capacidade para criar essas condições, negociando com deputados e senadores a aprovação de medidas, como a reforma da Previdência? Isso será preciso ver.

Por enquanto, levando-se em consideração as bolas nas costas que o futuro governo tomou do Congresso, as falhas gritantes na articulação política, a falta de experiência dos parlamentares do PSL, alguns mais adeptos da porrada do que do diálogo, não dá para cravar que Bolsonaro montará uma equipe de articuladores capaz de vender o peixe do presidente de forma assim tão fácil. Será preciso ralar muito. Primeiro, não escolhendo o lugar errado para ficar nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado. É melhor fazer parcerias nessa hora do que ir para o enfrentamento e sofrer uma derrota.

Em segundo lugar, uma articulação política não pode nunca ser prepotente. Se Paulo Guedes é, e se ele, pelo menos no início, carregará todas as expectativas em torno do governo, será preciso dar-lhe uma retaguarda para amenizar suas atitudes. Se ele diz o que pensa, e isso desagrada, alguém precisa ajeitar as coisas. Bolsonaro fez isso quando viu que foi necessário. Logo depois de Guedes dizer que era preciso “dar uma prensa” no Congresso para que a reforma da Previdência fosse aprovada, o capitão afirmou que seu economista não tinha o traquejo para lidar com as coisas do Congresso. No fundo, afirmou o presidente eleito, Guedes não quis dizer bem aquilo. E ficou o dito pelo não dito.

Bolsonaro montou uma equipe de auxiliares composta por técnicos, políticos e militares, todos eles determinados a fazer aquilo que o presidente lhes ordenar. Trata-se, de fato, de uma equipe coesa, uma sombra do presidente. Se quiser ter êxito no Congresso, precisa escolher seus articuladores políticos com o mesmo cuidado. Lembrando-se, porém, de que deles será preciso exigir, como pré-requisito, qualidades de negociadores. O que dos ministros não foi preciso.

O ressentimento das classes médias e o Brasil (por CELSO MING, no ESTADÃO)

Não foi apenas o PT que perdeu seu contato com a população. O PSDB cometeu o mesmo erro, com estragos talvez maiores. A rigor, a classe política saiu desestruturada das eleições e agora precisa de realinhamento. Não está claro em que direção e sob qual liderança.

A novidade com a qual os políticos não contavam é o profundo ressentimento das classes médias pelos políticos. Hoje se sentem lesadas por governos alienados, que não entregaram o que prometeram e, mais do que isso, que preferiram fazer o jogo do poder, tomaram as instituições do Estado e desviaram recursos públicos, em grande parte das vezes nem para a “causa”, mas para proveito próprio, como a Operação Lava Jato sobejamente demonstrou.

Esse ressentimento popular não é fenômeno exclusivamente brasileiro. Por toda parte aparece como adesão das classes médias a lideranças comprometidas com propostas autoritárias, populistas, xenófobas, de grande aversão aos imigrantes e, do ponto de vista da política econômica, eivadas de protecionismo.

É o que se viu com a eleição do presidente Trump nos Estados Unidos; com o Brexit; com as seguidas derrotas eleitorais da chanceler Angela Merkel, na Alemanha; com a ascensão de Matteo Salvini, na Itália, e de Recep Erdorgan na Turquia; com a força obtida pela direitista Marine Le Pen, na França; e, ainda, com o fortalecimento dos partidos da direita nacionalista na Áustria, na Hungria e na Polônia.

Aqui no Brasil, o ressentimento começou a aparecer mais fortemente nas manifestações de 2013 e, em seguida, nas furiosas batalhas digitais via WhatsApp que culminaram nas últimas eleições cujos resultados mostraram o repúdio às práticas da política tradicional.

Em seu livro Como as Democracias Morrem, Steven Levitsky e Daniel Ziblatt (Editora Zahar, na edição em português) analisam o caso dos Estados Unidos. E pontuam que, nos últimos anos, o Partido Democrata ignorou o crescente descontentamento e as reivindicações das classes médias. Ateve-se, mais do que deveria, ao atendimento das chamadas políticas de identidade (direitos das minorias) e se esqueceu de lidar com “as preocupações com a subsistência de segmentos há muito negligenciados da população – qualquer que seja sua etnia”. Por isso, foi duramente punido com a derrota da candidata Hillary Clinton nas eleições que conduziram Donald Trump à Casa Branca.

O discurso de campanha do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, inicialmente mostrou forte hostilidade aos pleitos das minorias. Em seguida, foi suplantado pelo silêncio. Depois de eleito, as manifestações do presidente passaram a dar ênfase ao resgate das finanças públicas ao crescimento econômico e à criação de empregos. 

Não está claro se terá sucesso na empreitada porque, a partir de tudo o que já se sabe, não há certeza de que consiga fazer uma administração adequada. Tudo se passa como se Bolsonaro não soubesse nem o que fazer nem por onde começar. Diz e desdiz coisas com grande desenvoltura. Um dia afirma que é preciso fundir o Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente; dias depois, retira o que disse. No outro, comunica que vai transferir para outro ministério as funções do Ministério do Trabalho. Depois de desistir da ideia, voltou a nela insistir, mas acabou por decidir pelo que pretendia no início: questões relacionadas com Trabalho vão, afinal, para outros ministérios.

Já avisou que denunciará o Acordo de Paris, mas em seguida pareceu ter recuado. Suas posições a respeito da reforma da Previdência também são desencontradas. E, mais que tudo, será preciso ver até que ponto terá respaldo do Congresso para a aprovação das pautas para as quais afinal se decidirá, num ambiente global que pode não ser exatamente o mais favorável, diante das ameaças de recessão econômica que se cristalizam, principalmente na Europa.

Já há boa consciência nos partidos derrotados no Brasil de que é preciso refundar tudo e que é preciso entender o ressentimento das classes médias claramente expressado nas urnas. Mas não há clareza sobre o que fazer e de que forma resgatar a esperança popular.

O desarmamento dos espíritos e, com ele, o desmanche das ameaças autoritárias no Brasil virão mais ou menos naturalmente se as reformas forem atacadas com energia e se a economia recuperar-se sustentadamente.

Talvez Bolsonaro tenha alguma folga da economia internacional em 2019

(por SAMUEL PESSOA, na FOLHA)

A economia americana deve crescer 3% em 2018. Em 2019, quando o impacto do impulso fiscal de Trump se diluir, e também em razão dos efeitos da elevação da taxa básica de juros, a economia deverá crescer 2,4%.

Para 2020 e 2021, prevê-se pouso suave em direção à taxa de crescimento potencial, que é da ordem de 1,8% ou um pouco menos.

O crescimento potencial da economia americana é a soma da taxa de crescimento da população em idade ativa, 0,8%, com a taxa de crescimento da produtividade do trabalho, rodando nos últimos anos a 1% anual ou um pouco menos.

Na quarta-feira (19), o banco central americano, o Federal Reserve, ou simplesmente Fed, em seguida à reunião do comitê de política monetária deles (Fomc), comunicou que a taxa básica de juros, a Selic deles, que é chamada de taxa dos Fed Funds (FF), iria subir 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 2,25% e 2,5%.

A divulgação mais importante foi que os membros do Fomc consideram que a trajetória da taxa de juros será nos próximos anos 0,25 ponto percentual menor do que se projetava há três meses.

É bem possível que tenhamos novas surpresas e que, no ano próximo, sejamos informados de que a FF subirá ainda menos.

O que ocorre?

Após a crise de setembro de 2008, a FF caiu para zero. Estava difícil fazer a economia retomar. Restou ao Fed reativar a economia reduzindo o prêmio que as dívidas de longo prazo pagam sobre as de curto. O Fed comprou um monte de dívida de longo prazo que havia no mercado. Com isso, o preço desses títulos subiu e, portanto, os juros que eles pagam caiu.

A aposta do Fed foi que a queda dos juros pagos pelas dívidas de longo prazo ajudaria a fazer o investimento retomar.

Agora a economia cresce acima do potencial e encontra-se a pleno emprego. Hora de aumentar os juros de curto prazo e se desfazer dos títulos de dívida de longo prazo que foram adquiridos. É isso que o Fed tem feito.

O problema —isto é, a arte da política monetária—  é fazer no ritmo correto. Muito difícil, pois o Fed está desfazendo uma política que foi aplicada pela primeira vez. Não se sabe ao certo com que velocidade se deve subir a taxa básica e com que velocidade os títulos de dívida de longo prazo devem ser revendidos ao setor privado.

Há dois riscos para o Fed. Ele pode subir juros rápido demais, isto é, ficar adiantado, ou pode subir muito lentamente, isto é, ficar atrasado. Nesse segundo caso, pode ter de enfrentar uma inflação superior ao que desejaria, e, no primeiro, pode ter de enfrentar uma desaceleração superior à que desejaria.

Como meu colega do Ibre José Júlio Senna tem apontado há tempos, na atual situação os dois riscos não são simétricos. É muito pior para o Fed lutar contra uma desaceleração mais forte da economia do que contra um surto inflacionário mais intenso.

Nesse segundo caso, o Fed sempre pode subir juro e acelerar a velocidade de revenda dos títulos longos. No caso do risco recessivo, não tem muita munição. Os juros ainda estão baixos e ele ainda carrega um monte de títulos longos.

Ou seja, mesmo com a economia rodando a pleno emprego, podemos esperar uma pausa no processo de subida dos juros em algum momento de 2019.

Como a reinflação tem sido muito lenta por lá —minhas contas sugerem que ela não sairá muito do controle nos próximos dois anos, mesmo com desemprego excepcionalmente baixo— , talvez Bolsonaro tenha alguma folga da economia internacional em 2019.

Mas isso já é tema para a próxima coluna. (por Samuel Pessôa, Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e sócio da consultoria Reliance. É doutor em economia pela USP.).

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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2 comentários

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Expectativa de otimismo?????ora é só expectativa...esperança de dias melhores e só um começo... Claro que tudo tem começo meio e fim...as idéias da maioria da equipe do borsanada me parecem boas..idéias e o começo.. Mas a implementação e a fase mais complicada..esta longe....muito longe...a pior delas são a base parlamentar que não existe...pois sem base as mudanças a causar resultados e virar otimismo de expectativa a realidade que gerará condição a voltarmos a crescer depende de congresso...querem um exemplo da fragilidade...o caso do filho do presidente e o motorista..qualquer fofoca mais perto do filho...viria o descrédito e lá se foi o boi com a corda...pois as forças do estado com relação as tetas e benesses são muito fortes e sabem como minar as idéias que lhes tirem o leite em favor do povo...lembrem se que o temer estava perto de aprovar a previdência e hoje estaríamos crescendo a quase 4%...então o caminho é longo e as rasteiras também.

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Feliz Natal e um próspero e venturoso Ano Novo... Que seja feita a vontade dos brasileiros......

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    • Alphons Peter Joseph Hermans Panambi - RS

      Concordo em número e grau com Dalzir Vitoria, de Uberlândia MG... Expectativa é uma, mas a realidade é outra, e pode ser bem diferente. Digo mais, alguns da equipe de Bolsonaro estão fora da casinha no papo. Tomara que ao assumirem, falem menos besteiras e ajam com coerência técnica e política.

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Que seja feita a vontade do povo , como foram os votos... É preciso esperar o início dos trabalhos... Caso não seja aquilo que nos foi prometido, devemos agir com a participação e, se preciso, com manifestos... O que ocorre é que a grande mídia está forçando a situação ... O medo de as tetas secarem está levando muitos ao desespero.... Deveríamos sim estar preocupados com o Judiciário pelas ações que estão sendo tomadas no apagar das velas . ... Quanto ao novo Governo Federal, ele ainda não assinou nenhum decreto , portanto não pode ser culpado de nada.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Edmilson..a vontade do povo também foi feita quando dos governos do pt...e você gostou???estamos colocando algumas coisas que criam expectativas de paixão...emoção..que o pt também criou e não virou realidade...aprenda olhar as coisas.de modo critico entre razão e emoção... Também votei no borsanada no segundo turno...mas não lhe dei cheque em branco...o caso do filho esta mais atrapalhado que tudo...fugindo do depoimento??? A base parlamentar esta igual a borboleta... Voando..então...de boas intenções o inferno esta cheio..

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  • Elói Petry Batista Cerro Largo - RS

    Vamos torcer para o novo governo não ser uma grande decepção. Notícias ruins não faltam. A começar pelo vergonhoso escândalo envolvendo a família Bolsonaro. O Governo já nasce corrupto...O Ministro das relações é despreparado para o cargo.... Há, por ora, nove réus ministros. Um já condenado em primeira instância. .....O fio de esperança são os Militares. Espero que coloquem o novo governo no rumo certo....Mais protagonismo para Mourão, bem menos para Bolsonaro, Queiroz e companhia

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      O Lula tá preso, babaca.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Carlos...pelo visto não te deram educação...embora também não concorde com as colocações do Eloi...e nem por isto ele é um babaca como você qualifica...as pessoas tem o direito de ter sua opinião e manifestar...você tem o direito de pensar diferente... E no campo dos argumentos se manifestar...

      te pergunto e se proceder a maracutaia do filho...motorista e a mulher???o lula também nunca viu nada??etc...por isto que o pais e mal administrado pois o eleitor não tem senso crítico ai engolem as meia verdades...

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