Santa Catarina se prepara para a retirada da vacinação contra febre aftosa em outros estados
Único estado livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina se prepara para um grande desafio: a retirada da vacina no restante do país. O Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA) está em andamento e em novembro de 2019 o Paraná já irá suspender a vacinação no seu rebanho. Para discutir os riscos e oportunidades que o PNEFA traz para Santa Catarina, lideranças do agronegócio, técnicos e representantes dos produtores estarão reunidos nesta terça-feira (18) em Florianópolis. O Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa tem início às 14h, no Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD).
O Brasil se prepara para conquistar o certificado internacional como país livre de febre aftosa sem vacinação em 2023. Desde 2007, Santa Catarina se mantém como o único estado brasileiro livre da doença com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Desde então, o agronegócio catarinense se consolidou como referência em sanidade e defesa agropecuária, conquistando os mercados mais competitivos do mundo.
Fórum
O Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa reunirá técnicos, representantes dos produtores rurais e lideranças do agronegócio para discutir as estratégias para manter Santa Catarina livre da doença e protegida após a retirada da vacinação nos outros estados brasileiros.
A programação tem inicio às 14h e trará a contextualização do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA), uma palestra sobre os riscos e oportunidades da retirada da vacinação nos outros estados e, por fim, uma apresentação do secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, e do diretor executivo do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Ricardo de Gouvêa, sobre as perspectivas futuras para o agronegócio catarinense.
O evento acontece no auditório do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD), na Avenida Governador Ivo da Silveira, 2320, no bairro de Capoeiras.
Febre Aftosa em Santa Catarina
O último foco de febre aftosa em Santa Catarina aconteceu em 1993 e a partir de 2000 foi suspensa a vacinação contra a doença e proibida entrada de bovinos provenientes de outros estados, onde a vacinação é obrigatória. Em 2007, o estado recebeu a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
O status sanitário diferenciado logo se transformou em uma vantagem competitiva e Santa Catarina se tornou o maior exportador de carne suína e o segundo maior exportador carne de frango do país, alcançando os mercados mais exigentes do mundo.
Status sanitário diferenciado
A conquista e a manutenção do status sanitário exigem esforços conjuntos do Governo de Santa Catarina, Ministério da Agricultura, agroindústrias e produtores rurais. “Os produtores catarinenses entenderam a importância da certificação internacional para valorizar os produtos e tem sido o esforço e a colaboração de cada um que permitiu que chegássemos até aqui e permanecêssemos há 25 anos sem nenhum caso de febre aftosa no estado”, ressalta o secretário Spies.
Em Santa Catarina os esforços para manter o status sanitário diferenciado são imensos. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além disso, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados e é proibida a entrada desses animais provenientes de outros estados.
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
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