Soja perde mais de 1% em Chicago na tarde desta 5ª com forte aversão ao risco após prisão na China
Os preços da soja intensificaram suas baixas na tarde desta quinta-feira (6) em um dia de intensa aversão ao risco nos mercados internacionais e perdiam mais de 1%. As cotações da oleaginosa, por volta de 13h15 (horário de Brasília), perdiam entre 8,25 e 9,25 pontos na Bolsa de Chicago. Mais cedo, as baixas perdiam mais de 10 pontos.
Assim, o janeiro/19 valia US$ 9,04 por bushel, enquanto o maio/19, referência para os negócios no Brasil, valia US$ 9,30.
As commodities recuam de forma generalizada nesta quinta, com a pressão de uma intensa aversão ao risco gerada pela prisão da executiva chinesa Meng Wanzhou, diretora financeira e herdeira da gigante de tecnologia Huawei.
A notícia abalou de forma considerável os mercados financeiros mundo a fora e, nos Estados Unidos, principalmente, os índices acionários estão despencando. As commodities acompanham as baixas. O Nasdaq 100 perde mais de 3,7% e o Dow 300, mais de 3%. Entre as commodities, as baixas mais intensas eram marcadas pelo petróleo, que recuava mais de 3% tanto em Londres, quanto em Nova York. O gás natural recuava mais de 2%.
Investidores em todo o mundo receberam a notícia com muita surpresa e entendendo-a como uma severa ameaça à trégua firmada entre China e Estados Unidos na última reunião do G20.
"A China pediu a imediata liberação da diretora. Mas no que se refere à trégua comercial acertada no último fim de semana o Ministério do Comércio da China prometeu "implementar imediatamente" o acerto entre os dois países, afirmando que o governo chinês irá começar o processo com produtos agrícolas, de energia e automóveis", explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora.
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Além do mais, as cotações corrigem as altas do início da semana que, apesar de tímidas, permitiram a retomada de alguns patamares importantes. No entanto, com a falta de novidades, principalmente sobre as próximas ações de China e Estados Unidos em sua trégua da guerra comercial, o ritmo de especulações na CBOT é bem baixo neste momento.
"Mesmo as tão usadas redes sociais de Trump já não trazem um movimento tão agressivo. Nesta quarta, tweets do presidente estadunidense afirmando com que a China
estará comprando soja norte-americana nos próximos dias, até trouxe um suporte fraco aos preços, porém a volatilidade se manteve baixa", disseram os analistas da ARC Mercosul.
Além disso, afirmam ainda que o mercado precisa de mais notícias concretas do que vem adiante para se movimentar com mais substância. Os americanos têm dado mais informações do que os chineses neste momento e o ambiente ainda é de bastante incerteza sobre como serão os próximos 90 dias. "A especulação necessita confirmações do lado chinês, para que credibilidade seja adicionada", diz a ARC.
Ademais, na América do Sul, tudo caminha bem até este momento, em mais algumas semanas a nova safra já começa a ser colhida em alguns pontos de Mato Grosso e, com sua chegada ao mercado, o produto brasileiro vai se tornando cada vez mais competitivo.
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