Chuvas no Corn Belt e guerra comercial com a China influenciam próximos números do USDA
"Conhecido, tradicionalmente, por suas estimativas mais precisas para a produção dos EUA, o boletim do USDA de novembro pode perder parte dessa sua acertividade em função das condições adversas para a colheita este ano", explicou o analista de grãos do site DTN The Progressive Farmer, Todd Hultman, ao se referir ao boletim que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quinta-feira, dia 8.
O mercado espera algumas ligeiras mudanças entre os números da soja e do milho, principalmente com um novo aumento nos estoques finais norte-americanos de soja e uma redução do milho, ao passo em que poderia reduzir suas estimativas para a produção de ambas as culturas.
Soja
As expectativas do mercado apontam para uma produção de 127,26 milhões de toneladas, contra 127,64 milhões estimadas em outubro. O intervalo das projeções é de 126,2 a 128,08 milhões de toneladas. A produtividade esperada para a oleaginosa, em média, é de 59,4 sacas por hectare, contra 59,51 do mês passado.
O mercado espera ainda que a área colhida de soja fique nos 35,73 milhões de hectares, mesmo número do boletim anterior, e dentro de um intervalo de 35,57 a 35,77 hectares.
Para os estoques finais norte-americanos, a média esperada é de 24,49 milhões de toneladas, com as estimativas variando de 22,64 a 26,78 milhões. Em outubro, o número veio em 24,09 milhões.
"Um dos principais problemas para as estimativas de oferta e demanda desta temporada 2018/19 tem sido a extrema dificuldade para estimar a demanda pela soja americana com os EUA no meio de uma guerra comercial com seu maior comprador. Não fosse suficiente, sabemos ainda que há muitas áreas de soja que sofreram com inundações ou incidência de neve, onde a qualidade dos grãos se tornou um problema considerável", diz Hultman.
Ainda como explica o analista, o mercado está atento aos números também das importações chinesas e em quanto poderiam ser cortados pelo USDA em função da disputa comercial e da China fazendo de tudo para evitar o mercado dos EUA.
Para os estoques finais mundiais de soja as estimativas variam de 107,3 a 113,5 milhões de toneladas, com média de 110,8 milhões. Em outubro, o USDA trouxe os estoques estimados em 110 milhões.
Milho
Sobre a produção norte-americana de milho, as expectativas do mercado indicam uma redução nos números, com média de 373,68 milhões de toneladas, contra a projeção de outubro de 375,38 milhões. Os números esperados variam de 370,25 a 376,09 milhões de toneladas. Para a produtividade do cereal, a média esperada é de 188,29 sacas por hectare, contra 189,02 de outubro.
No caso da área colhida de milho, o mercado também espera uma redução, com o número podendo passar de 33,1 para 33,02 milhões de hectares. As expectativas variam de 32,98 a 33,1 milhões de hectares.
Nesse ritmo, as projeções dos traders indicam também uma redução nos estoques norte-americanos de milho, os quais poderiam ficar em 45,24 milhões de toneladas, contra o número do mês passado de 46,05 milhões.
"Se confirmado, este número poderia dar suporte aos preços do milho, mas ainda não é baixo o suficiente para gerar muitos movimentos de compra (de posições por parte dos fundos e demais participantes do mercado). O que poderia ser mais forte para esse movimento seria o USDA decidir aumentar as exportações norte-americanas de milho acima do esperado, já que as vendas deste ano estão 28% maiores do que no ano comercial anterior", acredita Hultman.
Os estoques finais globais de milho são esperados para ficarem entre 156,9 a 160,2 milhões de toneladas, com média de 158,6 milhões e frente as 159,4 milhões do boletim de outubro.
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