Bom futuro para o Feijão do Brasil

O Feijão-carioca preparado com uma receita da Turquia pela Chef Marina Stroh, brasileira que vive em Paris desde 2006, foi muito apreciado pelos visitantes da área brasileira da SIAL. Mas daí a termos mercado para este Feijão vai uma distância bastante grande. Na Europa o que domina são os Feijões de tamanho grande. O único Feijão de tamanho pequeno é consumido sobretudo na Inglaterra e é o Navy Beans. O futuro aqui aponta para Feijões grandes e com rastreabilidade. Não haverá mercado em breve para qualquer produto agrícola que não seja passível de rastrear. Quanto antes começar a pensar nisso, melhor. Não será uma questão de opção do produtor e, sim, de ser uma determinante para que se venda. O setor precisa seguir se organizando, trabalhando a divulgação interna e externa. Diversos concorrentes do Brasil vão ficar pelo caminho, não participarão deste crescente mercado, pois não acompanharão a evolução. Até mesmo as marcas próprias dos supermercados já percebem que o consumidor quer mudanças. Em produtos como o Feijão, que são baratos, com boas embalagens, o consumidor quer comprar uma história. Quer saber de onde veio, quem produziu, se é sustentável e outros itens nesta linha. A produção maciça de Feijão-carioca no Brasil está na contramão de tudo isso. Talvez isto explique a queda do consumo. Marcas próprias que vêm de um mesmo empacotador que as outras marcas que estão na gôndola podem ser um tiro pela culatra. Pense nisto: o que acontece hoje no exterior poderá, mais rapidamente do que se imagina, chegar no Brasil. Bastará um leve sopro de crescimento econômico e o mercado encolherá mais um pouco. Apoie o www.ibrafe.org. Nós trabalhamos para que o mercado brasileiro evolua e aproveite a onda certa que vem pela frente. Ontem, nas lavouras, diversos negócios foram reportados entre R$ 98/105 em Minas Gerais, dependendo da cor e do prazo. Com a volta das chuvas no interior de São Paulo, no momento as colheitas estão prejudicadas.