Bolsonaro diz defender Brasil contra o comunismo e promete "curar" lulistas com trabalho

Publicado em 07/10/2018 07:28

(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse neste sábado que representa o Brasil verde e amarelo contra o socialismo e o comunismo e prometeu "curar" os simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com trabalho.

Em transmissão ao vivo feita em suas redes sociais, na véspera do primeiro turno da eleição, o ex-capitão do Exército também prometeu, se eleito, unir o Brasil e buscou afastar-se das críticas de que é machista e que não gosta de mulheres.

"É o Brasil verde e amarelo e eles que representam Cuba, que representam o governo da Venezuela com a sua bandeira vermelha com a foice e o martelo em cima dela", disse Bolsonaro no vídeo, ao lado do filho Flavio, que é deputado estadual e candidato a uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro.

O candidato ao Planalto pediu que seus apoiadores baixem um aplicativo criado por sua campanha para fazer uma apuração paralela do resultado da eleição --ao mesmo tempo que voltou a colocar em dúvida a confiabilidade do sistema eletrônico de votação-- e, ao pedir que seus simpatizantes votem com uma camisa no domingo identificando-os como tal, disse que vai curar simpatizantes de Lula.

"Vamos fazer uma apuração paralela. É difícil você garantir a lisura das eleições com o voto eletrônico", afirmou.

"A gente não vê uma camisa de nenhum candidato por aí, a não ser uns malucos aí 'Lula livre'. A gente vai curar esse pessoal aí, tenho certeza disso. Mas vamos curar com trabalho, hein? O antídoto para curar esse pessoal é carteira de trabalho, Tem muita gente que votou no PT e está vindo para o nosso lado."

Muitas vezes criticado por declarações consideradas machistas e misóginas, Bolsonaro exaltou sua família --a esposa, a filha caçula e uma enteada-- e relativizou um comentário que fez no passado de que, após ter quatro filhos homens, deu uma "fraquejada" e teve uma menina.

"Depois de quatro barbados aqui, ó, feio para caramba, veio uma menina que partiu meu coração", disse, rindo, enquanto apontava para o filho Flávio.

"Fiz aquela brincadeira no passado, quem não brinca, meu Deus do céu? Fui mal interpretado, me desculpem. Uma brincadeira de nós homens. Mas não podemos perder a alegria de viver, contar uma piada, escutar piada de gaúcho, de cearense, de goiano, de carioca esperto. Como é gostoso essa miscigenação, essa união do povo brasileiro. Vamos unir o povo brasileiro", afirmou.

Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto --tem 40 por cento dos votos válidos pelo Datafolha e 41 por cento pelo Ibope--, voltou a pedir que seus eleitores tentem conquistar pelo menos mais um voto para que ele seja eleito já no domingo.

Para vencer a eleição sem precisar de um segundo turno, um candidato precisa obter metade mais um dos votos válidos, que exclui os votos nulos e brancos.

"Se cada um de vocês conseguir lutar por mais um voto apenas, lutar, nós liquidamos a fatura no primeiro turno e não teremos que comparecer às urnas no dia 28, que seria o segundo turno. Dá para fazermos isso, tem muita gente indecisa ainda", disse o ex-capitão.

"Vamos nos unir, vamos unir esse Brasil aqui. Não vou botar um corneteiro para tocar uma corneta e dar o toque de sentido não, fiquem tranquilos, não vai ter isso não, mas unir, pelo exemplo, pela dedicação, pelo amor à pátria, pelo respeito da família, pela vontade de nos afastarmos de vez do socialismo, do comunismo."

(Por Eduardo Simões, em São Paulo).

 

“Tudo indica que vai dar Jair”

Rodrigo Maia disse ao Estadão que Geraldo Alckmin “infelizmente vai ficar para trás” nesta eleição.

“No Brasil, o discurso velho da esquerda está sendo derrotado. Tudo indica que vai dar Jair”.

Panelaço contra Haddad em SP

A Crusoé conta que moradores de prédios vizinhos da escola onde votou Fernando Haddad bateram panelas na chegada do candidato petista.

Dilma vaiada em BH

Dilma Rousseff votou neste domingo em um colégio na região da Pampulha, Belo Horizonte.

Ao chegar ao colégio, houve vaias e gritos de “Bolsonaro”, registra a Folha.

Apoiadores da petista que a acompanhavam tentaram abafar o protesto gritando “Dilma”.

Moro vota em Curitiba

O juiz Sergio Moro votou nesta manhã no Clube Duque de Caxias, em Curitiba.

Moro esperou três pessoas votarem e saiu sem dar entrevista.

Na saída, o juiz foi aplaudido.

Bolsonaro lidera isolado no Oriente

A eleição brasileira no exterior já se encerrou em 16 países até as 7h deste domingo.

A informação, até o momento, mostra que Jair Bolsonaro é disparado o candidato mais votado no Oriente.

Segundo boletins fotografados por eleitores que estão no exterior, o candidato tem 71,97% dos votos. O resultado não é oficial.

O plano de governo do PT é claro: querem fazer o diabo para tomar o poder

Por Mario Sabino (Cruzoé/O Antagonista)

Leitores pediram que fosse publicado em O Antagonista, na íntegra, o meu artigo na Crusoé desta semana.

Hoje os eleitores decidem — ou começam a decidir — se entregam o país ao despachante de um presidiário condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que está disposto a fazer o diabo para tomar o poder.

Eis o artigo:

George Orwell afirmou que “algumas vezes o primeiro dever dos homens inteligentes é reafirmar o óbvio”. Não sou uma grande inteligência, mas sigo esse princípio como jornalista: repito o óbvio quando acho necessário. Já criticaram a minha falta de originalidade, mas o dever está acima de tudo. E o óbvio a ser reafirmado é que o perigo autoritário está na eleição do poste lulista, por mais improvável que ela pareça neste momento, de acordo com a pesquisa da Crusoépublicada nesta edição.

A operação em curso para abafar o autoritarismo de Lula, PT et caterva sustenta-se na gritaria sobre o elogio de Jair Bolsonaro ao regime militar de 1964 (ou “movimento”, como prefere o petista Dias Toffoli) e as suas declarações idiotas ou abjetas a respeito de minorias. Eu já disse, em outra coluna, que discutir 1964 hoje faz tanto sentido quando discutir 1910 em 1964 – ou, me ocorre agora, 2018 em 2072. Quanto às minorias, lembre-se de que Lula foi acusado de ser racista pela mãe da sua filha, em 1989, exibe comportamentos sexistas e, até que o politicamente correto se impusesse, fazia piadas sobre “veados” em público, para não falar do episódio mal explicado do “menino do MEP”. Presidentes com compostura e desprovidos de preconceitos são recomendáveis, mas a falta de tais atributos não implica que tenham poder para perseguir minorias no Brasil, porque isso atentaria contra a Constituição e o ordenamento jurídico e causaria a repulsa imediata da sociedade. É francamente estúpido acreditar que Bolsonaro vá criar milícias para bater em gays e humilhar negros ou que possa legalizar a tortura de presos ou diminuir ainda mais os salários das mulheres.

A obviedade é que, sob a batuta dos governos corruptos e incompetentes do PT, a criminalidade explodiu – e se continuou a bater em gays, a humilhar negros, a torturar presos e a pagar salários menores a mulheres. Outra obviedade é que, em matéria de política pública, a prioridade para maioria e minorias é diminuir drasticamente o número de homicídios, assaltos e furtos no país — e não vitimizar os criminosos e criminalizar as vítimas. Alguém precisa calcular o valor do que é roubado de pobres a cada dia. Chuto que, ao final de um ano, deve ser o equivalente a um terço do PIB do Paraguai. Essa, sim, é uma abordagem social do problema. A proteção da vida e do patrimônio de todos os cidadãos está na base dos direitos adquiridos e daqueles a serem conquistados em quaisquer campos.

Ditas essa obviedades, passemos ao autoritarismo do plano de governo do PT. O texto está disponível na internet, e nunca a falta do hábito de leitura dos brasileiros foi tão perigosa. Pouca gente o leu. Leia. O condenado José Dirceu causou espanto ao afirmar que se deveria tirar o poder de investigação do Ministério Público e todos os poderes do Supremo Tribunal Federal, mas consta do plano de governo “impedir abusos” do Judiciário e “estimular a participação e o controle social em todos os Poderes da União e no Ministério Público”. Os petistas também explicitam a intenção de amordaçar a imprensa, por meio do que chamam de “novo marco regulatório” nas comunicações. Na economia, o projeto é destruir qualquer possibilidade de diminuir o tamanho do Estado sustentado pelos pagadores de impostos. Pelo contrário, desejam aumentá-lo com “desprivatizações” e, assim, gastar mais o nosso dinheiro. Até o tabelamento de juros está previsto, de forma oblíqua, dentro da proposta geral de repetir tudo aquilo que já mostrou dar muito errado.

O general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, sugeriu uma nova Constituição sem Assembleia Constituinte, feita por “notáveis” e aprovada por plebiscito. Foi massacrado com razão. Lula e seu bando de seguidores querem, no papel, fragilizar as instituições com plebiscitos, assembleísmos e a criação de mais conselhos ideológicos. O plano de governo do PT fala “em reforma política com participação popular” e a “elaboração de um amplo roteiro de debates sobre os grandes temas nacionais e sobre o formato da Constituinte”. Ou seja, o PT quer uma nova Constituição. Eu gostaria de uma nova Constituição, mas não a deles — “com soberania popular em grau máximo”. Na verdade, o que pretendem é promover a apropriação indébita e completa das estruturas institucionais, por meio de uma Carta Magna escrita ao gosto lulopetista. Venezuela.

O autoritarismo petista só não foi adiante entre 2003 e 2016 porque houve resistência de parte da imprensa e dos cidadãos — e, não menos importante, a roubalheira da tigrada revolucionária foi descoberta a tempo de impedir a concretização do projeto de o partido perpetuar-se no poder, fraudando eleições com dinheiro sujo. Mas, se o poste Haddad for eleito, Lula se sentirá legitimado a tentar colocá-lo em prática de novo. Solto, na condição de ministro ou eminência parda, o seu primeiro objetivo será vingar-se de todos os que investigaram, denunciaram e condenaram os crimes que cometeu — e tratar de anular a possibilidade de que a Justiça volte a funcionar contra ele e a sua turma. No plano de governo, o PT não tem vergonha de mentir que o impeachment de Dilma Rousseff, autora de uma gigantesca fraude fiscal para maquiar contas públicas, foi “o golpe de 2016”, seguido da “perseguição judicial” a Lula, daí a necessidade de “refundação democrática”. Mostra de que a organização assumiu abertamente a vigarice de que a democracia é um valor estratégico, como sempre pensou a esquerda da esquerda petista, e não um valor universal. José Dirceu foi didático nesse sentido, ao afirmar que, reinstalados no Planalto, eles tomarão o poder. Esqueçam, portanto, o “Lulinha Paz e Amor”. Se os eleitores colocarem Fernando Haddad no Planalto, os petistas virão com força contra quem se opuser, já que a única forma de sobreviverem é matando a democracia. Para isso, terão a cumplicidade de oportunistas que a eles se aliaram na gatunagem dos mandatos passados. A vanguarda e a retaguarda do atraso se unirão, com consequências imprevisíveis.

Karl Marx, o sapo barbudo alemão que continua a ser usado para doutrinação nas escolas e universidades nacionais, escreveu que a história se repete primeiro como tragédia e, depois, como farsa. A tentativa de Lula fugir para a presidência da República por interposta pessoa inverte a frase. Ele é uma farsa que poderá se repetir como tragédia. Ulule-se a obviedade.

Como Regina Duarte, eu tenho medo. É bom ter medo — e de qualquer governante. Mas o medo não pode nos paralisar ou resultar em fuga do embate, dentro dos limites constitucionais (de hoje). Em Sobre o Medo, Michel de Montaigne, que jamais precisou ser óbvio nos seus Ensaios, cita a derrota dos romanos na primeira batalha travada contra as tropas do general cartaginês Aníbal. Diz Montaigne: “Uma tropa de dez mil homens a pé, tomados pelo medo, não vendo por onde dar passagem à sua covardia, jogou-se contra o grosso do inimigo, que ela rompeu com esforço maravilhoso e grande morte de cartagineses, comprando uma fuga vergonhosa pelo mesmo preço de uma vitória gloriosa. É disso que eu tenho mais medo”.

Eu também. 

Sim, há uma proposta autoritária nesta eleição. Você precisa saber disso clicando AQUI

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Fonte:
Reuters/O Antagonista

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