Brasil está caminhando para uma crise financeira única, diz The Economist (O caminho da prosperidade ou o caminho da Venezuela?)

Publicado em 04/10/2018 14:11

A revista britânica The Economist mais uma vez colocou o Brasil como tema, desta vez focando na situação econômica nacional. E as notícias para o País não são boas, aponta a publicação. De acordo com ela, o Brasil está a caminho de uma crise financeira única.

“O problema do Brasil é que as finanças do governo estão em um caminho perigoso. A dívida pública aumentou de 60% para 84% do PIB em apenas quatro anos”. 

A The Economist ressalta que isso se deve muito ao colapso das receitas após 2013: "uma recessão brutal não ajudou. Mas o orçamento havia sido favorecido por receitas inesperadas de um boom de commodities e gastos de consumo alimentados por crédito. Aqueles fatores atenuantes não serão repetidos", alerta a revista.

Isso significa que cortes de gastos são necessários para consertar as finanças públicas. Enquanto os salários do funcionalismo público cresceram rapidamente, a Previdência excessivamente generosa é um problema muito maior e continuará aumentando conforme o Brasil envelhece. "As coisas poderiam ser piores se não fosse por conta de uma emenda constitucional em 2016 que limita o aumento dos gastos públicos", aponta a Economist, em referência a EC nº 95. A publicação ainda ressalta que houve uma tentativa de reformar a previdência, mas que foi abortada quando o presidente Michel Temer foi implicado nos escândalos de corrupção que viram um de seus antecessores ser cassado e outro preso.

Em um Brasil diferente, a política procuraria conciliar as reivindicações dos seus credores (que são quase todos os poupadores brasileiros), aposentados, funcionários públicos e o restante do país, aval. Este último grupo sofreu um aperto nos serviços públicos e nos padrões de vida. Enquanto isso, os dois principais candidatos à presidência são figuras polarizadas que podem sofrer para fazer a reforma previdenciária.

À publicação, o economista Arthur Carvalho, do Morgan Stanley, ressaltou que um ponto crítico pode ser em agosto próximo, se não antes. Este é o momento quando o orçamento de 2020 será apresentado e, se a reforma da Previdência não estiver em vigor, será necessário um grande aperto nos gastos públicos.

Nesse cenário, os credores ficariam assustados e, embora os estrangeiros tenham pouco da dívida do Brasil, ainda haveria fuga de capitais, a moeda cairia e haveria aumento no rendimento dos títulos. “À medida que os poupadores brasileiros anteciparem a inflação e o caos econômico que resultarão da crescente dívida pública, eles tentarão escapar dela”, afirma a publicação, lembrando que muitos poupadores em outros lugares na América Latina possuem contas em dólar no exterior como um escudo contra a inflação doméstica. 

Nada é inteiramente novo, aponta a publicação. Os sintomas das crises passadas no Brasil foram inflação alta e déficits externos. Mas, por trás disso, o problema era a política fiscal negligente, conforme apontou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, da Gávea Investimentos.  Nesse cenário, ressalta a Economist, uma correção no meio do caminho pode evitar o pior. "O Brasil ainda pode administrar isso. Se não puder, os eventos provavelmente ganharão força dramaticamente", conclui a publicação.

Estrangeiro vira a mão e vende US$ 8 bilhões em dois dias (por EDUARDO CAMPOS)

O Banco Central (BC) apresentou os dados sobre o fluxo cambial de setembro. Uma saída de US$ 6,14 bilhões do Brasil. E qual a importância disso para a formação de preços do dólar? Nenhuma. A brincadeira acontece no mercado futuro, onde os estrangeiros já venderam mais de US$ 8 bilhões em dois dias. E o desmanche de posições compradas, que podem ser vistas como uma aposta de alta do dólar, certamente continua no pregão desta quarta-feira, depois das últimas pesquisas eleitorais apontarem o avanço do candidato Jair Bolsonaro.

O estrangeiro fechou o mês de setembro com uma posição comprada de US$ 39,271 bilhões, considerando dólar futuro e cupom cambial (DDI – juro em dólar negociado no mercado local). Ontem, essa posição tinha caído a US$ 31 bilhões. O que pode ser visto como um dos maiores desmanches de posição, pois desde meados do ano o gringo vinha carregando sempre algo próximo a US$ 40 bilhões em posição comprada, recorde histórico.

Outros players relevantes no mercado futuro são os bancos e os fundos de investimento. Como o mercado futuro é um jogo de soma zero, se um vende um outro compra. E os maiores compradores de dólares foram os bancos, com US$ 6,3 bilhões, seguidos pelos fundos, com outros US$ 650 milhões.

Ainda assim, os bancos mantêm uma posição vendida de US$ 16,2 bilhões no mercado futuro e os fundos têm outros US$ 16,7 bilhões.

Isso avaliando o ocorrido entre o fim de setembro e o pregão de terça. Olhando só o que ocorreu na terça-feira, a movimentação dos fundos de investimento chama atenção, pois eles ampliaram a aposta de queda do dólar em US$ 4,4 bilhões.

Em suma, bancos e fundos estão, em tese, ganhando com a queda do dólar, enquanto o estrangeiro está perdendo dinheiro, ou “pagando a janta”, segundo jargão de mercado.

A avaliação sobre perdas e ganhos é sempre feita em tese, pois não sabemos a que preço a compra foi feita. Além disso, esses agentes podem ter posições em moeda estrangeira no mercado à vista e em derivativos de balcão. Bancos, por regra, não podem ter exposição cambial direcional. É uma medida prudencial.

O rabo que balança o cachorro

O mercado de câmbio no Brasil é um caso curioso, pois o são os derivativos que formam o preço do dólar à vista e não o contrário, como acontece nos demais mercados. É um caso de rabo que balança o cachorro. Isso decorre de uma série de limitações às operações com dólar físico por aqui que se contrapõem a exuberante estrutura e volume de negócios no mercado futuro, que está entre os maiores do mundo. Para dar uma ideia, a proporção é de um dólar negociado à vista para mais de dez no mercado futuro.

É na também na antiga BM&F que os investidores e empresas vão fazer a proteção de suas exposições em dólar, o famoso hedge. É lá que a mágica do câmbio acontece. E não por acaso é também no mercado futuro que o BC concentra suas atuações, quando necessárias, com os swaps cambiais.

Preço x fundamento

Para não dizer que não falei do fluxo, o resultado no ano ainda é positivo em R$ 18 bilhões. Essa “sobra” de dólares aliada a outros fatores estruturais, como reservas internacionais e pequeno déficit em conta corrente é que diferenciam o Brasil de outros emergentes como Argentina e Turquia, que sofreram com forte saída de moeda americana e tiveram de responder com uma disparada nas taxas de juros.

Dólar e o juro local

São esses fundamentos que também permitem ao Banco Central (BC) esperar o resultado das eleições e o aceno do eleito com relação às reformas antes de subir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece em 31 de outubro. Ainda é cedo para tentar estimar como estará o câmbio até lá. Mas esse movimento de queda da máxima de R$ 4,2 para a linha de R$ 3,85 certamente tira pressão das projeções de inflação para 2019 e outros anos, facilitando o trabalho do BC de ancoragem de expectativas e projeções.

O CAMINHO DA PROSPERIDADE OU O CAMINHO DA VENEZUELA: QUAL SERÁ A SUA ESCOLHA?

Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

O que passou pela cabeça do imperador Honório quando ele vislumbrou o exército visigodo na fronteira norte de Roma? Será que naquele momento ele se deu conta de que todo o império Romano estava para ruir? Será que ele compreendeu que aquele seria o fim de seu modo de vida?

Não nos enganemos, queridos amigos; nessas eleições os visigodos estão em nossas fronteiras. Perder agora significa o fim de nosso modo de vida. As eleições deste ano são uma escolha simples que cada um de nós precisa fazer: o caminho da prosperidade ou o caminho da Venezuela.

Podemos seguir o caminho da prosperidade, baseado num ideário liberal na economia e conservador nos valores. Isso representa um amplo respeito aos direitos e liberdades individuais, respeito ao direito de propriedade e proteção à vida. Esse sistema é a base de toda economia desenvolvida e rica no mundo. Esse sistema é a base dos países que mais respeitam os direitos humanos e as liberdades individuais. Não se iludam, o progressismo de alguns países europeus é amplamente baseado numa economia de mercado e respeito aos direitos fundamentais do homem (vida, propriedade e liberdade).

Podemos seguir também o caminho da Venezuela, baseado na ausência de liberdades econômicas e individuais. Lá o governo é soberano para dizer a você o que é melhor, lá o governo pode te prender e te matar sem grandes explicações. A miséria da Venezuela, de todo povo venezuelano e de TODOS os países que seguem ou seguiram esse ideário, é evidente.

Então te pergunto: quem critica a Venezuela? Quem critica Cuba? Quem critica o Irã (onde os direitos individuais de mulheres e homossexuais é exaustivamente desrespeitado)? Te pergunto ainda: quem elogia a “democracia” venezuelana e se recusa a criticar seu ditador?

As eleições desse ano são uma escolha simples: qual caminho iremos seguir? Eu já fiz minha escolha: PT nunca mais.

Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

 

 

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Fonte:
The Economist/IstoÉDinheiro

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1 comentário

  • Cristina Antunes Assis - SP

    Também fiz minha escolha, sr. Adolfo Sachsida: PT nunca mais! Se dependesse de mim seria proibido político não ter no mínimo faculdade e especialização em economia e administração. Mas o povo gosta de ver alguém "simpático" mandando, ao invés de alguém inteligente!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Cara Cristina..parabéns por suas frases finais..imagina um candidato a presidente ou a outro cargo no executivo ou legislativo apresentar friamente as seguintes propostas... 1)reduzir as despesas com oessola nos 3 poderes em 25%..2)reforma na previdência nos moldes proposto pelo temer..3)reforma politica...4) reforma tributaria...quantos votos receberia..o dele dos filhos e da mulher...

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