Ibovespa sobe 2% em sessão de giro expressivo com Bolsonaro mais forte em disputa eleitoral

Publicado em 03/10/2018 18:54

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira pelo segundo pregão seguido, após nova pesquisa mostrar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ampliando a liderança na corrida presidencial, mas se afastou das máximas do começo da sessão, quando superou 85 mil pontos, com agentes financeiros embolsando lucros à espera de nova sondagem sobre a preferência dos eleitores.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 2,04 por cento, a 83.273,40 pontos. Na máxima, disparou 4,69 por cento, a 85.441,79 pontos. Em dois dias, o Ibovespa acumulou acréscimo de 5,91 por cento.

O volume financeiro no pregão somou 22,36 bilhões de reais. O giro recorde, de 17 de dezembro de 2014, foi de 44 bilhões de reais, em sessão marcada por vencimento de opções. Excluindo-se o exercício, o volume no mercado à vista naquela data somou 26 bilhões de reais, também máxima histórica.

Pesquisa Datafolha divulgada na noite de terça-feira mostrou Bolsonaro com 32 por cento das intenções de voto, enquanto o candidato do PT, Fernando Haddad, registrou 21 por cento. No levantamento anterior do Datafolha, divulgado na sexta-feira, o presidenciável do PSL tinha 28 por cento e o petista registrava 22 por cento.

O Datafolha também mostrou um salto na rejeição de Haddad. O percentual dos que afirmam que não votariam no petista de jeito nenhum, de acordo com o instituto, é de 41 por cento, ante 32 por cento na sondagem anterior. Bolsonaro ainda segue como o candidato mais rejeitado, mas o percentual passou de 46 para 45 por cento entre as duas apurações.

"O mercado, que até a semana passada trabalhava com uma maior probabilidade de vitória de Bolsonaro, porém apertada, começou a acreditar em uma conquista mais folgada contra o PT, diante da estabilização da candidatura de Haddad e forte crescimento na rejeição ao petista", observou o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital, em São Paulo.

"O mercado, que estava mais cauteloso, se surpreendeu, o que explica as fortes oscilações na véspera e na manhã desta quarta-feira, disse. "Se assustou quem não tinha posição de Brasil ou estava vendido em Brasil".

Além do sentimento anti-PT, a predileção de agentes financeiros por Bolsonaro encontra respaldo no economista liberal e oriundo do mercado Paulo Guedes, principal conselheiro econômico do candidato do PSL.

Na visão do gestor Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, há uma percepção crescente no mercado sobre a possibilidade de Bolsonaro vencer já no primeiro turno e se novas pesquisas continuarem mostrando ele se fortalecendo ainda mais o Ibovespa tende a manter o viés positivo.

"No entanto, as operações na bolsa no momento são de 'tiro curto', com muitos investidores comprando de manhã para vender à tarde. O enfraquecimento do índice mais à tarde refletiu isso: muitos preferiram zerar posições e colocar dinheiro no bolso para esperar por nova pesquisa."

DESTAQUES

- BANCO DO BRASIL saltou 9,07 por cento, um dia após ter disparado mais 11 por cento, capitaneando novamente os ganhos de bancos, que figuram entre os papéis mais suscetíveis a especulações eleitorais. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 4,53 por cento, BRADESCO PN ganhou 4,33 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 5,07 por cento.

- PETROBRAS PN valorizou-se 4,25 por cento, entre as maiores contribuições positivas, uma vez que os papéis da petrolífera de controle estatal também muito sensível ao cenario eleitoral. PETROBRAS ON avançou 2,6 por cento. Mais cedo, no melhor momento da sessão, tais papéis registraram altas de 11,39 e 10,42 por cento, respectivamente. A companhia voltou a deter nesta semana o maior valor de mercado na bolsa paulista, fechado esta sessão avaliada em cerca de 330 bilhões de reais.

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON subiram 8,64 e 6,53 por cento, respectivamente, também influenciadas por apostas eleitorais, uma vez que a empresa tem controle estatal.

- GOL PN avançou 6,61 por cento, beneficiada pelo declínio do dólar, que encerrou a sessão em queda pelo terceiro pregão seguido e abaixo de 3,90 reais, uma vez que o câmbio tem forte impacto nos custos da companhia aérea.

- SUZANO caiu 4,46 por cento, com o recuo do dólar ante o real abrindo espaço para realização de lucros nos papéis da fabricante de papel e celulose, que acumula em 2018 alta ao redor de 140 por cento.

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Fonte:
Reuters

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