Soja: Com suporte da demanda, mercado fecha 4ª feira com ligeiras altas na Bolsa de Chicago

Publicado em 26/09/2018 16:22

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Nesta quarta-feira (26), o mercado da soja fechou o pregão em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os futuros da commodity trabalharam durante todo o dia em alta, para encerrá-lo com ganhos de pouco mais de 3 pontos entre as posições mais negociadas. Assim, o contrato novembro/18 fechou com US$ 8,48 por bushel, enquanto o março/19 foi a US$ 8,75. 

Segundo explicam analistas internacionais, as recentes informações sobre a demanda têm atuado como importante combustível para as cotações nos últimos pregão. Não só para exportação, mas internamente a procura pela oleaginosa é intensa e tem contribuído para o avanço dos preços. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova e grande venda de soja para o México. Foram 671,934 mil toneladas e todo o volume refere-se à safra 2018/19. Mesmo sem a China, as vendas norte-americanas caminham de forma bastante satisfatória, tal qual os embarques do ano comercial 2018/19. 

Ainda assim, a relação entre chineses e americanos e a falta de um acordo entre os dois países continua limitando as altas no mercado internacional e preocupando de forma bastante agressiva os produtores norte-americanos. 

"Há uma severa preocupação no curto prazo entre muitos produtores de que não será possível, este ano, cumprir com seus custos e necessidades de fluxo financeiro por conta desse cenário", diz Ron Heck, sojicultor em Iowa à FOX Business. 

E na visão de especialistas, um momento de conciliação estaria distante, já que a questão na China tomou proporções que vão além de uma guerra comercial. As provocações e ameaças do presidente Donald Trump não têm sido bem recebidas pelo líder Xi Jinping e despertou reações, inclusive, entre a população da nação asiática. 

Também à FOX, deu entrevista o representante do Conselho de Exportação de Soja dos EUA na China que afirmou que a "os chineses têm trabalhado arduamente, desde o começo de março quando do início da guerra comercial, para não comprar soja dos EUA até que as disputas estejam resolvidas. Eles fizeram todos os esforços para comprar até o último grão de soja do Brasil e, assim, têm condições de passr por novembro e, talvez, até dezembro". 

Além das análises em torno da demanda, o mercado começa também a se ajustar antes da divulgação do relatório de estoques trimestrais que o USDA que acontece nesta sexta-feira, 28 de setembro. 

"Vai haver ajuste de posições a espera do relatorio trimestral de estoques americanos. Interessante ver se o USDA vai admitir estoques inferiores à última estimativa como a gente acredita", diz o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.

No cenário paralelo, a Argentina também exige atenção dos traders. "A China busca mais soja do país vizinho do Brasil e eles estão importando dos EUA. No entanto, atenção! A greve geral na Argentina  pode atrapalhar o fluxo e escoamento da soja", explica o analista de mercado.

Argentina deve exportar 15,4 mi t de soja por demanda chinesa, diz bolsa

BUENOS AIRES (Reuters) - As exportações de soja da Argentina devem somar 15,4 milhões de toneladas na temporada 2018/19, quatro vezes mais do que o embarcado no ciclo passado, que foi afetado por uma seca, e mais que o dobro da última safra sem anomalias climáticas, disse nesta quarta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires.

De acordo com o economista-chefe da bolsa, o crescimento deve ser impulsionado por uma forte demanda pela oleaginosa na China, que tem buscado fontes alternativas devido à guerra comercial com os Estados Unidos.

"Se a guerra comercial for mantida, a China vai maximizar (as compras) de origem argentina e brasileira", disse a jornalistas Augustín Tejeda, analista econômico titular da bolsa, em um congresso organizado pela instituição.

A China é o maior importador mundial de soja e, até Washington e Pequim darem início à disputa comercial, os EUA eram os maiores fornecedores do seu mercado. Porém, desde o começo das tensões, o fluxo de grãos entre os países praticamente estagnou.

"Agora, se está exportando grão da Argentina (à China). Os navios estão partindo em uma época do ano em que, em um ano normal, eles não saem", disse Tejeda, destacando que o processo foi favorecido pela equiparação realizada pelo governo argentino em setembro dos impostos e dos embarques de soja e seus derivados.

Nesta quarta-feira, a bolsa estimou a colheita de soja 2018/19 da Argentina em 53 milhões de toneladas, muito acima dos 35,1 milhões de toneladas colhidos na temporada passada, quando uma grave seca afetou as lavouras. Sob condições climáticas normais, o país produziu 54 milhões de toneladas em 2016/17.

A previsão das exportações da bolsa supera o cálculo de setembro de 8 milhões de toneladas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) para as exportações argentinas de 2018/19.

Por outro lado, Tejeda disse que o crescimento das exportações deve limitar a oferta para o esmagamento doméstico, que ele estimou em 36,6 milhões de toneladas da oleaginosa em 2018/19, ante 41 milhões de toneladas em 2016/17.

"Estaríamos em torno de uma participação (global) em (exportação de) óleo e farelo (soja) em torno de 40 por cento, quando a Argentina sempre representou cerca de 47 por cento do comércio internacional desses produtos", disse Tejeda durante sua exposição no evento.

Governo retira imposto de importação de inseticidas utilizados em lavouras

SÃO PAULO (Reuters) - O Comitê Executivo de Gestão (Gecex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), aprovou a retirada do imposto de importação de 8 por cento de inseticidas usados no plantio de soja e milho no Brasil, um dos maiores produtores globais dessas commodities, informou o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira.

A decisão vale para inseticidas formulados a partir dos ingredientes ativos bendiocarbe, bifentrina, clorfenapir, ciflutrina, deltametrina, etofenprox, fenitrotion, lambda-cialotrina, malathion, pirimfós-metila ou propoxur, segundo o ministério.

Na avaliação do Ministério da Agricultura, a medida deve beneficiar o equivalente a 22 por cento das importações brasileiras de inseticidas agrícolas, considerando os valores de 2017.

A redução do impostos havia sido solicitada em caráter de urgência, em função do início do período de safra, neste mês, quando há maior demanda por defensivos agrícolas.

Pesticidas com esses ingredientes ativos são amplamente utilizados no cultivo de soja e milho, e também em culturas como arroz, amendoim, batata, cana-de-açúcar, cebola, citros, feijão, girassol, palma forrageira, pastagens, pepino, sorgo, tomate e trigo.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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