Café: Bolsa de NY cai mais de 150 pts e toca mínimas de 2005 nesta 3ª feira com dólar e safra brasileira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (18) com queda de mais de 150 pontos. O mercado chegou a testar no dia mínimas de 2005 com nova pressão do câmbio e informações otimistas com a safra brasileira.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com queda de 150 pontos, a 95,80 cents/lb e o março/19 anotou 99,20 cents/lb com recuo de 155 pontos. Já o contrato maio/19 registrou 101,65 cents/lb e baixa de 155 pontos e o julho/19 teve desvalorização de 160 pontos, a 104,00 cents/lb.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta terça-feira uma atualização na safra 2018 de café, com uma produção de 59,9 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg, e crescimento de 33,2% ante a temporada anterior. Essa é a maior produção já registrada na história do país.
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O mercado repercutiu essas informações fundamentais com viés negativo uma vez que essa alta produção daria tranquilidade para a oferta global. Segundo relato de operadores, a ampla oferta pesou, mas a contínua depreciação do real também segue em foco. As informações são da Reuters internacional.
O dólar comercial fechou o dia com alta de 0,41%, cotado a R$ 4,122 na venda, em movimento de correção após o forte recuo na véspera e enquanto investidores aguardam uma nova pesquisa de intenção de voto na caminhada para a Presidência da República, que será divulgada ainda nesta terça.
A moeda estrangeira mais alta tende a encorajar as exportações da commodity, mas em compensação pressiona os preços. Com o câmbio e oferta otimista, os preços externos do arábica testaram em parte do dia mínimas de dezembro de 2005, a 95,10 cents/lb.
A colheita de café da safra 2018/19 dos cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 98,27% até o dia 14 de setembro, segundo informou nesta terça-feira (18) a entidade. Os trabalhos avançam para a finalização e tiveram um salto de mais de três pontos percentuais de uma semana para a outra.
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Ignorado pelo mercado, os estoques de café verde dos Estados Unidos tiveram queda de 172,768 mil sacas de 60 kg em agosto e totalizam 6,66 milhões de sacas. Essa é terceira baixa seguida. O país norte-americano é um dos principais importadores do café brasileiro.
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Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com negócios isolados. "Ofertas baixas, mas os negócios vão saindo devido à necessidade de caixa dos cafeicultores. Os compradores reclamam da dificuldade em comprar volumes maiores de café, mas não melhoram o valor das ofertas", disse em informativo o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Franca (SP) (estável), ambas com saca a R$ 450,00. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com baixa de 2,33% e saca a R$ 420,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 430,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,72% e saca a R$ 416,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Lajinha (MG) com baixa de 2,50% e saca cotada a R$ 390,00.
Na sexta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 418,56 e queda de 0,88%.
1 comentário
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Carlos Rodrigues
A criação de uma taxa de exportação para compensar os pequenos produtores deve ser prioridade ... desta forma evitamos a entrega física de café aos especuladores a preços miseráveis...