É boa expectativa de produtividade para as culturas de inverno
O retorno das chuvas deverá garantir a retomada da expectativa de uma boa produtividade das lavouras de trigo, já que grande parte delas começa a atingir, com percentuais mais elevados, o estádio reprodutivo (floração). De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23/08), 12% das lavouras de trigo no RS atingem esta fase e apresentam boa população de plantas e bom aspecto, com boa sanidade vegetal. O clima em geral tem sido favorável ao bom desenvolvimento das lavouras, mesmo que tenham ocorrido algumas geadas em áreas mais baixas, pois foram de fraca intensidade e não causaram prejuízos.
Um fato a destacar no trigo é a baixa incidência de doenças fúngicas na maioria das lavouras, justamente por conta da baixa umidade, o que tem levado a uma diminuição na aplicação de agroquímicos. Segue em andamento o controle fitossanitário, especialmente a ferrugem da folha e do colmo, assim como o controle da giberela nas lavouras em floração.
As lavouras de aveia se encontram nas fases de floração (43%) e enchimento do grão (20%). Até o momento, as condições meteorológicas têm sido favoráveis. Apenas em casos pontuais foi verificado acamamento de plantas devido às chuvas, todavia acredita-se que não deverá causar maiores danos na colheita, que prevê uma produtividade média de 2.400 kg/ha.
A cultura da cevada segue nas fases de elongação e emborrachamento, com 13% das lavouras já atingindo o pleno florescimento, sem problemas com pragas e doenças, uma vez que surtiram efeito os tratamentos realizados recentemente. Com a aplicação do nitrogênio em cobertura, as plantas aceleraram seu crescimento. Técnicos que atuam na área trabalham, até o momento, com um potencial produtivo estimado em 3.300 kg/ha, com boa qualidade industrial.
A canola está em floração plena (59%), fase esta beneficiada pela presença de abelhas que auxiliam no trabalho de polinização das flores, resultando num alto índice de fecundação e em probabilidade de bom rendimento por área. Até o momento, o padrão fitossanitário das lavouras é considerado bom e o clima tem transcorrido favorável para a canola, predominando dias secos e temperaturas noturnas baixas. O potencial produtivo da cultura no momento é de 1.500 kg/ha.
Viticultura – Mais de 50% dos 39 mil hectares cultivados na Serra gaúcha ainda estão para serem manejados quanto à poda seca ou de inverno. A parcimônia na execução dessa prática cultural se deve à presença de frio constante. Segue os tratamentos com caldas específicas para a redução de presença de pragas. Nos mesoclimas mais quentes, variedades superprecoces, como a Vênus, já mostram brotação de cerca de 10 cm, com boa uniformidade e vigor. Estes vinhais já recebem os primeiros tratamentos fitossanitários para o controle de fitomoléstias. Nestes mesmos locais, a principal variedade de mesa cultivada na região, a Niágara rosada, já demonstra as gemas inchadas e verdes, prenunciando o início de brotação. É bastante raro o uso de dessecantes químicos para o manejo dessas plantas, realizado essencialmente por acamamento por meio físico, como arraste de pneumáticos velhos ou galhos de árvores de espécies exóticas.
Ovinocultura – Em geral, o rebanho ovino apresenta escore corporal satisfatório. Período de terço final de parição na maioria dos rebanhos; a exceção se dá em relação às ovelhas com cria ao pé, que reduziram de forma significativa seu escore corporal pós-parto. Portanto, o momento é de cuidado nutricional e sanitário com as matrizes até a hora do parto e durante a lactação. Com relação à condição sanitária, é preciso atentar para o controle da verminose ovina, em especial a hemoncose. Outro cuidado importante se refere à imunização do rebanho contra as clostridioses em áreas endêmicas; a vacina deve ser feita nas fêmeas no final da gestação. O período é de assinalação, castração e descola de cordeiros. Preços sem alterações, pois não estamos em época de comercialização para recria ou abate. A partir de agora, os ovinocultores preferem coletar a lã, ao invés de comercializar seus rebanhos. Excepcionalmente são comercializados alguns animais, para afrouxar a lotação dos campos nativos durante o fim do inverno.
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