Comitê da ONU pede que Lula participe de eleição

Publicado em 17/08/2018 16:30 e atualizado em 17/08/2018 17:51
Itamaraty vai encaminhar recomendação para Judiciário

O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu hoje (17) um documento que sugere ao governo brasileiro que reconheça os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, divulgou nota informando que o pedido da ONU será encaminhado ao Judiciário e que a iniciativa tem peso de recomendação, pois não é “juridicamente vinculante”.

“O teor da deliberação do comitê será encaminhado ao Poder Judiciário”, diz a nota do ministério. “O comitê, órgão de supervisão do Pacto de Direitos Civis e Políticos, é integrado não por países, mas por peritos que exercem a função em sua capacidade pessoal. As conclusões do Comitê têm caráter de recomendação e não possuem efeito juridicamente vinculante.”

O Itamaraty informou ainda que a delegação permanente do Brasil em Genebra (Suíça) não foi comunicada da recomendação. “Tomou conhecimento, sem qualquer aviso ou pedido de informação prévios, de deliberação do Comitê de Direitos Humanos”.

A reação do comitê é uma resposta a uma consulta encaminhada pelos advogados do ex-presidente no começo deste ano. No momento, o ministro Luís Roberto Barroso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é o relator do registro de candidatura de Lula, condenado em segunda instância e que está preso em Curitiba.

Comunicado

O comunicado, expedido pelo Comitê da ONU, a que a Agência Brasil teve acesso, está escrito em inglês e tem 20 linhas. Nele, a palavra request, em inglês, que significa solicitar e pedir, é usada duas vezes. O documento diz que Lula, mesmo preso, deve desfrutar do exercício dos direitos políticos, como candidato presidencial, incluindo o acesso à mídia e contato com integrantes do seu partido político.

No documento, os peritos afirmam ainda que se a recomendação não for seguida, Lula poderá sofrer “danos irreparáveis” no direito de votar e ser votado, conforme o Artigo 25, da Convenção do Pacto de Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário. O pedido reitera que não representa decisão alguma sobre o mérito relativo à prisão e condenação do ex-presidente da República.

Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do triplex em Guarujá. Desde 7 de abril, ele está detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Outro lado

Para a defesa de Lula, a recomendação das Nações Unidas é um reconhecimento das violações aos direitos civis e políticos do ex-presidente. Os advogados Cristiano e Valeska Zanin Martins interpretam ainda que o ex-presidente tem condições de participar do processo eleitoral.

Segundo a defesa, Lula tem condições de concorrer às eleições presidenciais até a existência de decisão transitada em julgado em um processo justo, assim como será necessário franquear a ele acesso irrestrito à imprensa e aos membros de sua coligação política durante a campanha.

ONU, PT, jornalistas: um roteiro combinado (em O Antagonista)

Era esperada a articulação da esquerda em nível nacional e mundial para vitimizar Lula e tentar pressionar a Justiça brasileira a infringir a lei e permitir que o corrupto e lavador de dinheiro seja candidato ao Planalto.

Na terça-feira, Lula assinou um artigo cheio lorotas no New York Times, repetindo que foi vítima de um julgamento político;

Ontem, PT e MST fizeram aquele teatro na frente do TSE, como se o tribunal fosse impedir o registro da candidatura do condenado, um ato burocrático a ser legalmente anulado no seu devido tempo;

Hoje, esquerdistas que aparelharam o Comitê de Direitos Humanos da ONU soltaram uma “recomendação” em favor da candidatura do condenado, fato imediatamente alardeado por petistas da imprensa brasileira e francesa (o petista Paulo Paranaguá, editor para a América Latina do Le Monde, mais precisamente) como uma “liminar” das Nações Unidas a ser imposta à Justiça brasileira.

O roteiro estava todo combinado, claro.

“Mera fantasia”

Carlos Velloso, ex-presidente do STF, disse a O Antagonista que as declarações de petistas sobre a patacoada da ONU são “mera fantasia”.

“Não passa de mera fantasia”, comentou ele.

Fernando Haddad, por exemplo, disse que “a ONU determinou que Lula seja candidato” e que “a determinação tem força de lei”.

“Não acredito que a ONU iria se meter numa encrenca, desrespeitando a soberania do Estado brasileiro.”

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Fonte:
Agência Brasil

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1 comentário

  • Justiniano Stein Fortaleza do Abunã - AC

    ...BEM FEITO... O APEDEUTA CONTINUARÁ PRESO... PARA QUE NÃO TIVESSE DE PASSAR POR ISSO, APENAS DEVERIA TER SIDO HONESTO, SIMPLES ASSIM.

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