Tyson compra Keystone da brasileira Marfrig por US$ 2,5 bi, dizem fontes
Por Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - A Tyson Foods fechou acordo com a Marfrig para comprar a unidade norte-americana Keystone do grupo brasileiro por 2,5 bilhões de dólares, disseram duas fontes com conhecimento do assunto nesta sexta-feira.
O acordo foi assinado pelo acionista controlador da Marfrig, Marcos Molina, na noite de quinta-feira, acrescentaram as fontes.
Questionadas, Marfrig e Tyson não comentaram o assunto.
As ações da Marfrig despencavam após as notícias sobre a venda da unidade que produz alimentos para redes de lanchonetes e restaurantes. Às 13h13, as ações da Marfrig exibiam queda de 7,85 por cento, enquanto o Ibovespa caía 1,2 por cento.
Analistas do Itaú BBA destacaram que a notícia é negativa para as ações, uma vez que o valor ficou abaixo daquele que vinha sendo aventado pela mídia como desejado pela Marfrig. "Há uma grande diferença para o valor patrimonial entre uma venda de 2,5 bilhões e 3,0 bilhões de dólares", afirmaram os analistas em nota a clientes.
"Com a venda em 2,5 bilhões de dólares, não vemos razão para mudar nossa recomendação 'underperform' para as ações, o que poderíamos estar inclinados a fazer se a venda chegasse aos 3 bilhões de dólares anteriormente esperados", afirmaram os analistas. "Para mudar nossa opinião, precisaríamos ver uma forte geração de caixa e redução da dívida líquida nos próximos trimestres...mas não temos razão para assumir esse cenário, por enquanto."
Uma comitiva da Marfrig, incluindo Molina, estava em Nova York na quinta-feira tratando das discussões de um acordo para venda da Keystone. O vice-presidente financeiro da Marfrig, Eduardo Miron, disse na véspera que um acerto para a venda da unidade poderia "acontecer a qualquer momento, nas próximas semanas no máximo", mas se recusou a informar com que grupo a empresa estava negociando.
A Marfrig teve prejuízo líquido de 582 milhões de reais no segundo trimestre, acima do resultado negativo de 262 milhões sofrido um ano antes. O resultado foi pressionado por adesão da empresa a um programa de renegociação da dívida do Funrural, que impactou o balanço em 616 milhões de reais.
Segundo os planos da empresa, os recursos da venda da Keystone serão usados para reduzir o endividamento da Marfrig. A meta da companhia é terminar 2018 com relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado para abaixo de 2,5 vezes. A Marfrig encerrou junho com alavancagem de 4,2 vezes.
(Com reportagem adicional de Paula Arend Laier)
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