EUA: Bom cenário de clima deve garantir maior produtividade da nova safra

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim mensal de oferta e demanda na última sexta-feira (10) com um aumento expressivo da produtividade norte-americana da soja 2018/19 de 55 para 57,83 sacas por hectare e o número chamou a atenção do mercado. O rendimento estimado, afinal, elevou a projeção de colheita para 124,81 milhões de toneladas. 

Segundo explicam os especialistas, esse alta significativa nas estimativas, vem não só de uma área maior dedicada à oleaginosa, mas de condições de clima bastante favoráveis para o desenvovlvimento das lavouras no Corn Belt. No milho, afinal, os dados também vieram maiores. 

Ainda de acordo com o reporte, o rendimento do cereal subiu ainda mais do que o da soja, passando de 182,01 para 186,62 sacas por hectare. Com isso, a colheita estimada é de 370,51 milhões de toneladas, contra a projeção anterior de 361,46 milhões. 

Relatos da consultoria internacional AgResource Mercosul (ARC) trouxeram, ao longo de toda a temporada, um desenvolvimento bastante satisfatório das duas culturas e, no curto prazo, as previsões climáticas mais recentes seguem sem mostrar um ameça climática à nova safra dos EUA. 

"O aumento de 2 sacas por hectare nas estimativas de produtividade da soja nos EUA reflete o atual cenário desta safra (...)Vale lembrar que um grande definidor de teto produtivo são as condições edafoclimáticas para o mês de agosto, principalmente no caso da soja", diz a ARC. 

Clima nos EUA

Apesar dos números do USDA, as informações de clima para o Meio-Oeste americano, bem como as reais condições da safra, sempre trazem alguma divergência entre os analistas e consultores de mercado. Além do mais, há pontos que trazem alguma preocupação por conta da falta de chuvas nesse momento. 

Ainda de acordo com as previsões apuradas pela AgResource, áreas de e Illinois, Wisconsin, Indiana e Iowa passam por um período
passageiro de estiagem. Mas, informa ainda que, apesar de chuvas mais retraídas no curto prazo, os mapas mostram que, na segunda quinzena de agosto, as precipitações já voltam a ser mais expressivas, com volumes melhores para toda a região do Corn Bel e Delta do Mississipi. 

"A equipe de meteorologia da ARC alerta que há pontos de perdas, principalmente sobre o norte de Iowa e nas Dakotas, porém não são regiões que trazem expressividade para a estimativa nacional dos EUA", diz a consultoria.

Previsão para os próximos dias

O Commodity Weather Group (CWG), em sua previsão desta segunda-feira (13), mostra que para os próximos cinco dias, o Meio-Oeste americano deverá receber chuvas de 12,7 a 32,7 mm nos próximos cinco dias, e as precipitações devem cobrir cerca de 75% do Meio-Oeste. 

"A cobertura das chuvas deverá melhorar nesta próxima semana, com áreas do sul do corredor I-80 com melhores chances de receberem preocipitações mais substanciais", diz o analista sênior do portal Farm Futures, Bryce Knorr. 

NOAA mostra chuvas de 13 a 27 de agosto com bons volumes para o Corn Belt

Já no período dos próximos 6 a 10 dias - de 18 a 22 de agosto -, as chuvas deverão continuar acima da média para o período na maior parte do Corn Belt. Por outro lado, entre os dias 23 e 27, as chuvas sem mostram um pouco mais limitadas, com volumes abaixo do comum para essa época em estados como Missouri, Arkansas e Oklahoma, como mostram os mapas abaixo.

Mapas do Commdity Weather Group mostram chuvas e temperaturas para os EUA

Nos mesmos períodos, as temperaturas deverão ficar dentro da normalidade, ainda segudo o CWG, no Corn Belt. 

As informações e mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos Estados Unidos, mostram condições parecidas, com chuvas acima da média e temperaturas abaixo nos próximos 6 a 10 dias, como mostram os mapas na sequência. 

Chuvas para o período dos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Temperaturas para o período dos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA

O USDA traz, às 17h (horário de Brasília) desta segunda-feira, a atualização das condições das lavouras norte-americanas. No reporte da última segunda (6), eram 70% dos campos de soja em boas ou excelentes condições e 71% no caso do milho.