Ibrafe: Queda no consumo do Feijão acende alerta
Uma pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada este ano, indica que a quantidade de pessoas que comem feijão cinco vezes ou mais por semana em Curitiba (PR) caiu de 64,7% para 51,4% em 2017. No Brasil, a redução nos últimos sete anos foi de 6,1 %, de 60,3 em 2010 para 60,1%, no ano passado.
Os dados recentes refletem um cenário constatado desde o ano passado, por outro estudo também divulgado pelo Ministério da Saúde, que apontou que o brasileiro está mais obeso. Em 10 anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros.
As mudanças de hábitos e consumo dos brasileiros deixaram em alerta produtores e indústria. "O Feijão sempre fez parte da dieta saudável do brasileiro e não há mais dúvidas sobre o seu benefício para uma alimentação balanceada. O avanço do fast food é uma preocupação para a Saúde e para o campo", afirma o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pules (IBRAFE), Marcelo Eduardo Lüders.
Apesar da principal forma de consumo ainda ser cozido, com caldo, pesquisadores e indústrias estão trabalhando para propor novas formas de apresentação do Feijão, levando diferentes opções para o consumidor, inclusive como opção para cardápios vegetarianos e veganos e também para celíacos.
"A indústria alimentícia pode ter um aumento de demanda e o Feijão é um ingrediente que pode aparecer em novos produtos, em função dos seus benefícios", afirma Cristina Pascual, especialista em tecnologia do Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, localizado em São Paulo. Ela vai proferir palestra com o tema "Tendências: novas formas de consumo de Feijão e Pulses", durante o VI Fórum Brasileiro do Feijão e Pulses, que será realizado entre os dias 15 e 17 de agosto em Curitiba (PR).
As pesquisas para chegar a estes novos modos de consumo são bastante variadas. Elas vão desde o desenvolvimento de produtos e apresentações até a análise e comparação entre diferentes tipos de Feijões.
Como representante do setor, o IBRAFE vai propor durante o evento, que será realizado na capital paranaense, a discussão de estratégias para retomar o consumo de Feijão e Pulses. "A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão e o Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses estão em alerta máximo. A mudança de comportamento do consumidor é um desastre para a saúde dos brasileiros", completa Lüders.
Vantagens
A especialista esclarece que o Feijão pode ser um ingrediente enriquecedor em muitos produtos da indústria alimentícia e muitas pesquisas estão direcionadas neste sentido. "Fora do Brasil, já existem demandas e produtos com Feijão que não sejam apenas com caldo ou enlatados, mas também bolos e massas alimentícias, por exemplo. Lá fora, os snacks com Feijão são uma tendência de mercado. O Feijão é um produto que vai muito além da forma como ele é normalmente consumido no Brasil e a leguminosa pode agregar muito valor", salienta.
Cristina revela que já é possível fazer bolo sem glúten com farinha de feijão; macarrão com uma mistura de arroz com feijão branco; e até mesmo um petit gateau de chocolate com Feijão azuki. "Neste caso, houve uma aceitação sensorial acima de 60%", indica Cristina, sobre o resultado dos testes realizados após a criação da receita da sobremesa e desta nova forma de consumo de Feijão.
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