Soja em Chicago finaliza sessão em queda com projeções de safra cheia nos EUA e continuidade da guerra comercial

Publicado em 06/08/2018 18:29 e atualizado em 06/08/2018 19:25
Projeções de safra apontam para oferta superior a 120 milhões de toneladas nos EUA nesta próxima safra

Nesta segunda-feira (06), os preços da soja voltaram a fechar o dia em campo negativo na Bolsa de Chicago. O movimento de liquidação dos fundos continuou e os traders voltaram a sentir a pressão, mais uma vez, dos velhos capítulos da  guerra comercial China x Estados Unidos e das novas projeções sobre o potencial da safra americana. Dessa forma, os principais contratos voltaram a perder o patamar dos US$ 9,00 por bushel. Setembro/2018 fechou em US$ 8,82/bushel queda de 8,75 pts e o novembro/2018 também recuou 8,75 pts encerrando em US$ 8,93 /bushel.

Segundo Vlamir Brandalizze da Brandalizze Consulting, o impasse na relação entre China e EUA continua e o presidente americano Donald Trump voltou a afirmar que vai elevar de 10% para 25% as tarifas da lista de produtos anunciada recentemente.

Além disso, as recentes projeções da safra americana mostram que o potencial de produção da soja nos EUA é grande e os números podem ser revistos no próximo relatório de oferta e demanda do USDA a ser divulgado nesta semana. Pesquisa do site Farm Futures estimou que o potencial de produção de soja dos EUA deve estar próximo do recorde de 2016 de 52,1 bpa, embora Bryce Knorr, analista sênior do mercado de grãos, admita que os rendimentos da soja são notoriamente difíceis de prever em agosto.

Uma grande safra doméstica de soja não favorecerá os preços futuros: “Sem uma solução para a disputa comercial com a China, o aumento da produção poderia aumentar a oferta de soja em 1 de setembro de 2019 acima de 600 milhões de bushels (16 milhões de toneladas) , mantendo o preço médio dos EUA abaixo de US $ 8,50 ", diz Knorr.

Em uma avaliação à parte, a Informa Economics elevou ligeiramente suas projeções para a safra de soja dos EUA de 2018 de 49,8 bpa para 50,0 bpa, com uma produção total estimada de 4,445 bilhões de bushels (acima de 121 milhões).

Esses doi fatores foram levados em consideração nas negociações desta segunda-feira (06), porém não foram suficientes para definir um rumo para os preços da soja no mercado internacional. De acordo com Brandalizze, o movimento de queda nas cotações é pontual pois novos fatores começam a surgir no cenário de formação dos preços como a quebra da safra de trigo na Europa, o que poderia demandar mais farelo de soja , além do aquecimento da demanda pelo produto americano que vem sendo confirmado pelos relatórios de vendas e embarques semanais do USDA.  

No boletim desta semana os embarques da soja somaram 893,11 mil toneladas. As estimativas dos traders estavam entre 500 mil a 750 mil toneladas do grão. Com o reporte, o volume embarcado e acumulado na temporada se aproxima das 53 milhões de toneladas projetadas pelo USDA e pode, inclusive,  superar as expectativas do departamento até o final da temporada. 

Tem também o fator climático onde os mais recentes mapas de precipitação de cinco dias da NOAA mostram que grandes porções do Médio-Sul e leste do Cinturão de grãos têm a maior chance de receber chuvas moderadas entre hoje e 11 de agosto. No entanto, por se tratar de um momento crítico para as lavouras americanas, qualquer alteração nas previsões pode mudar os rumos do mercado. 

Mercado no Brasil 

A segunda-feira foi de poucos negócios no Brasil com a total falta de interesse vendedor. "Quem tem soja aposta numa mudança de cenário neste segundo semestre, principalmente vinda do dólar, diante das incertezas da corrida eleitoral ", confirma Vlamir Brandalizze. Segundo ele, o produtor brasileiro já está com a safra atual bem comercializada, cerca de 80%, e prefere esperar por novas oportunidades em vez de vender seu produto nos atuais patamares de preços. No Porto de Paranaguá-PR , compradores ofereciam entre R$87,50 e R$ 88,00 pela saca para entrega em Setembro, mas sem muitos interessados.

Veja também relatório diário da AgResource : 

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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