Soja perde quase 2% em Chicago nesta 4ª com pressão renovada da guerra comercial China x EUA

Publicado em 01/08/2018 18:47

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Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta quarta-feira (1) com perdas de quase 2%, com um movimento bastante intenso de realização de lucros após bater, na sessão anterior, com altas de mais de 3% e registrando suas máximas em um mês. Farelo e óleo de soja também caíram, acompanhando o grão.

Assim, as baixas entre as principais posições perderam entre 16,75 e 17 pontos, com as primeiras voltando a perder o patamar dos US$ 9,00 por bushel, enquanto o novembro/18, que é a principal referência do mercado neste momento, fechou em US$ 9,01. 

O mercado sentiu, além de uma forte realização de lucros, o peso renovado de mais um dia da guerra comercial dos Estados Unidos com a China, com o governo Trump anunciando que pode elevar o percentual da tarifação de 10% para 25% em US$ 200 bilhões de produtos chineses, como explicou o estrategista de mercado da AgRural, Michel Vieira. 

Frente a isso, a China já avisou que, na medida em que isso se efetivar, ela irá dar uma resposta à altura para essa nova medida do governo norte-americano. 

"Os baixistas esperam que a China continue mesmo jogando duro. De outro lado, essa porta pode não ser tão grande se um acordo comercial for alcançado no curto prazo", diz o analista internacional Al Kluis, da Kluis Commodities, em um informativo nesta quarta-feira. 

Apesar da queda forte, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a tendência para os preços da soja em Chicago ainda é de alta, com o clima no Corn Belt começando a chamar mais atenção dos traders. A força dessas informações, porém, ainda é limitada.

"Os fundamentos não mudaram, porque continuam mostrando indicativos de calor no Meio-Oeste americano, com estados importantes não devendo ter chuvas boas e mostrando que o quadro mais próximo do normal está no estado de Illinois, onde está Chicago. Então, os operadores acabam vendo mais o que está ao redor e não olham tanto nos estados que estão com mais problemas, como Nebraska e Iowa, que têm altas temperaturas e não devem ter chuvas até a semana que vem. Desta forma, neste momento de florescimento e formação das vagens, isso tem efeito limitante no potencial produtivo das lavouras", diz Brandalizze.

Preços no Brasil

Nesta quarta-feira, os preços da soja no Brasil tiveram dia de volatilidade, com o mercado interno atento às baixas fortes na Bolsa de Chicago, bem como à ligeira alta do dólar frente ao real. A moeda americana encerrou o dia com 0,11% de ganho e valendo US$ 3,7589. 

Para os portos, a pressão de Chicago parece ter sido protagonista e as referências recuaram. Em Paranaguá, baixa de 0,55% no disponível, para R$ 91,00 por saca, e de de 1,22% para fevereiro, com fechamento nos R$ 81,00. Em Rio Grande, queda de 0,79% para R$ 87,80 no disponível e de 0,45% para R$ 88,60 no contrato agosto. 

"O mercado da Soja teve pouco movimento confirmado nesta quarta-feira, com apelo em
indicativos de queda em Chicago, entregando parte dos ganhos do dia anterior. Junto, em parte do dia o dólar estava em queda e, assim, os níveis recuaram quase R$ 1,00. Desta forma, o dia foilento de fechamentos internos", relata Brandalizze.

Importação de soja dos EUA pela UE dispara; embarques do Brasil caem

BRUXELAS (Reuters) - As importações de soja dos Estados Unidos pela União Europeia aumentaram 283 por cento no início da nova campanha de comercialização, de acordo com dados oficiais divulgados pela UE uma semana depois de o presidente Donald Trump ter fechado um acordo com europeus para evitar uma disputa comercial.

O aumento das importações europeias nas cinco primeiras semanas do ano comercial 2018/19, para cerca de 360 mil toneladas, ocorreu com os compradores aproveitando uma queda acentuada nos preços.

Por outro lado, os volumes de soja importada do Brasil --maior exportador global-- caíram 28,6 por cento na mesma comparação, para 514 mil toneladas, com brasileiros atendendo compradores chineses em virtude da aplicação de uma tarifa chinesa à soja norte-americana.

Com a tarifa chinesa, a soja dos EUA ficou mais barata para outros destinos que não a China, maior importador global.

A UE afirmou que o aumento nas importações de soja dos EUA foi o primeiro desdobramento de um acordo assinado entre Washington e a Comissão Europeia.

    No entanto, uma porta-voz da Comissão Europeia disse que o aumento foi graças às forças do mercado, ao invés de qualquer ação deliberada na sequência do acordo transatlântico com Washington para afastar novas tarifas.

Trump havia dito que a UE começaria "a comprar um monte de soja", depois do acordo no mês passado em que o bloco ofereceu medidas que ele poderia vender aos eleitores antes das eleições de novembro.

Analistas de mercado disseram que o aumento foi causado pela queda dos preços em junho, quando a China parou de comprar a soja norte-americana em retaliação a medidas comerciais de Trump.

As importações de soja do Paraguai pela UE também caíram acentuadamente, para 16,5 mil toneladas.

Pouco mais de um terço das importações de soja da UE veio dos Estados Unidos. No mesmo período do ano passado, elas representavam menos de 10 por cento.

As importações de farelo de soja dos Estados Unidos pela UE também dispararam para 184,7 mil toneladas, versus apenas 5,4 mil toneladas no mesmo período do ano anterior, ainda que o Brasil --principal fornecedor do produto aos europeus-- continue respondendo pelo maior volume fornecido.

As importações de farelo brasileiro somaram 543 mil toneladas, queda de 21 por cento ante o mesmo período do ano passado.

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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