Ministério da Agricultura vê aprovação de PL de pesticidas em 2019, diz secretário
Por Jake Spring
BRASÍLIA (Reuters) - Um projeto de lei (PL) para acelerar a aprovação de novos pesticidas no Brasil, que tem recebido críticas de ambientalistas, provavelmente não será aprovado pelo Congresso Nacional neste ano, disse um representante do Ministério da Agricultura à Reuters nesta quarta-feira.
No Brasil, a aprovação de um novo pesticida pode levar de três a oito anos, um tempo de espera muito maior do que nos Estados Unidos e na Europa, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Eduardo Rangel, em entrevista.
Por exemplo, o pedido da Bayer para seu fluopyram, um fungicida que combate a ferrugem da soja e o mofo branco, ainda está pendente de aprovação após nove anos, apesar de já ter recebido o sinal verde nos EUA e na Europa.
Outros produtos "na fila" há mais de três anos incluem o pedido da Sumitomo Chemical para a fenpirazamina, que trata o mofo branco, e o pedido da Iharabras para o herbicida piroxasulfona.
O PL para acelerar o processo foi aprovado em comissão do Congresso no mês passado, mas é improvável uma aprovação em Plenário neste ano, disse Rangel.
"Imagino que uma alteração da lei atual, vinda desse projeto, só vai acontecer em 2019", disse Rangel.
A lei exigiria que o Ministério da Agricultura aprove novos pesticidas e produtos relacionados dentro de um ano. Depois disso, o produto receberia um registro temporário até a decisão final, desde que já tenha sido aprovado em pelo menos três países da OCDE.
A lei também exigiria que a agência reguladora Anvisa avalie o risco à saúde de um novo agrotóxico com base na maneira como ele é aplicado, e não se é inerentemente prejudicial à saúde humana, como ocorre atualmente, pois muitos produtos químicos perigosos apresentam baixo risco se aplicados em pequenas doses, afirmou o secretário.
Ambientalistas criticaram a proposta de dar ao Ministério da Agricultura uma autoridade mais ampla para emitir aprovações, que, segundo eles, ameaçarão a saúde do cidadão e o meio ambiente.
Rangel defendeu a lei dizendo que o Ministério da Agricultura ainda contaria com a análise do órgão ambiental Ibama e da Anvisa, que manteriam o poder de veto sobre novos produtos.
SUPER AGÊNCIA
Em separado, o ministério enviará uma aguardada proposta para criar uma "super agência" para inspeções de segurança alimentar, com maior independência e recursos. A proposta será encaminhada ao Congresso depois do final do atual recesso, em agosto, disse Rangel.
Mas a proposta, que surge depois que uma investigação revelou denúncias generalizadas de fraude em inspeções de carne no Brasil, também não deve obter aprovação legislativa ainda neste ano, segundo o secretário.
0 comentário
CNA destaca papel do produtor rural no futuro da agricultura durante o ConBAP 2024
Dólar dispara com notícia de isenção de IR e atinge maior valor da história, aos R$5,9141
Aprosoja MT participa de audiência sobre Pacto de Conformidade Ambiental da Soja (PCAS)
Aprosoja MT participa de audiência sobre Pacto de Conformidade Ambiental da Soja (PCAS)
Produtores rurais ganham direito à isenção de IPI na compra de veículos
Líder mundial no uso de defensivos biológicos, Brasil precisa aprovar projeto de bioinsumos