Milho: Mercado recua mais de 1% na CBOT nesta 3ª com realização de lucros e dados da safra dos EUA
A sessão desta terça-feira (24) foi negativa aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram as perdas e finalizaram o dia com quedas de mais de 5 pontos, uma desvalorização de mais de 1%.
Com isso, o vencimento setembro/18 fechou o pregão a US$ 3,52 por bushel, enquanto o dezembro/18 operava a US$ 3,66 por bushel. O março/19 terminou o dia a US$ 3,77 por bushel e o maio/19 a US$ 3,83 por bushel.
"Os preços do milho afundaram nesta terça-feira com influência de um movimento de realização de lucros e dos dados otimistas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a safra americana", informou o site internacional Farm Futures.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA manteve em 72% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. 19% apresentam condições regulares e 9% registram condições ruins ou muito ruins.81% das plantações do cereal estão em fase de embonecamento. Na semana anterior, o índice estava em 63%, o mesmo percentual observado em igual período de 2017. A média dos últimos cinco anos é de 62%.
"A expectativa dos traders era de uma queda para 71% no índice de lavouras em boas ou excelentes condições nos EUA. Fisiologicamente, a safra de milho deste ano continua amadurecendo moderadamente mais rápido que a média", reportou o site Farm Futures.
E os mapas climáticos voltaram a indicar chuvas acima da normalidade para o Meio-Oeste entre os dias 29 de julho a 2 de agosto. Já as temperaturas deverão ficar abaixo da normalidade no mesmo período.
Ainda hoje, o Governo de Donald Trump divulgou que irá disponibilizar US$ 12 bilhões em um pacote de ajuda aos produtores impactados pela guerra comercial entre os EUA e a China. O produtor da Dakota do Norte, Kevin Skunes, presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho (NCGA), fez a seguinte declaração após o anúncio do USDA desta tarde:
"Os membros de produtores da NCGA estão enfrentando seu quinto ano consecutivo de queda nas receitas agrícolas, enfrentando altos níveis de incerteza devido a disputas comerciais contínuas e interrupções nos mercados de etanol. Os produtores de milho preferem depender dos mercados, não de um pacote de ajuda, para sua subsistência", diz a nota oficial da NCGA, na pessoa de seu presidente, Kevin Skunes, produtor na Dakota do Norte.
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Mercado brasileiro
A terça-feira foi de estabilidade aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Luís Eduardo Magalhães (BA), a queda foi de 4,55%, com a saca a R$ 31,50. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a alta ficou em 2,00% e a saca a R$ 25,50.
"No mercado brasileiro continuamos com ritmo lento de negócios, apenas localizados devido ao impasse no frete. Temos bons volumes de exportação de contratos antigos, porém, as negociações novas estão paradas. No caso da safrinha, as perdas no potencial produtivo ainda pode dar fôlego aos indicativos, mas, mesmo com uma safrinha menor, teremos que exportar", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Em Mato Grosso, cerca de 65,71% da safra de milho já foi colhida. "As condições climáticas, por sua vez, apresentaram aumento das temperaturas em grande parte das regiões, o que também colaborou para os avanços da colheita conforme o cereal vem secando no campo", reportou o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
No caso do Paraná, a colheita já está completa em 14% da área cultivada nesta temporada, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural). Cerca de 26% das lavouras apresentam boas condições, 50% estão em condições medianas e 24% em condições ruins.
A expectativa é que sejam colhidas 9,2 milhões de toneladas de milho nesta safra. O número representa uma queda de 30% em relação ao colhido no ano anterior, de 13,2 milhões de toneladas. Em torno de 19% da safra já foi comercializada no estado.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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