Impulso ao etanol na China é colocado em dúvida em meio a disputa comercial com EUA
PEQUIM/CHICAGO (Reuters) - A ambiciosa iniciativa da China de usar biocombustível em carros em todo o país até 2020 está em dúvida em meio a preocupações com o fornecimento de matéria-prima, como o milho, ampliadas por uma crescente disputa comercial com Washington, disseram produtores e analistas.
Em setembro do ano passado, o governo delineou planos radicais para implantar o uso do etanol na gasolina nacionalmente até 2020, em parte para dar vazão a seus enormes estoques de milho.
Produtores controlados pelo Estado, como a Cofco e a Jilin Fuel, apressaram-se a traçar planos de investir bilhões de iuanes para dobrar a produção no maior mercado automotivo do mundo.
Mas, desde então, apenas um grande projeto --a fábrica de 300 mil toneladas por ano da SDIC, na província de Liaoning, no nordeste da China-- recebeu autorização para iniciar a construção.
Três planos de expansão de grandes produtores estão paralisados porque as empresas não têm a aprovação do governo, disseram três fontes com conhecimento direto da situação. Elas se recusaram a ser identificadas, pois não estão autorizadas a falar com a mídia.
O governo não revisou seu cronograma ou comentou publicamente sobre uma mudança na política.
Mas executivos de dois produtores, três especialistas em política e analistas de mercado disseram que o demorado processo de aprovação e os atrasos nos projetos sugerem que Pequim está silenciosamente repensando seus planos iniciais.
A desaceleração vem à medida que se intensifica uma disputa comercial com os Estados Unidos, elevando a ameaça de novas tarifas que poderiam impactar importações de milho ou etanol dos EUA para compensar uma eventual falta de oferta doméstica do cereal a preços atrativos.
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