Consumo de GNV cresce em maio com greve dos caminhoneiros, diz Abegás
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) cresceu 13,9 por cento em maio ante o mesmo mês de 2017, diante do desabastecimento de combustíveis líquidos causado por uma histórica greve de caminhoneiros no país, apontou nesta quinta-feira a Abegás, associação das empresas distribuidoras de gás canalizado.
Foram consumidos 5,9 milhões de metros cúbicos/dia (m³/d) de GNV em maio, ante 5,2 m³/d no mesmo período do ano passado. Ante abril, houve uma alta do consumo de 1,6 por cento.
Em nota, o presidente-executivo da Abegás, Augusto Salomon, disse que o desabastecimento causado durante a paralisação dos caminhoneiros, que durou 11 dias em maio, impulsionou o consumo de GNV. A greve protestou contra os altos preços do diesel.
Segundo o presidente da Abegás, houve ainda um aumento médio de 60 a 70 por cento na procura pela conversão de veículos a GNV, o que resultará em aumento do consumo nos próximos meses.
"Incentivar o GNV é estratégico para o país. Por ser distribuído em tubulações, não depende do fornecimento por veículos. Além do mais, é menos poluente que os combustíveis líquidos, especialmente na comparação do diesel, o que faz dele uma alternativa para uso em veículos pesados, inclusive em transporte público municipal", afirmou.
O consumo de gás natural do Brasil em maio, no entanto, caiu 5,4 por cento na comparação anual, para 59,46 milhões de m³/d, com o recuo da demanda industrial, bastante impactada pela paralisação dos caminhoneiros, que reduziu a produção da indústria não só pela falta de insumos, mas também pela impossibilidade de circulação dos produtos acabados, mostrou a Abegás.
Na indústria, principal mercado consumidor de gás, houve uma retração de 2,63 por cento do consumo do insumo em maio, ante o mesmo mês de 2017, para 27 milhões de m³/d, segundo a Abegás. Na comparação com abril, houve uma queda de 3,64 por cento.
(Por Marta Nogueira)
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