Bolsa cai abaixo dos 70 mil pontos pela primeira vez desde agosto do ano passado

Publicado em 18/06/2018 18:04
Ibovespa fecha em queda com pressão de exterior e indefinição em cena política local (REUTERS)

A Bolsa brasileira teve o quarto pregão consecutivo de queda e perdeu os 70 mil pontos nesta segunda-feira (18).

O tombo reflete a manutenção do pessimismo dos investidores com a economia brasileira e com a indefinição do cenário eleitoral.

Nesta segunda houve ainda um componente externo: as principais Bolsas mundiais fecharam em queda pelo receio dos impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que ganhou forma na sexta-feira passada, após o anúncio de tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos importados de cada um dos países. (FOLHA DE S. PAULO).

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice acionário da B3 fechou nesta segunda-feira abaixo dos 70 mil pontos pela primeira vez desde agosto do ano passado, pressionado pelos receios de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, enquanto as indefinições no quadro político-eleitoral local reforçaram o tom negativo.

O Ibovespa fechou em queda de 1,33 por cento, a 69.814 pontos. O giro financeiro somou 14,3 bilhões de reais, incluindo o exercício de opções na primeira parte do pregão, que somou 5,53 bilhões de reais.

No exterior, as preocupações sobre uma disputa comercial entre Washington e Pequim ganharam corpo após a China ameaçar impor tarifas sobre as importações de petróleo bruto, gás natural e outros produtos de energia de origem norte-americana, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas sobre 50 bilhões de dólares em importações chinesas.

"O cenário interno está bastante indefinido... e para piorar veio essa preocupação com a relação entre China e Estados Unidos", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos, acrescentando que o mercado acionário deve seguir pressionado até que se tenha mais clareza em relação ao cenário eleitoral.

O índice de ações de mercados emergentes MSCI caiu 0,7 por cento. O cenário também foi negativo em Wall Street, com o S&P 500 fechando em baixa de 0,21 por cento.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 3,14 e 3,31 por cento, respectivamente, contaminadas pelo cenário pessimista no mercado acionário como um todo, a despeito do movimento mais positivo para o petróleo no exterior.

- VALE ON teve alta de 0,16 por cento, após trocar de sinal algumas vezes e ir de alta de 0,33 por cento na máxima a queda de 2,58 por cento na mínima. A sessão não teve a referência da cotação do minério de ferro na China devido a feriado no país asiático.

- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 2,03 por cento e BRADESCO PN cedeu 3,22 por cento, exercendo as principais pressões negativas no Ibovespa devido ao peso desses papéis em sua composição.

- B2W ON recuou 3,47 por cento, com o cenário negativo como um todo favorecendo um movimento de ajuste, enquanto o papel ainda acumula alta de cerca de 20 por cento no ano.

- RD ON subiu 2,5 por cento, entre os destaques de alta do Ibovespa, com investidores avaliando de forma positiva o plano de expansão da empresa e aproveitando as quedas que levaram o papel a acumular perdas de mais de 20 por cento no ano.

- JBS ON avançou 2,41 por cento, tendo no radar a melhora na recomendação dos papéis pelos analistas do JPMorgan, para "overweight" ante "neutra".

Wall Street fecha com leve baixa, mas ações de energia sobem

Por Chuck Mikolajczak

NOVA YORK (Reuters) - O Dow Jones e o S&P caíram modestamente nesta segunda-feira, encerrando bem abaixo das mínimas da sessão, com ganhos nas ações de energia ajudando a reduzir as quedas decorrentes das preocupações da guerra comercial após a retaliação da China às tarifas dos EUA.

O índice Dow Jones caiu 0,41 por cento, a 24.987 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,212616 por cento, a 2.774 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,01 por cento, a 7.747 pontos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na semana passada que estava levando adiante as tarifas sobre 50 bilhões de dólares em importações chinesas, o que levou a uma rápida resposta de Pequim, que disse que colocaria impostos sobre várias commodities americanas.

A Boeing, que tem servido como proxy para tensões da guerra comercial com a China, já que é a maior exportadora dos EUA para o país, caiu 0,9 por cento como o maior empecilho para o Dow Jones. A fabricante de equipamentos de construção Caterpillar caiu 0,9 por cento.

Os fabricantes de chips, que dependem da China para grande parte de sua receita, também saíram perdendo. O índice de semicondutor perdeu 0,99 por cento, seu pior desempenho diário em um mês. A Intel , com 3,4 por cento, foi o maior obstáculo para o S&P 500 e o Nasdaq para as preocupações com tarifas e um rebaixamento feito pela Northland Securities.

"Você está vendo as narrativas comerciais sendo marteladas, ou pelo menos se deparando com alguns ventos contrários significativos e, como resultado, você está vendo a compressão nas avaliações", disse Peter Kenny, estrategista sênior de mercado do Global Markets Advisory Group.

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Fonte:
Reuters

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