China surpreende com ameaça de taxar petróleo e gás natural dos EUA

Publicado em 16/06/2018 15:35

(Reuters) - Pequim surpreendeu os mercados de petróleo com ameaças de impor tarifas sobre as importações de petróleo bruto, gás natural e outros produtos de energia de origem norte-americana, num momento em que a China ocupa o topo da lista de importadores de petróleo dos Estados.

A China respondeu aos 50 bilhões de dólares em tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, com quantidade similar de tributos sobre uma variedade de bens dos Estados Unidos.

Mas Pequim também disse que taxará os produtos de energia dos EUA, o que analistas consideraram uma surpresa, já que ameaças anteriores se concentravam apenas em itens agrícolas e automóveis.

"Isso é sério. A China é essencialmente o maior cliente para o petróleo dos EUA agora, e então para o petróleo bruto é um problema, imagina quando se envolve produtos (refinados) também. Isso é obviamente um grande desdobramento", disse Matt Smith, diretor de pesquisa em commodities da ClipperData.

A China atualmente importa aproximadamente 363 mil barris de petróleo bruto norte-americano por dia, empatando com o Canadá como maior importador de petróleo bruto dos EUA, de acordo com dados do Departamento de Energia dos EUA. O gigante asiático ainda importa mais 200 mil barris por dia de outros produtos como propano.

A indústria de energia dos EUA têm sido impulsionada pela produção de xisto do país, elevando a produção diária de petróleo para um recorde de 10,9 milhões de barris por dia. Do total, os Estados Unidos agora exportam cerca de 2 milhões de barris por dia, com Trump exaltando a dominância do país na produção de energia e a exportação como chave para influência global dos EUA.

Venezuela deve exportar menor volume de petróleo à China em quase 8 anos, dizem fontes

SÃO PAULO (Reuters) - As importações chinesas de petróleo venezuelano podem cair para o menor patamar em quase oito anos em julho, enquanto o produtor da Opep lida com uma produção em queda e problemas de logística, segundo fontes com conhecimento do assunto.

A estatal PetroChina espera que as cargas de junho da Venezuela, principalmente de grau Merey, sejam metade do volume normal, de acordo com duas autoridades petrolíferas de Pequim a par do assunto.

A empresa estatal venezuelana PDVSA prometeu que o volume não embarcado será aumentado em carregamentos para entrega em agosto e setembro, disseram as fontes.

A queda nos estoques para o cliente, credor e aliado político mais importante da Venezuela, é o mais recente indicador de tempos difíceis para o país que conta com amplas reservas de petróleo.

A produção de petróleo na Venezuela caiu para a menor média anual em mais de três décadas entre janeiro e abril, enquanto as reivindicações de ativos pelos credores cortaram o acesso da PDVSA aos terminais de exportação.

A notícia afeta os dois lados. A crescente demanda da China por petróleo em meio a um crescimento econômico ainda robusto está aumentando sua dependência das importações, enquanto a dificuldade da Venezuela em exportar à medida que sua infraestrutura desmorona significa que ela está perdendo a chance de aproveitar os preços do petróleo que subiram a máximas em anos recentemente.

(Reportagem adicional de Chen Aizhu, em Pequim, e Florence Tan, em Cingapura; reportagem adicional de Nidhi Verma, em Nova Délhi)

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Fonte:
Reuters

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