Soja: Mercado brasileiro está travado e com limitada referência de preços com movimento dos caminhoneiros
A quarta-feira (30) foi negativa para os preços da soja na Bolsa de Chicago, com o mercado internacional trabalhando com baixas de até mais de 10 pontos ao longo dia, e as perdas se estenderam também para as referências no mercado interno. O dólar encerrou os negócios com uma leve alta, insuficiente para segurar os preços no Brasil.
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O mercado brasileiro da soja segue travado com a continuidade da paralisação dos caminhoneiros. O movimento entrou em seu décimo dia e, embora perdendo força, ainda mantém o país paralisado. As últimas notícias mostram o exército nas rodovias tentando dispersar os manifestantes, mas ainda enfrentando resistência, com manutenção de pontos de bloqueio.
Até o fechamento desta matéria, oito estados brasileiros ainda registravam pontos de bloqueio e 18 tinham protestos nesta quarta-feira. No agronegócio, os produtores seguem contabiilizando seus prejuízos.
No Porto de Santos, a movimentação das cargas segue paralisada, travando as exportações brasileiras não só de soja, mas de todas as commodities agrícolas do Brasil. Em Paranaguá, a situação é bastante semelhante.
Caminhoneiros concentraram o movimento no terminal Alemoa - Foto: Solange Freitas/G1
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Os negócios permanecem parados no Brasil, com muitos compradores evitando novas operações diante da possibilidade de não receberem sua oferta, ao mesmo tempo que os vendedores sofrem com um possível não pagamento de uma soja que pode não chegar ao destino final.
"Na questao do grão, o impacto está começando a ser sentido esta semana. Várias tradings e indústrias saíram das compras diante da incerteza causada pela greve, e seu efeito sobre o valor dos fretes. A Acergs (Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Rio Grande do Sul) divulgou nota nesta terça-feira (29) sugerindo aos comerciantes pararem de comprar soja", relata Dionatan Carvalho, comprador de cereais em Passo Fundo/RS.
Nesse quadro, as baixas entre as principais praças de comercialização ficaram entre 0,63% e 1,77%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, onde a saca terminou o dia com R$ 72,00. Muitas praças dentre aquelas pesquisadas pelo Notícias Agrícolas nem ao menos registraram seus indicativos por conta dessa paralisação do mercado interno.
Nos portos, as referências cederam em Paranaguá e se mantiveram estáveis em Rio Grande. No terminal paranaense, a soja disponível fechou o dia com R$ 86,50 e para março/19 com R$ 87,50 e, em ambos os casos, a baixa foi de 0,57%. No gaúcho, mantidos os R$ 86,00 no disponível e R$ 86,50 no junho/18. Santos, Imbituba e São Francisco do Sul não tiveram referências.
Segundo a analista de mercado Rita De Baco, da De Baco Corretora de Mercadorias, o mercado da soja está parado no Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira (25) e, desde segunda-feira (28) os compradores já nem indicam mais preços.
"Nada no imediato. Movimentos pontuais para entrega e pagamento mais pra frente. Indústrias que sempre tinham movimentação de números, tiveram de parar. Hoje, nem mercado futuro se falou", diz Rita ao Notícias Agrícolas.
Segundo a analista, os reflexos da paralisação dos caminhoneiros não pesa negativamente só sobre a formação dos preços e negócios com a soja, mas também sobre a imagem que o Brasil tem construído como o mais importante player global desse mercado.
"Isso é preocupante, uma vez que o Brasil disputa o primeiro lugar como exportador de soja, essa paralis geral mostra que podemos ter problemas sérios para escoar todo o produto. Temos uma logística falha, onde 80% das rodovias não são pavimentadas. A legislação portuária é boa, mas quando a questão é fazer dragagem e limpeza do canais, caímos na questão ambiental", salienta a executiva. "Nossa eficiência, dentro da porteira, supera os países de primeiro mundo. Nossa ineficiência, fora da porteira, proporciona despesas adicionais que corroem os ganhos competitivos do agro", conclui.
Bolsa de Chicago
As baixas na Bolsa de Chicago, mais uma vez, foram motivadas pelas novas disputas comerciais entre China e Estados Unidos, como explicou o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
Voltou ao centro do radar dos traders a a possibilidade de Trump lançar uma lista de produtos chineses a serem tarifados em 25% para as exportações com destinos norte-americanos.
Ao mesmo tempo, o mercado sente também a pressão do bom desenvolvimento da safra 2018/19 dos Estados Unidos.
De acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportados em um boletim nesta terça-feira (29), o plantio da soja evoluiu, em uma semana, de 56% para 77%, contra 65% do ano anterior e 62% da média dos últimos cinco anos. 47% das lavouras da oleaginosa já emergiram, contra 26% da semana anterior, 34% do ano passado e 32% da média.
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![Cima favorável nos EUA, demanda fraca pelo produto americano e rumores sobre retenciones na Argentina pressionam soja em Chicago](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/soja-6-jHjOU.jpg)
Cima favorável nos EUA, demanda fraca pelo produto americano e rumores sobre retenciones na Argentina pressionam soja em Chicago
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Preços da soja seguem recuando em Chicago nesta 3ª feira, acompanhando derivados
![Soja: Mercado testa novas baixas expressivas em Chicago nesta 3ª, na esteira do trigo que perde mais de 2%](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/soja-Lq9l9.jpeg)
Soja: Mercado testa novas baixas expressivas em Chicago nesta 3ª, na esteira do trigo que perde mais de 2%
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Soja em Chicago rompe suporte importante dos US$10,30/bushel para Novembro, mas consegue finalizar acima desse patamar
![Preços da soja fecham com mais de 1% de queda em Chicago nesta 2ª; atenção às retenciones na Argentina](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/a236dfdbcada283c270be41fe0cd39b3.png)
Preços da soja fecham com mais de 1% de queda em Chicago nesta 2ª; atenção às retenciones na Argentina
JOSÉ DONIZETI PITOLI CORNÉLIO PROCÓPIO - PR
Já em ritmo de encerramento do movimento denominado de "greve dos caminhoneiros", o mercado numa ponta, tenta se reposicionar para retomar a produção industrial e comercial; na outra ponta se iniciam os cálculos para avaliar e estimar o tamanho dos prejuízos causados em quase 10 dias de paralisação. Otimistas estimam perdas em 30 bilhões de reais; pessimistas avaliam os prejuízos entre 50 e 60 bilhões de reais. Seja qual for o tamanho do estrago/prejuízo deixado à economia do país, não resta dúvida que esta conta será paga, via muito trabalho e suor de todo o povo brasileiro, que vem sendo "carinhosamente" chamado pelos governantes e políticos, de TESOURO. Isto mesmo, quando o governo diz que que estas diferenças serão pagas pelo TESOURO, está dizendo que quem vai pagar a conta, é a população, seja via impostos/tributos diretos ou indiretos.
E, se o posicionamento de um grande grupo industrial virar moda, pode o feitiço virar contra o feiticeiro. Por que? Porque a empresa decidiu que vai investir em frota própria, enquanto isto não acontecer, vai direcionar todo o transporte para empresas transportadoras que possuem caminhões próprios. Definindo: "Quem conduz caminhão é motorista, o caminhoneiro dirige seu próprio negócio... "Pedra lançada, não tem parada, e a preocupação chega, embora tardia." Quem viver, verá.La Sare Caçapava do Sul - SC
Soja segue 'travada' e todo resto também... Mas como as pesquisas do datafolha, do facebook, dos grupos de whatsapp e do diabo deram permissão, seguirá tudo travado pelos mais variados interesses. Ainda temos alguma comida em casa e conseguimos uns litros de gasolina e diesel, então tá bom. Enquanto algumas dezenas de espertos e alguns milhares de desmiolados "lutam pelo interesse da população" e pedem aplausos, vamos ladeira abaixo em rota suicida... Brasil de volta ao tempo do quanto pior melhor.