Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento em supermercados e paralisa produção de frigoríficos

Publicado em 24/05/2018 18:39

A greve dos caminhoneiros, que entrou em seu 4º dia nesta quinta-feira (24), causa problemas de abastecimento e impactos na produção. Veja abaixo os principais setores impactados: 

Abras destaca preocupação com abastecimento de produtos perecíveis

Os supermercados possuem um estoque médio de produtos não perecíveis, e por enquanto, com relação a esses produtos  ainda não estamos com problemas. A preocupação, no momento, está mais nos produtos perecíveis. já recebemos informações dos seguintes estados sobre problemas no abastecimento devido à greve: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Tocantins, Santa Catarina, Paraná, e São Paulo. Mas ainda poderemos receber mais informações de outros.

Em relação aos preços, a ABRAS está buscando sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente. Evitando, assim, que a população sofra com uma eventual elevação nos preços.

Por enquanto, ainda não temos expectativas de perdas e prejuízos. Pelas nossas últimas informações, sabemos que governo federal irá se reunir hoje à tarde com os representantes dos caminhoneiros, e estamos aguardando os resultados desse encontro.

Foto de supermercado em Canoas (RS)

Foto de supermercado em Canoas (RS)

Foto de supermercado em São Paulo (SP)

Foto de supermercado em São Paulo (SP)

Oferta de alimentos deve se agravar nos próximos dias, diz CEAGESP

A paralisação de caminhoneiros já comprometeu a oferta de produtos, mas deve se agravar nos próximos dias, caso a situação não se normalize, alerta a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), maior central de abastecimento da América Latina. Os preços de alguns legumes e frutas já subiram no entreposto paulista

Alguns produtores e fornecedores anteciparam as entregas de mercadorias para o final da tarde de domingo e, por isso, não houve registro de problemas de abastecimento no início da semana. A partir de agora algumas coisas devem começar a faltar. Segundo a companhia, é provável que os maiores efeitos da greve comecem a aparecer na sexta-feira.

Leia a notícia na íntegra no site do Globo Rural.

Greve de caminhoneiros prejudica abastecimento na Ceasa Campinas

O protesto nacional dos caminhoneiros provocou impactos significativos no abastecimento e no preço dos principais produtos hortifrutigranjeiros comercializados na Ceasa Campinas, nesta quinta-feira (24/5). Segundo o diretor técnico-operacional da central, Claudinei Barbosa, cerca de 15 mil toneladas de produtos deixaram de ser comercializadas na Ceasa desde a última segunda-feira, o que representa um prejuízo estimado de até R$ 25 milhões.

Devido aos bloqueios nas rodovias, apenas cerca de 100 caminhões, de um total de 3.500 veículos que circulam diariamente no local, conseguiram chegar à central nesta manhã, o que reduziu drasticamente a oferta de frutas, legumes e hortaliças. Como consequência, os preços de alguns dos principais produtos comercializados no entreposto aumentaram. A batata, por exemplo, que era vendida a R$ 1,40 o kg, nesta quinta-feira chegou a R$ 5,00/kg, em alguns boxes.

“Todos os veículos que estão fora de um raio de 100km da Ceasa não estão chegando. Temos muitos casos de perda completa da carga. A previsão é de total desabastecimento de produtos de giro rápido até segunda-feira, caso a greve continue”, avalia Barbosa.

Além da batata, outros produtos de venda rápida são tomate, cebola, alho, melancia, abacaxi e banana. “No caso do tomate, por exemplo, ainda temos à venda porque somos abastecidos por produtores de Mogi Guaçu e Sumaré, mas a oferta caiu cerca de 80%”, disse.

Mercado de Flores

O Mercado de Flores da Ceasa também registrou impactos no abastecimento na manhã desta quinta-feira. De um total de 60 caminhões, apenas 20 conseguiram chegar ao entreposto para descarregar flores, plantas e acessórios comercializados no local, segundo informou o gerente do Mercado de Flores, Alexandre Valle. “Mas os preços, por enquanto, se mantêm estáveis, segundo apuramos junto aos próprios comerciantes. Também até o momento não estão faltando mercadorias”, disse Valle.

Alguns estados já sofrem com desabastecimento de alimentos, aponta Abras

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) está acompanhando atentamente o protesto nacional dos caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel.

Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos, e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito.

A ABRAS está buscando sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente. Evitando, assim, que a população sofra com a falta de produtos de necessidades básicas e com uma eventual elevação nos preços.

  • Associação Brasileira de Supermercados 
  • São Paulo, 23 de maio de 2018

​CEAGESP funcionará normalmente nesta sexta-feira

Todas as unidades da CEAGESP – tanto da capital como do interior – irão funcionar normalmente nesta sexta-feira (25/5), apesar da greve dos caminhoneiros estar dificultando a entrega e recebimento de mercadorias nos entrepostos, principalmente de produtos que vem de fora do Estado de São Paulo, como o mamão formosa, que vem principalmente do Espírito Santo, e a manga, proveniente da Bahia.

A produção vinda do interior de São Paulo continua chegando aos entrepostos, como as citrícolas, verduras e boa parte dos legumes. Os produtos que permitem estocagem, como a maçã, pera, abóboras, coco verde, alho, cebola, etc encontram-se com estoque para comercialização.

No Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) da capital, tanto a feira de pescados, que ocorre das 2h às 6h no Frigorífico São Paulo (FRISP), como a feira de flores, que ocorre da meia-noite às 9h30, estão programadas para operarem normalmente. As operações de comercialização nos entrepostos do interior também não sofrerão alteração.

90% da produção de carnes no Brasil pode ser interrompida nesta sexta; prejuízo superior a US$ 60 milhões

Cerca de 130 unidades produtivas estão paralisadas nesta quinta-feira; animais vivos estão sem alimentação há mais de 50 horas

carne

 A  Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informaram nesta quinta-feira que 90% da produção de proteína animal no país pode ser paralisada nesta sexta-feira caso a greve dos caminhoneiros não seja finalizada. Nesta quinta, 129 unidades produtivas das empresas associadas de carnes bovina, suína e de aves estão paralisadas. 

Mais de 85 mil funcionários estão sem trabalhar nas indústrias, de acordo com as entidades. A ABPA informa, ainda, que animais que seriam transportados aos frigoríficos estão correndo riscos, sem comer há mais de 50 horas.

"Com os bloqueios nas rodovias, que impedem o acesso dos insumos necessários à produção e impossibilitam o escoamento de alimentos, deixaram de ser exportadas 25 mil toneladas de carne de frangoe suínos, o equivalente a uma receita de US$ 60 milhões que deixa de ser gerada para o país", escrevem as entidades em nota. No caso da carne bovina, são cerca de 1200 containers que deixam de ser embarcados por dia.

"A ABIEC e a ABPA reiteram que o movimento é um direito da categoria, mas reafirmam a importância da manutenção do transporte de alimentos para a população. As consequências já ganharam contornos graves e o setor produtivo entende que é necessário que sejam tomadas as devidas medidas por parte dos governantes para que a situação seja sanada o quanto antes".

A greve dos caminhoneiros, que teve início nesta segunda-feira (21), não tem data para acabar. Representantes do setor já informaram que só desbloquearão as vias onde protestam quando a definição de desoneração do PIS/Cofins sobre o diesel for publicada no Diário Oficial da União. Votado pela Câmara na quarta, o texto ainda precisa de aprovação do Senado para valer. 

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Fonte:
Globo Rural +Ceasa

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