IAC desenvolve pesquisas em prol do açúcar e do produtor
O Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo necessitava, nos anos 90, de uma reorganização institucional, pois passava por problemas de sustentação financeira - que começaram no fim dos anos 70 e foram agravados durante os 80. A reforma do IAC então começou na década de 90, quando foram criados projetos como o Pró-Cana.
Outros fatores para criação do programa foram a vontade interna de revitalizar a pesquisa com a cana-de-açúcar e a demanda de usuários, estimulando o desenvolvimento de novas variedades. O projeto principal foi pensado para o melhoramento genético visando à obtenção de variedades mais produtivas, com maior riqueza em açúcar e com outras características que proporcionem vantagens econômicas.
Como resultado, em outubro de 1994, efetivou-se o Pró-Cana, que integra em suas atividades várias áreas de pesquisa como a fisiologia, fertilidade e climatologia.
É um dos três programas de melhoramento genético de cana-de-açúcar do Brasil e tem contribuições efetivas para a sustentabilidade do setor sucroenergético do Brasil. Por exemplo, a canavicultura de três dígitos é viabilizada por pacote tecnológico do IAC. As variedades de cana do Instituto Agronômico, somadas ao manejo recomendado, fazem o resultado médio saltar de 70 para 100 toneladas de açúcar, por hectare.
Outro exemplo está nas variedades IAC adaptadas ao estresse hídrico. A rede experimental do Instituto Agronômico também evidenciou clones IAC que, pelo desempenho, tornaram-se variedades atualmente cultivadas em áreas expressivas nas regiões com déficit hídrico.
Açúcar
Em 2013, em parceria com o Pró-Cana do IAC, a pesquisadora Elisangela Marques Jeronimo Torres, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), coordenou um estudo na Unidade de Pesquisa de Jaú utilizando 10 variedades de cana para produção de açúcar mascavo, objetivando avaliar diferenças na qualidade do produto final.
A pesquisadora diz que “o resultado foi muito expressivo, pois nas condições de produção em escala artesanal houve influência direta da variedade de cana em relação à cor e ao rendimento do açúcar mascavo. No projeto de pesquisa, também estudamos alguns ajustes tecnológicos de processamento do caldo de cana para produção do mascavo, dentre eles a utilização do bicarbonato de sódio para dar ponto do açúcar em escala de produção artesanal”.
Com a estrutura e a linha de pesquisa montadas por Elisangela, a atual gestão do Polo de Jaú dá continuidade ao trabalho de uma forma prática, diz Gabriela Aferri, especialista em cana forrageira. “Nossa Unidade produz, mas não temos pesquisadores nessa área. Nosso conhecimento é prático.” A Unidade trabalha com a transferência de conhecimento, por meio de treinamentos práticos voltados aos produtores.
Cachaça
A linha de pesquisa em cachaça no Polo Regional Centro Oeste da Apta, em Bauru, começou em 2005, com a chegada da pesquisadora Elisangela Marques na Unidade de Pesquisa de Jaú. A necessidade de desenvolver os estudos foi identificada a partir de um levantamento de demandas e conhecimento dos produtores da região.
A pesquisadora contou que em 2007 aprovou o primeiro projeto para implantar um laboratório, com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). No mesmo ano, foi criado outro projeto por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Apta, coordenado pela pesquisadora Celina Maria Henrique, do Polo Regional Centro Sul de Piracicaba, para diagnosticar a situação da cachaça no Estado de São Paulo, buscando os gargalos e oportunidades nos aspectos agrícolas, sociais, econômicos e ambientais.
Outras pesquisas
Do dia 1 de abril de 2007 ao dia 30 de junho de 2009: Adição de nutriente orgânico como fonte de nitrogênio proteico ao mosto de cana-de-açúcar para a produção de cachaça de alambique
Do dia 1 de abril de 2008 ao dia 30 de setembro de 2008: Programa de revitalização e capacitação da produção de cachaça de alambique paulista
Do dia 1 de julho de 2010 ao dia 31 de dezembro de 2011: Formação de carbamato de etila em cachaça em função da matéria-prima e do tipo de fermento
Tipos de Açúcares
Beatriz de Castro, nutricionista da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) da Secretaria diz que “somos o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Nosso paladar doce é uma questão cultural, que herdamos de nossos colonizadores”. Existem no dia a dia vários tipos de açúcares, e a nutricionista recomenda que “diminua o consumo do açúcar refinado, prefira o mascavo ou demerara, pois eles possuem mais nutrientes, portanto, são mais saudáveis”.
Tipos de açúcares | Como são feitos | Suas diferenças |
Açúcar mascavo |
É mais natural, pois não passa por processos de branqueamento, cristalização e refinamento. | Tem maior concentração de nutrientes, com destaque para os minerais, cálcio e ferro. |
Açúcar demerara |
Passa por um leve processo de refinamento, porém, não recebe nenhum aditivo químico. | Preserva seus nutrientes, com a vantagem de não alterar nem a cor nem o sabor dos alimentos. |
Açúcar refinado |
Passa por processo de refinamento e tem acréscimo de substâncias químicas. | Perde mais de 90% de seus nutrientes no processo de refinamento para que fique branco e fino |
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