Café: NY e dólar em alta levou o mercado físico brasileiro a movimentar-se e fechar mais negócios
Depois dos contratos de café com vencimento em julho próximo em Nova Iorque acumularem 470 pontos de alta na semana passada, fechando a US$ 1,2240 por libra peso, a ICE abriu em alta nesta segunda-feira e já na terça seus contratos de café para julho fecharam a US$ 1,2480 por libra peso. Nos demais dias oscilaram bastante, fechando hoje, sexta-feira, a US$ 1,2260 e acumulando 20 pontos de alta na semana.
Além dessas altas na ICE, a desvalorização do real frente ao dólar acelerou nesta semana levando o mercado físico brasileiro de café a movimentar-se, com os preços em reais subindo e incentivando o fechamento de um volume mais significativo de negócios.
Muitos compradores esperavam uma oferta maior de lotes nas bases oferecidas por eles, mas estamos na entressafra de uma safra de ciclo baixo e o que resta de café está em mãos de produtores mais capitalizados que não se motivaram com o pequeno movimento de alta depois do recuo das cotações nos últimos meses.
Segundo a economista Monica de Bolle, a recente desvalorização do real é uma “reação retardada” do mercado ao reconhecimento de que a recuperação brasileira não é tão sólida quanto aparentava, e à percepção de que o impacto de conflitos comerciais entre EUA, China e União Europeia poderão ser maiores do que o esperado (fonte: Estadão de hoje, página B8).
Em nossa opinião, o ambiente político e econômico no Brasil, e no mundo, reforçam o comportamento dos cafeicultores brasileiros. Conservadores, eles sabem que o café é cotado em dólares, que o consumo brasileiro e mundial está em alta contínua, que no Brasil os estoques governamentais zeraram e os em mãos da iniciativa privada são pequenos. Nas bases de preços atuais, em meio a todas as incertezas que enxergam à frente, preferem manter o café a vender para aplicar no mercado financeiro. Vendem o necessário para cumprir os compromissos financeiros mais próximos. Não descartamos a possibilidade deste comportamento dos produtores continuar na entrada da próxima safra.
A produção de café na Colômbia subiu 5% no mês de abril quando comparada ao mesmo período do ano passado, mas no acumulado do ano-safra colombiano (outubro de 2017 a abril de 2018) registra queda de 7%. A produção nos últimos doze meses encerrados em abril de 2018 caiu 3%.
Até dia 3, os embarques de abril estavam em 1.789.010 sacas de café arábica, 48.228 sacas de café conillon, mais 206.254 sacas de café solúvel, totalizando 2.043.492 sacas embarcadas, contra 2.402.306 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 2.386.570 sacas, contra 2.624.776 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até dia 3, os embarques de maio estavam em 19.588 sacas de café arábica, mais 2.346 sacas de café solúvel, totalizando 21.934 sacas embarcadas, contra 100.757 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 202.550 sacas, contra 173.597 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 4, subiu nos contratos para entrega em julho próximo 20 pontos ou US$ 0,26 (R$ 0,91) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 559,89 por saca, e hoje dia 4, a R$ 570,69. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 175 pontos.
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