Milho: Preços sobem mais de 2% nesta 4ª feira na BM&F com alta do dólar e clima seco no Brasil
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa operam com forte alta na sessão desta quarta-feira (2). As principais posições da commodity testavam valorizações entre 2,28% e 3,95%, por volta das 12h00 (horário de Brasília). O maio/18 operava a R$ 41,05 a saca e o julho/18 trabalhava a R$ 40,30 a saca.
De acordo com informações dos analistas, as cotações são impulsionadas pela forte valorização cambial, o clima seco em algumas regiões de produção de safrinha no Brasil e também pela ausência de vendedores no mercado. Perto das 11h51 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5503 na venda, com ganho de 1,22%.
A moeda tocou o patamar de R$ 3,55, o mais alto em quase dois anos. "O câmbio acompanha o cenário externo em dia de expectativa pelo desfecho do encontro de política monetária do banco central dos Estados Unidos e que pode afetar o fluxo de recursos global", destacou a Reuters.
No caso do Brasil, as atenções seguem voltadas à estiagem registrada em algumas regiões produtoras. O Paraná, segundo maior produtor de milho na safrinha, é um dos mais atingidos pelo clima adverso e em algumas localidades os produtores já destacam que as plantações registram perdas.
Esse é o caso de Maringá, onde as lavouras estão sem chuvas há mais de 30 dias e as previsões não indicam volumes significativos nos próximos 10 dias. Diante desse quadro, o presidente do sindicato rural do município, José Antônio Borghi, reforça que a perda está próxima de 40% até o momento, mas pode se agravar caso as precipitações não se confirmem nos próximos dias.
No sul de Mato Grosso do Sul o cenário é semelhante. Em algumas regiões como Laguna Carapã, Sete Quedas e Rio Brilhante as lavouras de milho safrinha também estão sendo afetadas pela ausência de chuvas.
Ainda nesta quarta-feira, a INTL FCStone revisou para 60,5 milhões de toneladas a sua projeção para a segunda safra de milho no Brasil devido ao clima seco registrado em muitas regiões no Brasil. O número representa uma queda de 2,57 milhões de toneladas frente ao reportado no mês anterior.
“Houve diminuição do potencial de produtividade em grandes estados produtores, como Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Como ocorreram atrasos no plantio, uma parte importante das lavouras passou por fases importantes de desenvolvimento, em que bons volumes de água são necessários, na segunda quinzena de abril, em meio a níveis de precipitação consideravelmente abaixo do normal para o período”, reporta o grupo, nesta quarta-feira (02).
Bolsa de Chicago
Enquanto isso, na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho trabalham próximos da estabilidade ao longo da sessão desta quarta-feira. As primeiras posições do cereal recuavam entre 0,50 e 0,75 pontos, por volta das 12h30 (horário de Brasília). Já as posições mais longas subiam 0,25 pontos, no mesmo horário. O maio/18 trabalhava a US$ 3,96 por bushel e o julho/18 a US$ 4,05 por bushel.
No mercado internacional, os investidores permanecem focados no plantio da nova safra nos Estados Unidos. Até o momento, os produtores americanos já semearam 17% da área esperada para essa temporada, segundo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número ainda está abaixo da média registrada nos últimos cinco anos, de 27%.
"As previsões atuais querem colocar mais umidade em partes do Meio-Oeste durante o final de semana. Ainda não acredito que os atrasos causados por esta precipitação serão significativos, mas a quantidade de plantio de milho que o comércio espera pode ser muito alta nessas circunstâncias", disse Benson Quinn Commodities.
Do mesmo modo, a situação da safrinha no Brasil está no radar dos investidores.
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