Após encostar em R$ 3,37, dólar tem correção e fecha praticamente estável; cautela com política continua
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - Depois de chegar perto de 3,37 reais na máxima da sessão, o dólar atraiu vendedores e acabou fechando praticamente estável nesta quarta-feira, mas com o mercado ainda bastante cauteloso com a cena política e o futuro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O dólar avançou 0,08 por cento, a 3,3408 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,3691 reais pela manhã. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,05 por cento.
A moeda norte-americana já havia subido 1,15 por cento frente ao real nas duas sessões anteriores justamente pelos temores com a cena política interna.
"Quando a moeda encostou em 3,37 reais, os exportadores aproveitaram para vender e os especuladores, para desmontarem posições defensivas", comentou o profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
Nesta sessão, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgava o habeas corpus preventivo pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Lula, já condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, e que pode resultar na prisão do ex-presidente e mudar a cena eleitoral.
Até o fechamento dos mercados, o placar no STF estava empatado em 1 a 1 e a sessão prometia ser longa.
Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro e o mercado o considera menos comprometido com as contas públicas.
No exterior, as tensões entre Estados Unidos e China aumentaram depois que Pequim respondeu rapidamente aos planos norte-americanos de adotar tarifas sobre outros 50 bilhões de dólares em bens chineses, retaliando com uma lista de taxas similares sobre importações dos Estados Unidos.
O dólar exibia suave queda ante uma cesta de moedas e passou a operar misto ante divisas de países emergentes.
"Os emergentes seriam os grandes perdedores no caso de uma guinada mais acentuada em direção ao protecionismo, mas é pouco provável que as medidas mais recentes tenham grande impacto sobre as exportações globais dos mercados emergentes", escreveu a empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics em relatório.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em maio, vencem 2,565 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.
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