Café: Mais uma semana de muita oscilação em NY e com contratos no negativo
Hoje, dia 23, as indústrias, cooperativas, associações e armazenadores de café do país cadastrados no SIPESP - Sistema de Pesquisa de Estoques Privados começam a receber as senhas de acesso para participar da pesquisa deste ano sobre o estoque do grão em poder da iniciativa privada. O levantamento é realizado anualmente pela CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento e vai possibilitar maior visibilidade sobre o abastecimento do produto no país e subsidiar a elaboração de políticas agrícolas para o setor. As informações deverão ter como data base os estoques do dia 31 de março de 2018 e não devem incluir o produto da nova safra (fonte: CONAB).
Continuamos com a opinião que esse levantamento deveria ter como data base o os estoques do dia 30 de junho, quando termina o ano safra brasileiro. Com todo o avanço da informática, não é mais necessário se fazer o levantamento antes do início da colheita. Atualmente é muito fácil aos responsáveis pelos estoques privados informarem o que existe de café remanescente no último dia de um ano safra, deixando de fora os primeiros cafés da nova safra.
Termos os estoques remanescentes em 30 de junho, nossos “estoques de passagem”, daria transparência à situação estatística brasileira, tirando a falsa impressão de altos estoques de passagem, o que acontece quando divulgamos, erroneamente, nossos estoques de passagem com a data de 31 de março.
Esses números caem significativamente com os embarques e consumo interno em abril, maio e junho. Do modo como fazemos atualmente, passamos para o mercado internacional números incorretos, inflados, dos estoques brasileiros de passagem. Fica a falsa impressão de estoques maiores no maior produtor e exportador, além de segundo maior consumidor de café do mundo.
Tivemos mais uma semana de muita oscilação nas bolsas de café e na cotação do dólar frente ao real. Os contratos de café na ICE em Nova Iorque comandaram o sobe e desce e até ontem, os com vencimento em maio próximo apresentavam balanço positivo de 95 pontos. Hoje, sexta-feira, esses contratos recuaram 180 pontos, levando para o campo negativo o balanço da semana, que encerrou com perdas de 85 pontos.
O dólar oscilou reagindo à mudanças de posicionamento político do governo Trump frente à China, que aumentam os temores de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A “Casa Branca” definiu o novo plano como uma decisão histórica contra a agressão econômica chinesa (Valor Econômico).
A crise política brasileira também contribuiu com as oscilações da moeda americana frente ao real.
Esse quadro influiu com o andamento do mercado físico brasileiro de café. As ofertas não evoluíram e os compradores recusaram a maior parte das ofertas. O volume de negócios fechados foi pequeno.
Até dia 22, os embarques de março estavam em 1.235.798 sacas de café arábica, 27.723 sacas de café conillon, mais 160.319 sacas de café solúvel, totalizando 1.423.840 sacas embarcadas, contra 1.821.163 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 22, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 1.983.937 sacas, contra 2.442.872 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 16, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 23, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 85 pontos ou US$ 1,12 (R$ 3,71) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 16 a R$ 512,19 por saca, e hoje dia 22, a R$ 513,31. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 180 pontos.
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