Café arábica encerra semana com queda acumulada de quase 2% em NY e preços caem ainda mais no Brasil

Publicado em 16/03/2018 17:33

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Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana com queda acumulada de quase 2%. Os principais vencimentos ficaram próximos de perder o patamar de US$ 1,20 por libra-peso. O mercado oscilou durante a semana com pressão do câmbio, informações mais otimistas com a produção global do grão e fatores técnicos.

No mercado interno, os negócios com café continuam lentos diante das quedas internacionais que também afetaram os preços físicos. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão desta sexta-feira (16), o vencimento maio/18 registrou 118,05 cents/lb com baixa de 70 pontos. Já o contrato julho/18 fechou o dia com 120,20 cents/lb e desvalorização de 75 pontos e o setembro/18, mais distante, recuou 80 pontos, fechando a 122,40 cents/lb.

Essa foi a terceira sessão seguida de baixa no mercado do arábica, apesar de alguns ajustes altistas serem registradas em parte da sessão. Durante os últimos dias pesaram sobre as cotações informações fundamentais e fatores técnicos. Dentre eles, o câmbio. O dólar comercial fechou em alta pela quarta semana seguida nesta sexta-feira.

Na sessão, a divisa fechou com queda de 0,35%, cotado a R$ 3,2789 na venda com investidores de olho na cena externa. No entanto, a moeda externa encerrou a semana com alta acumulada de 0,85%. Segundo a Reuters, esse é o quarto período seguido de ganhos, quando a moeda norte-americana ficou 1,79% mais cara ante o real, empurrando para baixo o café.

As oscilações cambiais tendem a impactar diretamente as exportações das commodities e consequentemente os preços externos.

Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o mercado do café arábica não consegue sair do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. A safra brasileira já parece ter sido precificada, no entanto, os preços também são influenciados por uma demanda curta que não dá espaço para o avanço dos preços externos do grão e novas informações sobre a produção global.

O Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodities do mundo, durante a semana, elevou de 1,5 milhão de sacas de 60 kg para 2,6 milhões sua estimativa de superávit mundial na safra de 2017/18 e também atualizou de 900 mil para 3,2 milhões de sacas sua previsão de superávit na temporada 2018/19. A mudança reflete esperanças de melhora na colheita de países como a Etiópia e Nicarágua. As informações são do site Agrimoney.

Essa atualização ajudou na pressão do mercado, mas operadores também seguem acompanhando o desenvolvimento da safra brasileira. "Esperamos uma colheita abundante nessas áreas [Zona da Mata de Minas Gerais e Espírito Santo", disse Mera, confirmando os resultados revelados na semana passada após um tour em lavouras do país. Outras áreas apresentam problemas com pragas.

Consultorias externas chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano, ao redor de 60 milhões de sacas e isso ajuda a pressionar as cotações. O setor produtivo, porém, diz acreditar que ainda é cedo para cravar esses números já que lavouras condições adversas durante a florada. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), prevê safra entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano.

Diante de todos esses fatores, segundo Barabach, ainda existe o risco de os preços caírem um pouco mais. Além de tudo, a dinâmica da comercialização também é um fator que se soma a isso. A consultoria Safras & Mercado trabalha com uma estimativa de 60,2 milhões de sacas para a safra de café brasileira, em grande parte por conta de recuperação da safra de conilon.

Mercado interno

Diante da baixa expressiva nos preços externos, o mercado do café arábica no Brasil seguiu com baixo volume de negócios praticamente durante toda a semana. "As negociações têm seguido em ritmo ainda mais lento que as de robusta, visto que muitos compradores só devem adquirir bons volumes do grão com a entrada da safra 2018/19", disse em nota recente o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

A consultoria Safras & Mercado estimou que a comercialização da safra de café do Brasil 2017/18 (julho/junho) chegou a 85% até o dia 12 de março. As vendas, neste momento, estão no mesmo ritmo do ano anterior. Já foram comercializadas 43,13 milhões de sacas de 60 kg, tomando-se por base a estimativa de uma safra 2017/18 de café no país de 50,45 milhões de sacas.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com alta de 2,27% (+R$ 10,00) e saca cotada a R$ 450,00. A cidade com maior valor de negociação no período foi Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 474,00 e queda de 0,42% (-R$ 2,00).

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com desvalorização de 2,17% (-R$ 10,00) e saca a R$ 450,00. A praça de Poços de Caldas (MG) teve o maior valor de negociação no período com saca a R$ 464,00 e queda de 0,43% (-R$ 2,00) no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Maringá (PR) com queda de 4,82% (-R$ 21,00) e saca a R$ 415,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 442,00 e recuo de 0,45% (-R$ 2,00).

Na quinta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 426,73 e queda de 1,12%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Carlos Rodrigues

    Caso não aconteça nada de extraordinário o caminho para a ruína esta assegurado...

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    • Onofre Pires Tupanciretã - RS

      Feio mesmo! Nada à vista que mude a direçao

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