Por Howard Schneider
DAYTON, EUA (Reuters) - A recente onda de vendas nos mercados acionários e o salto na volatilidade não prejudicará as fortes perspectivas da economia dos Estados Unidos, afirmou nesta terça-feira a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, alertando contra reações exageradas à turbulência nos mercados financeiros.
"Embora uma queda mais profunda e persistente nos mercados acionários possa prejudicar a confiança e levar a um recuo na tomada de risco e nos investimentos, os movimentos que temos visto estão longe desse cenário", disse Mester sobre a queda dos mercados acionários.
O recuo de mais de 10 por cento aconteceu, disse Mester, apenas após um período de recordes e, "por enquanto, espero que a economia passará por esse episódio de turbulência do mercado e não mudei meu cenário. Na minha visão, os fundamentos básicos que sustentam a economia são sólidos."
As declarações dela são um sinal importante de uma das autoridades do banco central norte-americano que tem mostrando preocupações mais fortes sobre a estabilidade do mercado financeiro e as perspectivas de que o Fed pode arriscar uma aceleração da inflação ao não elevar a taxa de juros rápido o suficiente.
Ela disse que no momento sente que os juros deveriam subir a um ritmo "similar ao do ano passado", quando o Fed elevou a taxa básica dos Estados Unidos três vezes. A perspectiva entre as autoridades é de três altas neste ano também.
Canadá diz que EUA buscam enfraquecer outros membros do Nafta
Por David Ljunggren
OTTAWA, Canadá (Reuters) - O negociador-chefe do Canadá em conversas para modernizar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, o Nafta, disse nesta terça-feira que os Estados Unidos buscam enfraquecer o Canadá e o México em vez de garantir que todos os três membros do acordo comercial trilateral se beneficiem.
Steve Verheul disse que conversas haviam produzido pouco progresso em grandes questões até o momento e se queixou sobre a inflexibilidade de negociadores dos Estados Unidos.
Seus comentários foram facilmente as afirmações públicas mais intensas de um canadense envolvido nas conversas e refletiram o enorme desafio enfrentado por autoridades que tentam terminar trabalhos para atualizar o pacto de 1,2 trilhão de dólares até o início de abril.
“A abordagem dos EUA é sobre focar somente na perspectiva dos EUA, em vez da perspectiva norte-americana. Então eles estão buscando fortalecer os EUA e, ao fazerem isto, enfraquecem o Canadá e o México dentro da economia norte-americana”, disse Verheul em uma conferência em Ottawa organizada pelo Instituto Canadense de Questões Globais.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem frequentemente ameaçado abandonar o Nafta a não ser que ocorram grandes mudanças.
As conversas produziram pouco progresso, conforme o Canadá e o México buscam endereçar exigências dos EUA por reformas. As negociações deveriam terminar até o final de março – um prazo que autoridades dizem ter sido estendido para ao menos o início de abril – mas parece poder avançar por meses.
O Canadá fez diversas do que chama de propostas criativas para endereçar a insistência dos EUA de que a meta norte-americano de automóveis seja aumentada. Washington também quer uma cláusula que irá permitir que qualquer membro saia após cinco anos.
“Nós fizemos o que irei caracterizar como um progresso total relativamente limitado... a principal questão é que nós vimos flexibilidade limitada dos EUA, até mesmo em questões relativamente fáceis”, disse Verheul.
O representante comercial dos EUA, Robert Lighthzier, disse na segunda-feira que as conversas dos EUA com o México sobre o Nafta estavam indo bem. O México informou em 9 de fevereiro que a regra de origem de automóveis teria que ser fortalecida, mas não deu detalhes.